terça-feira, 23 de setembro de 2014

Árvores florescem nas ruas da Capital

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Os ipês floridos deixam a Av. Domingos Olímpio mais bonita. Nesta época, também, é comum que cajueiros e mulungus floresçam

Foto: Kiko Silva

Encontrar suavidades no cotidiano não é tarefa difícil. Na Avenida Domingos Olímpio, por exemplo, quem se arrisca a desviar o olhar dos automatismos diários acaba encontrando uma delicadeza que nasce da persistência e da teimosia. Flores amarelas brotam de árvores do chão duro de concreto para mostrar que a vida é possível mesmo diante da indiferença do mundo ao redor.

As pétalas que dão nova cor a uma série de ipês no ápice de sua exuberância são o prenúncio de uma estação que o saber científico alega nem existir de forma definitiva nessa região.

Oficialmente, a primavera teve início ontem no Hemisfério Sul. Entretanto, por conta da proximidade do Ceará com a Linha do Equador, região do planeta mais exposta ao Sol, a primavera não é sentida com maior ênfase.

"As estações do ano no Ceará não são claras como no Sul do Brasil. Aqui, consideramos que temos um período chuvoso e um período seco.

As quatro estações do ano são um fenômeno astronômico, do posicionamento do Sol em relação aos eixos de inclinação da Terra. Como o Ceará está próximo da Linha do Equador, não existe tanta variação quanto em locais de maior latitude, por isso as temperaturas ao longo do ano são mais constantes", explica Davi Ferran, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Espécies

Mesmo não havendo uma manifestação clara da primavera no Ceará, espécies vegetais florescem nesta época, como esclarece Antônio Sérgio Farias, agrônomo e botânico do Movimento Pró-Árvore. "Ipês, cajueiros, mulungus são as mais comuns, mas várias outras árvores florescem.

Apesar de não termos uma primavera bem definida, notamos essa floração mais intensa durante o período. No entanto, temos floração de outras espécies em outros meses, como junho e julho", explica.

Fatores técnicos e climatológicos à parte, o que interessa é a mudança percebida pelas pessoas ao notarem uma avenida mais florida. "Moro aqui no bairro e costumo observar as árvores. Tem épocas em que elas ficam sem folhas, então quando nascem as flores, a Domingos Olímpio fica mais bonita. Devíamos cuidar melhor das nossas árvores. O Parque do Cocó, por exemplo, é muito bonito, mas está abandonado", comenta o segurança Francisco de Assis Fernandes.

"Não vejo as pessoas comentando muito sobre as árvores por aqui, mas elas fazem uma grande diferença. Deixam a rua mais bonita, dão uma frescura maior", opina Lúcia Maria, auxiliar de serviços gerais.

Ranniery Melo
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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