domingo, 22 de setembro de 2013

Setor quer abrir portas nos feriados


A Fecomércio defende que as lojas não fiquem fechadas durante o dia inteiro quando houver jogos na Capital

Para a Copa do Mundo de 2014, o varejo espera que não sejam repetidos os mesmos erros da Copa das Confederações, sobretudo com relação aos feriados. "A grande justificativa para recebermos a Copa do Mundo era o retorno econômico que o evento traria. Se for repetir o feriado, a gente vai estar negando a principal justificativa para atrair o evento para cá", enfatiza o assessor econômico da Fecomércio-CE, Alex Araújo.

O comércio varejista precisa começar a pensar em opções criativas para driblar o impacto de um possível fechamento de portas Foto:Natinho Rodrigues

"A Copa das Confederações não é o espelho do que se espera para a Copa do Mundo. A gente acredita que a infraestrutura de mobilidade esteja concluída até lá, aí não haverá a necessidade de feriados. Esperamos também um número maior de visitantes de outros estados e países e que estes visitantes permaneçam aqui por mais tempo, que tenham uma estadia mais longa. A gente acredita que a Copa do Mundo vai ser um evento totalmente diferente da Copa das Confederações", acrescenta.

A fim de evitar que a Copa do Mundo seja uma "reprise" da Copa das Confederações, as entidades do setor já começaram a conversar com representantes do governo estadual e municipal, buscando encontrar um denominador comum para que não haja prejuízos para o comércio, nem para a realização do evento.

Contato com gestores

"Já estamos trabalhando para que no ano que vem não tenhamos mais surpresas. Estamos sensibilizando nossos gestores para que possamos vivenciar a Copa, fazer parte dela. Não justifica eu convidar o comércio para trabalhar para a Copa e depois não participar. Estamos trabalhando com o Domingos (Neto, titular da Secretaria Especial da Copa em Fortaleza), o prefeito (de Fortaleza, Roberto Cláudio) e o Ferrucio (Feitosa, Secretário Especial da Copa 2014 do Ceará) para que possamos achar uma maneira diferente para enfrentarmos esse problema", adianta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Fortaleza, Freitas Cordeiro.

Durante os jogos
O presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão, destaca que os contatos com a Prefeitura de Fortaleza já foram iniciados a fim de esclarecer como será o funcionamento do comércio no mundial de futebol do próximo ano. "Na ocasião, acredito que os lojistas podem trabalhar de maneira diferenciada.

Trabalhar meio expediente nos dias de jogos, por exemplo, é algo que já estamos conversando com a Prefeitura. Estamos conversando e buscando meios junto à prefeitura. Obviamente que durante o horário do jogo do Brasil ninguém vai comprar nada, pois isso já é cultura, todos param. Não é só Fortaleza", diz Luís Gastão.

"É importante frisar que a Copa das Confederações não tem o mesmo impacto de uma Copa do Mundo. O público é bem maior. A expectativa de negócios é bastante positiva, pois as pessoas vêm dispostas a ver o jogo, gastar e participar de uma festa", complementa.

Com seis jogos da Copa de 2014 marcados para a Arena Castelão, sendo apenas um no domingo (os demais serão em dias de sábado, terça-feira e sexta-feira), e com o grande atraso no andamento das obras de mobilidade urbana destinadas ao evento, a questão dos feriados nestes dias - entendidos como uma forma de melhorar o trânsito e a segurança pública na cidade - ainda segue indefinida.

Assim, além de seguir investindo em capacitação da mão de obra, o comércio varejista precisa começar a pensar em opções criativas para driblar o impacto de um possível fechamento de portas não planejado. (DM)

O QUE ELES PENSAM
Faltas não devem ser repetidas
"O varejo foi altamente prejudicado na Copa das Confederações, pois, nos dias de jogos, o comércio foi fechado. Os turistas que vieram para os jogos poderiam ter ido fazer compras pela manhã, por exemplo, mas não puderam. O mês todo foi muito ruim. O setor de serviços cresceu bastante, mas venderam só turismo e praia e se esqueceram de vender o artesanato, que é do nosso setor. A gente espera que não haja feriados na Copa do Mundo de 2014. Não justifica que o comércio feche porque vai haver o jogo de uma seleção que não tem nada a ver com o público local".

Cid AlvesPresidente do Sindilojas

"Tivemos um bom resultado na Copa das Confederações, mas não houve um fluxo grande de estrangeiros. Foi um momento importante para os empresários prepararem seus equipamentos e seus colaboradores. A Copa das Confederações veio mais como uma base para a próxima, que a gente espera que seja bem melhor. Constatamos que ainda temos muito para avançar em atendimento e continuamos nos preparando. Outro desafio, contudo, é a captação de pessoal. Vamos gerar cerca de 1.000 postos de trabalho e, o pessoal que for contratado no fim do ano, vamos tentar segurar até a Copa".

Fátima QueirozPres. da Ass. dos Barraq. da Praia do Futuro

"Na Copa das Confederações, nós não tivemos acesso aos turistas devido ao bloqueio de ruas e divisão do Castelão. Os taxistas se capacitaram para atender aos turistas estrangeiros e renovaram a frota, mas não tiveram condições de oferecer seus serviços. Esperamos que na Copa do Mundo seja diferente, que o taxista tenha seu ponto sinalizado, ao lado do estádio, para que o turista se sinta seguro em utilizar o serviço. O taxista é o cartão-postal de uma cidade. Precisamos de mais atenção nesse sentido. Isso já melhorou nos eventos que ocorreram após a Copa das Confederações".

Vicente de Paula OliveiraPresidente do Sinditaxi   

Fonte: Diário do Nordeste

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