Policiais do Senado "descontentes" procuraram PF, diz ministro da Justiça
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que a operação que levou à prisão quatro policiais legislativos do Senado acusados de tentar obstruir a Operação Lava Jato teve início a partir de informações fornecidas por policiais do Senado "descontentes" com a atuação dos colegas.
Moraes concedeu entrevista à imprensa na sede da Polícia Federal nesta sexta-feira (21), após se reunir com o superintendente da PF, Leandro Daiello Coimbra.
"É importante também que se diga que essa investigação se iniciou a partir de membros da própria Polícia do Senado Federal que procuraram a Polícia Federal expondo esses desvios de finalidade", disse o ministro.
Foram presos o chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, e os policiais Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares. A ação, que conta com o apoio do Ministério Público Federal, foi pedida pela Procuradoria-Geral da República.
O ministro também rejeitou a possibilidade de a operação ter precipitado uma crise institucional entre a Polícia Federal e a Polícia do Senado.
"Pra ficar bem claro: aqui que não há nenhuma disputa ou nenhum problema entre a Polícia Federal e a Polícia do Senado Federal.
Integrantes da própria Polícia do Senado Federal, descontentes com o que segundo eles seriam ilegalidades praticadas para a obstrução da Operação Lava Jato procuraram a Polícia Federal, que tem o dever constitucional e legal de agir. E agiu amparada pela concordância do Ministério Público Federal e com ordem judicial", afirmou Moraes.
Segundo o ministro, as investigações mostram até o momento que os quatro policiais do Senado presos praticaram atos em "desvio de finalidade" com o objetivo de interferir na Operação Lava Jato.
A principal suspeita é de que eles realizaram varreduras nas casas de senadores para identificar e remover eventuais grampos autorizados pela Lava Jato.
O Ministério Público Federal informou que as investigações tiveram início a partir de um acordo de delação premiada de um policial legislativo. O ministro não detalhou se as informações foram obtidas em um acordo de colaboração.
Fonte: uol.com.br
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