quarta-feira, 13 de maio de 2015

57 crianças estão sem leito em hospital infantil


Quem chega ao local se depara com meninos e meninas apresentando sintomas de dengue, sarampo e catapora

Ambulâncias de diversos municípios do Interior do Estado chegam durante todo o dia com mais pacientes, que, sem espaço adequado, são "acomodados" nos corredores da unidade, referência no tratamento infantil de crianças FOTO: ÉRIKA FONSECAAmbulâncias de diversos municípios do Interior do Estado chegam durante todo o dia com mais pacientes, que, sem espaço adequado, são "acomodados" nos corredores da unidade, referência no tratamento infantil de crianças FOTO: ÉRIKA FONSECA
Em meio ao caos na saúde pública, crianças com sintomas de dengue, sarampo, catapora e outras viroses lotam os corredores do Hospital Albert Sabin, na Vila União. Os pais e familiares dos pequenos pacientes reclamam da falta de médicos, consultas e atendimento prioritário aos doentes com necessidades especiais. Ao todo, foram registradas 57 crianças nos corredores.
Na entrada da unidade, na recepção e nos corredores, meninos com febre, tosse, dor de cabeças e manchas pelo corpo aguardam atendimento médico especializado ou mesmo a primeira consulta. Ambulâncias de diversos municípios do Interior do Estado chegam durante todo o dia com mais pacientes.
A dona de casa Dayane Nunes tentava, desde segunda-feira (11), levar seu filha, de 6 anos, com sintomas de dengue, ao hospital. Ela chegou por volta de 11h30 e saiu sem atendimento às 23h. Ontem, a mãe levou novamente a criança, e um exame de sangue diagnosticou o baixo número de plaquetas, confirmando o quadro de dengue. Dayane aguardou durante todo o dia a transferência da filha para um leito em outra unidade, mas não obteve resposta até a noite de ontem. "Nossas crianças estão sendo atendidas como animais. Falta alimento e medicação. É triste", lamentou a mãe.

Moradores de outros municípios também procuram a unidade por ser um centro de referência em atendimento especializado a crianças e adolescentes. Ana Raquel da Silva, 21, tia de um bebê de nove meses, enfrentou o sol e o transporte público, saindo de Maracanaú, para poder conseguir assistência para o seu sobrinho. "Estou desde 6h30 com o meu bebê. Ele deu duas convulsões dentro do coletivo, não sei o que fazer", revelou.
Foi constatado, em exame médico, que a criança estava com catapora. Conforme o documento, ela apresentou erupções cutâneas, coceira, falta de apetite, dores de cabeça e na barriga.
O Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará divulgou, no "Corredômetro" de ontem, o registro de 397 pacientes sem leitos, "acomodados" em corredores de hospitais de emergência de Fortaleza.
Deputados estaduais são barrados na entrada do Hospital Albert Sabin
Uma comissão formada pelos deputados estaduais Audic Mota, Danniel Oliveira, Silvana Oliveira e Walter Cavalcante foi barrada na entrada da Emergência do Hospital Albert Sabin e só conseguiu acesso após contato com a assessoria de comunicação da unidade. No local, os parlamentares constataram a superlotação. Ao tentar ingressar na unidade, o segurança vetou a entrada, apesar de o grupo ter se identificado como deputados.

