MP apura ´incentivo´ ao vandalismo
Segundo promotor, ´vândalos são oriundos de gangues´, cuja
participação é estimulada por alguém
O entorno do Estádio Arena Castelão, na quinta-feira (27), presenciou mais um dia de tensão e temor. A manifestação que se dirigiu à Avenida Dedé Brasil, no bairro Serrinha, começou pacífica, entretanto, assim como as outras, não terminou bem. O movimento foi acompanhado por uma equipe de promotores do Ministério Público Estadual do Ceará (MP/CE). O coordenador adjunto do Centro de Apoio Operacional do Controle Externo da Atividade Policial (Caocrim), do MP-CE, promotor José Filho, afirmou, ontem, que acredita na existência de incentivadores dos atos de vandalismo e depredação ocorridos.
O entorno do Estádio Arena Castelão, na quinta-feira (27), presenciou mais um dia de tensão e temor. A manifestação que se dirigiu à Avenida Dedé Brasil, no bairro Serrinha, começou pacífica, entretanto, assim como as outras, não terminou bem. O movimento foi acompanhado por uma equipe de promotores do Ministério Público Estadual do Ceará (MP/CE). O coordenador adjunto do Centro de Apoio Operacional do Controle Externo da Atividade Policial (Caocrim), do MP-CE, promotor José Filho, afirmou, ontem, que acredita na existência de incentivadores dos atos de vandalismo e depredação ocorridos.
"Os
vândalos são oriundos de gangues dos bairros da Capital e iremos investigar
quem os está estimulando. Existe alguém incentivando a participação destas
gangues", afirmou Filho.
Para o promotor, há dois grupos distintos entre os manifestantes: os pacíficos e os vândalos. José Filho acredita que é possível a Polícia identificar quem é quem e separá-los, para evitar confrontos. "Quem vai para a manifestação com a intenção de cometer crime vai de rosto coberto. Os pacíficos vão de corpo descoberto, com faixas, esses não são vândalos", avalia
Para o promotor, há dois grupos distintos entre os manifestantes: os pacíficos e os vândalos. José Filho acredita que é possível a Polícia identificar quem é quem e separá-los, para evitar confrontos. "Quem vai para a manifestação com a intenção de cometer crime vai de rosto coberto. Os pacíficos vão de corpo descoberto, com faixas, esses não são vândalos", avalia
Recomendações
O coordenador ainda afirma que deu sugestões ao comandante da Polícia Militar do Ceará, coronel Werisleik Pontes Matias, sobre como agir com os manifestantes sem utilizar da violência para retirar os vândalos.
"Eu sugeri ao comandante que usasse o serviço da inteligência e os agentes infiltrados para retirar os vândalos que eles estejam enxergando sem que seja necessário usar bombas de gás lacrimogêneo ou balas de borracha. Isso evitaria inocentes de serem atingidos", garantiu. Além disso, foi feito o pedido de não serem arremessadas bombas de helicópteros sobre os manifestantes.
José Filho afirmou que o Ministério Público instaurou Procedimento de Investigação Criminal (PIC) para investigar as manifestações e aguarda por vídeos e fotos enviados pela população para fazer a triagem e iniciar as apurações. O material deve ser enviado para o e-mail manifestacoes.denuncia@mp.ce.gov.br.
Durante a manhã de ontem, entretanto, um dos representantes do MP/CE adiantou que, durante a manifestação de quinta, sob sua ótica, não foram observados abusos por parte da PM, que evitou o revide o máximo que pôde. Segundo os promotores, materiais de conflitos anteriores poderão ser utilizados, e a conclusão dos trabalhos deverá ocorrer em até 90 dias.
Detidos
Das 97 pessoas encaminhadas ao 16º Distrito Policial (DP) por atos na manifestação de quinta-feira, quatro jovens (três homens e uma mulher) foram presas em flagrante por dano ao patrimônio público e só foram liberadas após o pagamento de fiança de R$ 2 mil - R$ 500 por cada detido - pelo vereador Ronivaldo Maia (PT). Os outros 93 manifestantes foram presos por incitação à violência e liberados ainda na noite de quinta-feira.
