sábado, 29 de junho de 2013

Deputados aprovam atuação da Polícia

Parlamentares alegam que a PM agiu dentro da legalidade e não foi mais repressora por conta do Ministério Público

Mais uma vez os pronunciamentos dos deputados da Assembleia Legislativa estiveram em consonância com os protestos ocorridos durante os jogos da Copa das Confederações e com as medidas tomadas pelo Congresso para amenizar tais manifestações. Na manhã de ontem, Ely Aguiar (PSDC) chegou a dizer que sentia saudades da época da Ditadura Militar e incitou a Polícia a utilizar armas letais contra os manifestantes
O parlamentar mostrou as manchetes dos principais jornais do Estado a ressaltou que carros da imprensa foram depredados e incendiados. "Se eu fosse o comandante da Polícia, eu mandava o ´pau comer´. É nessas horas que eu sinto saudade da ditadura", disse o parlamentar, que também é radialista. Ele afirmou ainda que o prejuízo para uma concessionária no local foi de mais de R$ 4 milhões.

"São manifestantes ou são bandidos? São bandidos, delinquentes e deveriam estar atrás das grades", reclamou, lembrando que o governador Cid Gomes foi para a Europa "quando começou o arrocho".

Segundo disse, "a Polícia deveria meter bala" nos vândalos que depredaram o patrimônio público e privado. Ele ainda questionou como serão as manifestações na Copa do Mundo. Para Ely Aguiar, a Polícia não está sendo mais incisiva em seus atos porque é patrulhada e observada pelo Ministério Público. "Queria saber se esses vândalos fossem incendiar a sede do Ministério Público, o que os promotores diriam", disse. Para ele, o Executivo deveria ir à televisão mostrar apoio aos manifestantes, mas também dizer que irá ser mais rígido com os vândalos.

Terrorismo

Para o deputado Manoel Duca (PRB), que é primeiro tenente da reserva militar, somente a bala de borracha não serve mais para conter os atos de vandalismo no País, defendendo medidas mais eficazes da Polícia para com o "terrorismo" que está acontecendo durante os protestos. Ely Aguiar criticou ainda os representantes dos Direitos Humanos, que, segundo ele, estão defendendo os "criminosos". "Eles deveriam ir era à casa das pessoas que sofreram os ataques desses terroristas".

A peemedebista Silvana Oliveira defendeu o governador Cid Gomes, afirmando que ele tentou levar o equilíbrio para ver o que o povo, realmente, quer. Ela citou, por exemplo, a tentativa de se fazer um plebiscito para a população decidir se quer ou não a construção do Acquário. O deputado Fernando Hugo (PSDB) parabenizou a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil (SSPDS), que, segundo ele, fizeram "pouco" contra os manifestantes.

O tucano lembrou que, ao ouvir os ministros do Supremo Tribunal Federal e juristas, a presidente Dilma Rousseff voltou atrás com a ideia de propor um plebiscito para iniciar uma constituinte visando discutir a Reforma Política. "Ela juntou todo mundo e num rasgo inconteste de querer enganar o povo, propõe a realização de um plebiscito para o povo brasileiro responder perguntas sobre o que deve ser votada em uma Reforma Política", reclamou, ressaltando que nem mesmo os políticos sabem o que é melhor para a Reforma.

Corrupção

Para a petista Rachel Marques, a raiz da corrupção está no desconhecimento da política e, segundo ela, o que o povo quer no momento é participar. Em resposta às falas de Marques, Fernando Hugo propôs que ela pedisse à presidente Dilma que fosse solicitada a saída do Congresso Nacional dos deputados federais José Genoíno (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no caso do Mensalão.

Roberto Mesquita (PV) chamou de "insanidade" a tentativa de plebiscito sobre a Reforma Política, mas defendeu a tentativa da presidente de negociar melhorias para o País. O peemedebista Perboyre Diógenes afirmou que existe sim tempo para votação de um plebiscito sobre a Reforma Política e disse que querem tirar o foco da discussão.

Antônio Carlos disse que os pronunciamentos de seus pares são contraditórios, com argumentos insustentáveis, visto que a população tem o direito de participar das decisões da política nacional. Nós somos acostumados, infelizmente, à participação do povo? O povo não é só massa de manobra, não. O povo está acompanhando", afirmou.

O petista também criticou os que atribuem à situação apenas ao Governo do PT. "Eles nunca falam aqui das grandes estruturas de corrupção que aconteceram no Governo do Fernando Henrique Cardoso", questionou.

Siglas apontadas como ´esclerosadas´

O deputado Professor Teodoro (PSD) quer discutir com a população e sociedade civil a importância da essência política e as manifestações que ocorreram nas últimas semanas em cidades de todo o Brasil. Para isso, o parlamentar apresentou um requerimento propondo a realização de uma audiência pública visando a um debate sobre o tema.

Em seu pronunciamento, ontem, na Assembleia Legislativa, ele defendeu a implantação de uma ampla Reforma Política no País. Defendendo as falas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, lembrou que a crise no País teve início a partir dos partidos políticos, que se transformaram em verdadeiros "cartórios" para atender apenas aos comandos de seus dirigentes, deixando a população em segundo plano.

As siglas estariam "esclerosadas", para o deputado, por isso seria necessário a realização urgente de uma profunda Reforma Política nas agremiações. "Na dimensão política, temos que ultrapassar o momento da violência e reconhecer o direito do outro. Todos somos a favor dos partidos. Mas, desde o século passado, percebe-se uma necessidade de modernização da representatividade e revitalização dos partidos", apontou.

O deputado Dedé Teixeira (PT) observou que os debates provocados pelos movimentos garantiram um avanço ao Congresso, em sintonia com as ruas. Segundo ele, o Senado está "desarquivando" o Projeto de Lei do passe livre e garantiu 75% dos royalties para educação e 25% para a saúde. "Essas foram reivindicações da população, como também a derrubada da PEC 37. Esses assuntos jamais seriam trazidos ao Congresso se não houvesse manifestações", ressaltou.

Fernando Hugo alegou que, como democracia, o País não pode viver sem partidos, sem líderes. Segundo ele, os congressistas foram escolhidos pelo povo. O tucano defendeu ainda que a presidente Dilma Rousseff iniciasse a limpeza moral dentro do PT, se empenhando a tirar da Câmara Federal os deputados João Paulo Cunha e José Genoíno, que foram condenados no julgamento do Mensalão. Por sua vez, a deputada Silvana Oliveira (PMDB) disse que a população precisa cortar a própria carne e questionar como se está votando hoje. 


FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE 

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