Diretoria do hospital recebe comissão de parlamentares
Após o desentendimento, os partidários foram recebidos pela assessoria de imprensa e, em seguida, pela diretora do hospital, Marfisa Portela, que estava em horário de almoço. Segundo os deputados, ela informou que a unidade está sofrendo com a falta de leitos e verbas por parte do Estado. As informações e imagens coletadas no hospital serão apresentadas em uma audiência na Assembleia Legislativa.
O Hospital Albert Sabin informou, por meio de nota, que conta com 306 leitos divididos em enfermarias, observação, UTI Pediátrica, UTI Neonatal, oncologia e pós-cirúrgicos. Destes, 45 são de UTIs. Devido ao atual período sazonal e aumento progressivo da demanda, como casos de sarampo e coqueluche, a equipe foi reforçada.
Houve aumento da quantidade de leitos de retaguarda na Sociedade de Assistência e Proteção à Infância (Sopai, 80) e Hospital da Mulher (30), além do acréscimo de 15 leitos no Albert Sabin. Em média, 12 a 15 transferências são feitas por dia. Neste ano, até abril, 3.196 internações foram registradas. A equipe clínica e técnica diária, a cada turno, é de dez pediatras e sete enfermeiros e um auxiliar de enfermagem para cada seis leitos. A quantidade pode ser alterada para mais, segundo a demanda.
Fonte: Diário do Nordeste

Com bancada do CE dividida, emenda que direciona 30% das verbas do BNDES para o Nordeste é aprovada


Deputados ligados à base governista, inclusive cearenses, votaram contra o projeto

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Bancada cearense não foi unânime quanto a votação da medida, que direciona grande parte dos recursos do banco.
DIVULGAÇÃO
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 244 votos a 199, a emenda do deputado André Figueiredo (PDT-CE) à Medida Provisória 663/14, que direciona 30% dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a financiamentos para tomadores situados nas regiões Norte e Nordeste. Em seguida, a Ordem do Dia foi encerrada.
Vários deputados da base do governo e da oposição cobraram a aprovação da emenda. O líder do Pros, deputado Domingos Neto (CE), disse que a defesa dos recursos do BNDES para as regiões segue o que defende a Constituição para reduzir as desigualdades regionais.
Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), manifestou-se contra a cota regional para o BNDES. “Eu não faço política de discurso fácil. Não sou deputado regional, sou deputado do Brasil e, por isso, não posso pensar em uma região, desvinculada das outras”, afirmou.
Guimarães disse, no entanto, que nunca houve governo que investiu tanto na região quanto os governos do PT. Ele citou diversas ações do governo federal para apoiar a situação do Nordeste, como a transposição do rio São Francisco.
O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), no entanto, criticou a posição do governo. “Não pode ser esta a atitude do governo que quer ajudar a região. PT votando contra o Nordeste, a viúva e o desempregado”, disse.
O deputado Hugo Leal (Pros-RJ) lembrou que o Norte e o Nordeste já têm bancos de fomento regionais – o Basa e o Banco do Nordeste – e não necessitariam de recursos específicos do BNDES.
A MP 663 aumenta em R$ 50 bilhões o limite de recursos que o BNDES poderá emprestar com subvenção econômica da União, totalizando R$ 452 bilhões.
Confira como foi a votação da bancada cearense:
Adail Carneiro - Não
André Figueiredo - Sim
Aníbal Gomes - Não
Antonio Balhmann - Sim
Arnon Bezerra - Sim
Cabo Sabino - Sim
Chico Lopes - Sim
Danilo Forte - Não
Domingos Neto - Sim
Gorete Pereira - Sim
José Airton Cirilo - Sim
José Guimarães - Não
Leônidas Cristino - Sim
Luizianne Lins - Sim
Macedo - Sim
Moroni Torgan - Sim
Moses Rodrigues - Sim
Odorico Monteiro - Sim
Raimundo Gomes de Matos - Sim
Ronaldo Martins - Não
Vitor Valim - Sim

Fonte: Diário do Nordeste

domingo, 3 de maio de 2015

Estrutura de canal está ameaçada


O drama de destruição e medo das populações voltam a se repetir com elevação do nível da água do Rio Grangeiro