O parlamentar afirma que foi acionado por telefone por movimentos sociais, como o Movimento Hip Hop e a Marcha Mundial das Mulheres, que relataram a situação dos detidos. "Fui em solidariedade e fico feliz de ter pago, acredito que minha atitude foi correta", frisou.
Maia relata que, ao chegar no 16º DP, os jovens confirmaram a participação no protesto, mas negaram a depredação. Após o pagamento, foi decidido, então, uma cota para reembolsar Maia. O vereador João Alfredo (PSol) é um dos que vão colaborar.
Ele também compareceu ao 16º DP após as manifestações e afirmou que vai contribuir, pois os detidos alegaram inocência. "Um deles estava dentro de casa quando foi levado pela Polícia, e outro era um trabalhador que estava indo para seu local de trabalho", disse o vereador.
Ainda conforme João Alfredo, ficou acertado que os políticos fariam a cota por conta da carência de recursos dos detidos. Maia afirmou não saber se outros vereadores também irão contribuir com o valor.
O coordenador ainda afirma que deu sugestões ao comandante da Polícia Militar do Ceará, coronel Werisleik Pontes Matias, sobre como agir com os manifestantes sem utilizar da violência para retirar os vândalos.
"Eu sugeri ao comandante que usasse o serviço da inteligência e os agentes infiltrados para retirar os vândalos que eles estejam enxergando sem que seja necessário usar bombas de gás lacrimogêneo ou balas de borracha. Isso evitaria inocentes de serem atingidos", garantiu. Além disso, foi feito o pedido de não serem arremessadas bombas de helicópteros sobre os manifestantes.
José Filho afirmou que o Ministério Público instaurou Procedimento de Investigação Criminal (PIC) para investigar as manifestações e aguarda por vídeos e fotos enviados pela população para fazer a triagem e iniciar as apurações. O material deve ser enviado para o e-mail manifestacoes.denuncia@mp.ce.gov.br.
Durante a manhã de ontem, entretanto, um dos representantes do MP/CE adiantou que, durante a manifestação de quinta, sob sua ótica, não foram observados abusos por parte da PM, que evitou o revide o máximo que pôde. Segundo os promotores, materiais de conflitos anteriores poderão ser utilizados, e a conclusão dos trabalhos deverá ocorrer em até 90 dias.
Detidos
Das 97 pessoas encaminhadas ao 16º Distrito Policial (DP) por atos na manifestação de quinta-feira, quatro jovens (três homens e uma mulher) foram presas em flagrante por dano ao patrimônio público e só foram liberadas após o pagamento de fiança de R$ 2 mil - R$ 500 por cada detido - pelo vereador Ronivaldo Maia (PT). Os outros 93 manifestantes foram presos por incitação à violência e liberados ainda na noite de quinta-feira.
O parlamentar afirma que foi acionado por telefone por movimentos sociais, como o Movimento Hip Hop e a Marcha Mundial das Mulheres, que relataram a situação dos detidos. "Fui em solidariedade e fico feliz de ter pago, acredito que minha atitude foi correta", frisou.
Maia relata que, ao chegar no 16º DP, os jovens confirmaram a participação no protesto, mas negaram a depredação. Após o pagamento, foi decidido, então, uma cota para reembolsar Maia. O vereador João Alfredo (PSol) é um dos que vão colaborar.
Ele também compareceu ao 16º DP após as manifestações e afirmou que vai contribuir, pois os detidos alegaram inocência. "Um deles estava dentro de casa quando foi levado pela Polícia, e outro era um trabalhador que estava indo para seu local de trabalho", disse o vereador.
Ainda conforme João Alfredo, ficou acertado que os políticos fariam a cota por conta da carência de recursos dos detidos. Maia afirmou não saber se outros vereadores também irão contribuir com o valor.
FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE
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