Nos 111
anos do Ceará, lembranças da homenagem à camisa alvinegra
“Eu já dei orgulho. Raiva. Muito mais orgulho que raiva. Já
fui beijada. Idolatrada. Virei manto. Fiz gente chorar. Fiz gente sorrir. Fiz
gente chorar e no minuto seguinte sorrir. Já fui lilás. Preta. Branca. Branca e
Preta. Já fizeram loucuras por mim. Fizeram juras por mim. Viraram a
casaca por mim. Eu já enxuguei suor. Lágrima. Sangue. Já fui rasgada.
Pisoteada. Massacrada. Mas me defendi. Eu tenho escudo. E nele tem
estrela. Cinco, na verdade. Eu já fui de Tiquinho. Gildo. Sérgio
Alves. Já joguei milhares de clássicos-rei. E fui rei. Eu já
enfrentei até Pelé. E acredite, venci. Eu já fiz coração bater 100 vezes por
minuto. Já fiz coração bater 150 vezes por minuto. Já fiz coração parar de
bater durante os 90 minutos. Um minuto de silêncio. Por quem gritou por
mim. Por quem vibrou por mim. Por quem morreu por mim. Porque eu tenho
tradição. Porque eu sou da nação. Eu sou alvinegra de coração. Eu sou listrada.
Eu sou amada. Eu sou eterna. Eu nasci em 1914. E não vou morrer nunca”.
Autoria
O texto acima, intitulado “Camisa Alvinegra”, foi escrito em
2012 pelo meu filho Marcel Barros, publicitário, com ilustração e arte de Diego
Mourão. Não conheço homenagem assim a outras camisas. Pode ser que
exista, mas desconheço. No texto presente, a
camisa alvinegra fala. Emociona. Tem vida. Dá um belo
recado.
Fonte: Diário do Nordeste/Coluna do Tom Barros
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