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Volume d'água elevado compromete a segurança de comunidades locais
FOTOS: ELIZÂNGELA SANTOS
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O risco de cheias no Canal do Rio Grangeiro deixa o município em alerta permanente. O temor maior da população é que as novas chuvas agravem os problemas de infraestrutura , principalmente, na cidade do Crato
Crato. Um rio que se tornou um grande escoadouro de esgoto a céu aberto e passou a ser conhecido como o 'canal do medo' tem sido a grande preocupação em tempos de chuvas no Crato. Semana passada, uma precipitação de 162 milímetros voltou a causar estragos. A ameaça de cheias do Canal do Rio Grangeiro deixa a cidade em alerta constante. Comerciantes de áreas centrais, em 2011, chegaram a amargar prejuízos de até 100% das suas mercadorias e esperam ainda hoje serem ressarcidos de processo contra a administração pública, pelo que consideram negligência.
Em 2012, outra precipitação de 162mm voltou a inundar a cidade e, na madrugada do último dia 23 de abril, mais uma vez uma chuva com o mesmo volume de água, em termos de milímetros, provocou nova cheia do canal. Na ocasião, a incidência arrastou veículos, invadiu casas e estabelecimentos comerciais, além de deixar um rastro de terra e lama nas ruas. Um pesadelo para moradores e trabalhadores que convivem com uma situação que se agrava a cada chuva.
A administração aguarda liberação de verba de R$ 1,2 milhão, por parte do Ministério da Integração Nacional (MIN), para elaboração de projeto específico para resolver o problema.
Saneamento
O poder público aposta em um projeto de saneamento para conter a quantidade de água despejada no local, além da construção de bacias de amortecimento, nas áreas do Grangeiro e Lameiro, para controle da água que chega ao canal e atravessa a cidade, a partir do bairro Pimenta. Da Chapada do Araripe, a água vem como uma avalanche, que desemboca nas ruas em grande velocidade, carregando tudo que tem pela frente.
O secretário da Cidade, José Muniz, afirma que o canal tem sido uma grande preocupação para o Crato há muitos anos. Ele destaca momentos ruins, em que viu parte da cidade praticamente destruída pelas cheias. Uma grande força-tarefa foi mobilizada, inclusive com a Defesa Civil, para conseguir abrigos para as pessoas. No dia 23, ele disse que às 5 horas havia mobilizado trabalhadores e abastecido máquinas para realizar uma limpeza e recuperação da cidade.
Moradores temem novas precipitações
Crato. O saldo da chuva em pleno final de abril último foi de mais estragos para o Cariri, especialmente para o Crato, que tem convivido com o drama das enchentes. Os prejuízos da parte de alguns moradores permanecem sendo contabilizados. O acesso à Escola 18 de maio continua prejudicado. Parte do canal cedeu, abrindo uma enorme área de entulhos e colocando uma residência na iminência de ruir.
A ponte de acesso ao mercado Walter Peixoto ainda se encontra destruída. Comerciantes e moradores voltam a preparar as placas de proteção nas portas dos seus estabelecimentos e a construir paredes.
Tudo isso remete aos momentos traumáticos de 2011, em que ninguém esperava perder praticamente tudo o que tinha. O comerciante Ney Pereira lembrou que obteve prejuízo em seu estabelecimento comercial, que chegou a ser tomado com mais de um metro de água. A parede construída em seu armazém, na semana passada, fecha mais uma das portas. "Foi mais um susto no dia 23 de abril, quando a gente ficou esperando passar a chuva da madrugada e imaginando chegar ao local e ver tudo destruído", disse.
Já o comerciante Antônio Osmar Araújo contou que chegou a perder tudo que tinha em 2011. Não tinha se preparado para o pior. A barreira de alvenaria que tem hoje nas portas do estabelecimento teria minimizado as perdas. Ele aguarda solução do poder público, ao mesmo tempo em que diz perder a fé nos gestores para chegar a uma solução. A moradora Antônia Rodrigues de Alencar afirma que chegou a assistir a torrente que arrastou parte do canal na semana passada. Para ela, ver tanta água com toda a força e velocidade é algo assustador. "Uma destruição de dar medo", afirmou.
Mais informações:
Prefeitura Municipal de Crato
Telefone: (88) 3586-8000
Cogerh
Centro Administrativo do Cambeba
Fortaleza
Telefone: (85) 3218.7020
Elizângela Santos
Colaboradora

