Time indígena dos Jogos Escolares usa adereços e tem pintura corporal
Equipe de futsal feminino de Tocantins sai do estado pela primeira vez para uma competição. Elas se classificaram vencendo as atuais campeãs brasileiras
Os Jogos Escolares da Juventude guardam muitos personagens de todos os estilos. No futsal feminino, a equipe do Tocantins tem uma especificidade. As nove meninas da etnia Xerente estudam na mesma escola, mas são de diferentes aldeias indígenas (Funil, Salto e Porteira). E mantêm sua cultura. Em Fortaleza, entraram em quadra com o corpo pintado e ainda usam colares e brincos típicos de suas aldeias quando não estão com a bola nos pés.
A equipe do Colégio Estadual Cemix Warã, de Tocantínia (município distante 76km da capital Palmas), classificou-se para os Jogos Escolares da Juventude deste ano ao vencer as atuais campeãs da competição, que eram do mesmo estado. E o placar não foi apertado: 4 a 0 para as meninas indígenas.
A pintura corporal significa respeito ao próximo. É feita com tinta extraída do jenipapo. Ao ser aplicada ao corpo, é necessário esperar horas para que a tintura seque e as marcas fiquem. Nem todas estão com a pintura flagrante. Em algumas, as marcas estão quase apagadas.
- Tem que passar no corpo e esperar secar para ficar preto assim. Não sai com água. Sai, mas só depois de muito tempo, umas duas semanas, talvez. Essa pintura simboliza respeito com o adversário. Por isso jogamos assim - explica Letícia Hirekê Xerente, artilheira do time com quatro gols marcados.
Esta é a segunda vez que Letícia participa dos Jogos Escolares da Juventude. Na edição de Londrina, em 2014, ela integrou o time de handebol da Escola Cefya Frei Antônio (TO), quando foram vice-campeãs
Tudo novo
O técnico Wesley Martins acompanha as meninas desde antes da competição nacional. Ele explicou que elas, no primeiro dia em solo cearense, ficaram impressionadas com o lugar, recém-descoberto.
- Muitas delas nunca tinham ido nem a Palmas. É uma oportunidade de ouro para elas. Tudo isso aqui é muito novo. Elas estavam bem mais nervosas no primeiro jogo, mas agora já estão mais tranquilas - explicou.
- Muitas delas nunca tinham ido nem a Palmas. É uma oportunidade de ouro para elas. Tudo isso aqui é muito novo. Elas estavam bem mais nervosas no primeiro jogo, mas agora já estão mais tranquilas - explicou.
As jogadoras são tímidas fora de quadra, arrancar palavras delas é difícil. Dentro de quadra, altos e baixos. O primeiro jogo, contra a equipe do Maranhão, mostrou um time entrosado, de fácil toque de bola. Aos poucos, construíram um tranquilo 6 a 2 no placar. No entanto, o segundo compromisso, contra a equipe do Mato Grosso, complicou a vida das meninas. Nervosas em quadra, deixaram se envolver pelo toque de bola adversário e sofreram no placar: 9 a 1
Fonte: http://globoesporte.globo.com/ce
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