Fonte: Diário do Nordeste

Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda (4)


Público-alvo inclui crianças de 6 meses a menos de 5 anos, trabalhadores de saúde, gestantes, mulheres com até 45 dias pós-parto, população indígena, idosos a partir dos 60 anos, portadores de doenças crônicas, presos e funcionários do sistema prisional

Começa, na próxima segunda-feira (4), em todo o Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. No Ceará, a meta é vacinar no mínimo 80% do público-alvo, que corresponde a 2.001.362 pessoas. 
Os grupos prioritários são crianças de 6 meses a menos de 5 anos, trabalhadores de saúde, gestantes, mulheres com até 45 dias pós-parto, população indígena, idosos a partir dos 60 anos, portadores de doenças crônicas, presos e funcionários do sistema prisional
Durante a mobilização, será oferecida a vacina Influenza Trivalente, que protege contra aInfluenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B (sazonal). Os postos de sáude também irão disponibilizar a imunização contra a Hepatite B, para intensificação na faixa etária de até 49 anos. 
Dia D
O Dia D da campanha está marcado para 9 de maio. Na ocasião, o trabalho de imunização será realizado juntamente a 28.180 profissionais, 1.800 veículos terrestres para vacinação, 2.394 postos fixos, 1.200 postos volantes, unidades de saúde com salas de vacina, instituições de idosos, hospitais e domicílios no Ceará. 
A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais. 
A gripe comum, como é conhecida, pode levar a complicações graves e ao óbito, especialmente nos grupos de alto risco para as complicações da infecção (crianças menos de 5 anos de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais). 

Fonte: Diário do Nordeste

Mais 200 mil motos saíram por consórcio no CE em dois anos


Participação desta modalidade no Ceará supera a média nacional e representa uma alta de 4,9% ante 2013

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A expansão no mercado de motos através de consórcios no Estado em 2014 acelerou 57,6%. A porcentagem apresentada pelo mercado cearense supera a média nacional
FOTO: JOSÉ LEOMAR
A participação dos consórcios nas vendas de motocicletas tem aumentado no Ceará. Em 2014, o número de veículos de duas rodas vendidas através da modalidade aumentou 4,9% em relação ao ano anterior. De acordo com a Assessoria Econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), em 2013 os consórcios eram 52,7% dos casos de vendas de motos. Em 2014, a porcentagem saltou para 57,6%.
A porcentagem apresentada pelo mercado cearense supera a média nacional. No País, 53,9% das vendas de motos em 2014 foram por consórcios. No ano de 2013, a participação era de 46,5%. O Estado tem se destacado no mercado de venda de motocicletas de maneira positiva. Somente nos últimos dois anos, mais de 200 mil novos veículos duas rodas foram registrados e passaram a circular pelas ruas. Em 2014 foram contabilizadas 1.248.642 motos contra 1.048.571 em 2012.
A Região Nordeste como um todo, registrou 61,6% de participação no ano passado. No ano anterior, os consórcios corresponderam a 55,6% das transações para compra de motos.
Retração de 12%
Em contrapartida, no primeiro bimestre deste ano de 2015, as vendas de consórcios dos veículos de duas rodas em todo o País apresentaram retração de mais de 12% em relação a igual período do ano anterior.
De acordo com a Abac, foram cerca de 188 mil novos consórcios de motos firmados entre janeiro e fevereiro deste ano. Nos dois primeiros meses de 2014, 215 mil cotas haviam sito negociadas. A redução foi de 12,6% vendas a menos. Apesar dos dados, o Brasil bateu recorde no total de consórcios contratados. A média diária de 10,3 mil adesões registradas em janeiro e fevereiro de 2015 foi 4,6% maior que as 9,85 mil contabilizadas no primeiro bimestre de 2014.
O total de participantes ativos atingiu 6,26 milhões em todo o Brasil, em fevereiro. Com 7,6% mais que os 5,82 milhões daquele mês no ano passado, o volume também bateu o recorde histórico da modalidade.
Crédito encolheu
O volume de créditos comercializados, no acumulado do período dos dois primeiros meses do ano, também encolheu. Entre janeiro e fevereiro de 2014, R$ 2,37 bilhões foram negociados. Já em 2015, em igual período, o valor caiu para R$ 2,09 bilhões, uma retração de 11,9%.
Para o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, ainda há motivos para comemorar os números obtidos no primeiro bimestre. "Apesar da retração, o País apresentou crescimento no número de participantes ativos em consórcios. Hoje estamos tendo volume, as cotas continuam sendo vendidas, comercializadas todos os meses. O volume de formação de grupos está sendo maior que o de encerramento. A entrada de clientes tem sido maior que a saída", comentou.
Segundo Rossi, o momento de instabilidade econômica influenciou no resultado final do período. Contudo, o presidente da Abac se mantém otimista quanto ao futuro do mercado a médio prazo.
"A gente entende que esse é um momento passageiro, há uma grande oportunidade para os consumidores pensarem a médio e longo prazo. Acreditamos que a crise vai passar logo e o consumidor deve se preparar para encarar momentos melhores. Já passamos por várias crises econômicas e percebemos que logo após vem momentos de bonança", afirmou.
Continua uma boa escolha
As vantagens de um consórcio, conforme Rossi, atraem e satisfazem os clientes. Desta forma, o presidente lista os motivos que fazem da modalidade ainda uma boa escolha. "A prestação é relativamente baixa, cabe no orçamento. Os prazos giram em torno de 50 a 60 meses. Dificilmente se consegue um financiamento com esse prazo tão longo. Consórcio oferece essa vantagem, com a possibilidade de ele ser contemplado pelo sorteio a qualquer momento ou oferecer um lance. O custo de consórcio é bastante acessível e ele tem o poder de quem compra à vista", enfatizou.
Mercado
Para quem atua diretamente no dia a dia com o consumidor, a constatação é direta: o mercado está retraído, mas o consórcio é a esperança. O gerente da Sam Motos Yamaha, Thiago Viana, relatou que observou redução nas vendas de 12% neste ano, em comparação com 2014.
O gerente comercial da Fort Motos Honda Messejana, Robério Rayol, acompanhou o discurso, mas disse vislumbrar melhoras em breve. Os dois, contudo, concordam que os consórcios são a melhor alternativa para os clientes e para os empresários. Viana relata as dificuldades de financiamento como motivo.
"Para obter um financiamento, o cliente tem de ter um perfil muito bom. Hoje, só se financia com 20% de entrada e em no máximo 36 vezes. Só temos três opções de bancos. Então, o consórcio é o futuro para a sobrevivência (do mercado), é o futuro do ramo de duas rodas", afirma Viana. Rayol concorda, enfatizando que o consumidor é atento aos benefícios da modalidade.
Levi de Freitas
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

Defesa do Consumidor possui expectativa futura negativa


Uma das necessidades apontadas para o bom funcionamento do 4G é a fiscalização do poder público

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O Decon enviou às empresas de telefonia exigindo detalhes da implantação do 4G
FOTO: KELLY FREITAS
Mesmo com a rápida expansão protagonizada pelo 4G no País e com projeções otimistas para a eficiência da rede por parte de especialistas na área de telecomunicações, as expectativas das entidades e órgãos de defesa do consumidor para a qualidade dessa tecnologia não são nada boas. As reclamações relativas ao serviço ainda não são muito expressivas, mas o histórico de atuação falha das operadoras com telefonia e 3G deixam mais atentos e exigentes os usuários e os fiscalizadores do produto.
Sem acreditar no cumprimento do prazo de expansão do 4G estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - que prevê a cobertura de todas as cidades com mais de 30 mil habitantes até dezembro de 2017 -, o advogado e professor da área de Direitos do Consumidor da Universidade de Fortaleza (Unifor) Hércules do Amaral questiona os valores cobrados pelas operadoras. "A tarifação dos serviços continua sendo desproporcional à sua essencialidade", atesta.
A conexão com a internet, lembra Amaral, viabiliza relações de trabalho, pesquisa e desenvolvimento, daí a importância que se tenha um serviço de qualidade dessa rede no País, seja ela móvel ou não. "Ficamos sempre atrás dos outros países em relação a esse serviço. Tem apelo de venda, o consumidor quer esse produto, mas não estou muito convicto de que o 4G se consolide", pondera.
Abrangência
Os valores dos pacotes oferecidos pelas operadoras também são apontados, pela diretora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, como pontos que merecem atenção no momento em que for fechado um contrato para o uso de 4G. "Antes de contratar e pagar tem que avaliar a abrangência, ver se o sinal tá chegando. O 4G tem mais velocidade, mas não é em toda região que consegue acessar", orienta.
Para Maria Inês, a internet móvel é muito cara no País e "o consumidor não pode desperdiçar dinheiro se não tem a qualidade desejada". E a lista de problemas que os usuários enfrentam com o 3G, acrescenta a diretora da Proteste, gera certo receio quanto à qualidade da quarta tecnologia.
Fiscalização
Existe um ponto, entretanto, que é consenso entre os especialistas como condicionante para a prestação do serviço de 4G eficiente, que é a fiscalização, principalmente a que é realizada, ou pelo menos deveria ser feita, pela Anatel. Amaral é categórico ao definir a atuação da Agência: "É o sonho de qualquer operadora, com um serviço omisso, distante e ineficiente".
Definindo o setor como "negligenciado" em termos de regulamentação, o advogado acredita que uma fiscalização mais rigorosa seria suficiente para que as operadores melhorassem a qualidade do serviço. "Tem quatro players no mercado, mas eles não conseguem superar o limite de uma qualidade sofrível", reforça Amaral.
A falha na fiscalização também é apontada como problema pela diretora da Proteste e pelo presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Eginardo Rolim. Na visão do advogado, a telefonia como um todo exige mais atenção da Anatel.
"Recentemente, tivemos um problema com a TIM, que acabou gerando a suspensão da venda de novas linhas por um tempo, e isso nos fez verificar que não havia fiscalização direta voltada para o controle de qualidade do serviço", constata Rolim. Segundo ele, a fiscalização da agência decorre muito mais das reclamações registradas pelos consumidores do que de uma ação preventiva de controle.
"Aguardar a reclamação do consumidor pode não ser eficiente porque nem sempre ele reclama, principalmente de qualidade de serviço. Às vezes, os custo-benefício dessa reclamação não vale a pena", argumenta Rolim.
O advogado sugere, para os casos de telefonia, por exemplo, que a Anatel cruze o número de linhas com a capacidade das redes e torres disponíveis de cada operadora, e assim fazer um balanço do serviço.
Decon exige detalhes
No intuito de acompanhar a expansão do 4G no Estado e garantir que os consumidores tenham acesso às informações dos planos oferecidos pelas operadoras, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor no Ceará (Decon-CE) enviou, na última sexta-feira, um ofício às quatro companhias que oferecem os serviço aqui.
O documento exige que as empresas apresentem, em um prazo de dez dias, detalhes sobre a implantação da tecnologia, que incluem informações como as áreas em que o 4G está disponível, os modelos de aparelhos compatíveis com o serviço e se ele é extensível às modalidades pré e pós pagas. Caso as operadoras não cumpram o prazo estabelecido pelo Decon-CE, estão sujeitas a sofrer penalidades administrativas.
Recurso investido é alto, mas indefinido
Quando da implantação do 4G no Brasil, em 2013, com a promessa de melhorar a conectividade entre os usuários em virtude da Copa das Confederações, a projeção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) era de que as operadores investissem R$ 4 bilhões na tecnologia em dois anos. Passado este tempo, o valor investido, segundo as teles, supera bastante a meta da agência, mas as empresas não detalham o que foi aplicado unicamente na quarta geração da tecnologia móvel, o que deixa, no consumidor, uma ponta de dúvida em relação ao cumprimento dessas aplicações financeiras e melhorias.
A TIM, líder de cobertura 4G no Ceará, foi uma das vencedoras do leilão de faixas de 700 MHz, em setembro do ano passado, com um lance no valor de R$ 1,9 milhão. No triênio 2012-2014, o investimento total da operadora foi de R$ 11 bilhões, enquanto que para o período 2015-2017, a aplicação prevista é de R$ 14 bilhões.
Cerca de 90% desse valor será destinado à infraestrutura de rede, segundo informou a companhia. Hoje, o número de clientes que usam o 4G da TIM ultrapassa os 2,5 milhões de pessoas, de acordo com a empresa. "A curva de adesão dos clientes foi bem maior do que na época do 3G. Há um ano atrás estávamos com 500 mil usuários e hoje crescemos cinco vezes isso", destacou o diretor de implementação de Redes da TIM Brasil, Marco Di Costanzo.
Já a Vivo, que detem a maior fatia de usuários no País, informou apenas o valor investido pela empresa entre 2011 e 2014, em todo o País: R$ 24,3 bilhões nas operações em todo o território brasileiro, o que corresponde a cerca de R$ 6 bilhões por ano.
Segundo a operadora, nesse montante estão incluídos "a expansão de cobertura e da tecnologia 4G, investimentos em qualidade de rede, lançamentos de produtos e serviços", sem detalhar, contudo, quanto foi destinado para cada área. Em Fortaleza, a Vivo disponibiliza o 4G em 42 bairros, e também no município de Aquiraz, na região metropolitana. O 3G da Vivo está disponível em 62 cidades do Ceará, segundo a companhia.
Oi e Claro
A Oi, que também oferece o serviço de 4G no Estado, investiu aproximadamente R$ 125 milhões somente no ano passado, no Ceará. A prioridade das melhorias promovidas pela operadora são "Operações, Engenharia e TI, para melhoria da qualidade do serviço aos clientes em todas as regiões", de acordo com comunicado enviado pela assessoria. Ainda no ano passado, a companhia implantou 146 novas bases para a instalação de antenas 2G, 3G e 4G.
Em Fortaleza, garante a operadora, o 4G da Oi abrange mais de 90% de cobertura e é alicerçada na "estratégia de redes heterogêneas para otimizar a performance da rede".
A Claro informou que investiu, até o final de 2014, "R$ 6,3 bilhões em infraestrutura e novas tecnologias em todo o Brasil", mas não detalhou, também, para quais setores ou melhores esses valores foram aplicados. Com aproximadamente 6 mil clientes usuários de 4G na capital cearense, a companhia prevê ampliações de cobertura em Fortaleza e mais três cidades cearenses até o fim de 2015.
Sem controle das Erbs
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) emitiu apenas duas licenças ambientais referentes a antenas 4G em Fortaleza, nos últimos dois anos. O número de equipamentos instalados na Capital, no entanto, pode ser bem maior, informou a pasta, uma vez que o interessado não precisa informar, na solicitação de autorização, o tipo de sinal que o equipamento vai emitir. A lei ambiental e urbanística, segundo informou a Seuma, não prevê diferença na requisição de antenas 4G ou 3G, desde que todas obedeçam aos mesmos critérios previstos na Lei nº 8914/2004.

Fonte: Diário do Nordeste