Novo protesto
em Fortaleza é marcado por cenas de guerra
Apesar do início pacífico,
o protesto descambou para a violência após a ação de um pequeno grupo de
vândalos. Houve longo confronto
Parecia que seria diferente. O número
bem reduzido de pessoas - se comparado ao protesto do último dia 19 – e o clima
pacífico durante a concentração na Universidade Estadual do Ceará (Uece) faziam
crer que a manifestação desta quinta-feira seria mais tranquila. Era ilusão.
Nas ruas, quem “vence” é uma minoria, que fez o vandalismo falar mais alto e
provocou forte reação militar. Os números refletem o que se passou nas
proximidades da Arena Castelão: 92 pessoas apreendidas, vários feridos, um
carro de emissora queimado, outro destruído e um ônibus depredado, além de
muita destruição nas ruas.
Segundo a Polícia Militar, havia
cerca de cinco mil manifestantes. Eles iniciaram a caminhada na avenida Dedé
Brasil por volta das 11h30min, em direção às imediações do estádio, onde se
aproximaram do bloqueio policial.
Nesse momento, um grupo mais exaltado
tomou a frente do protesto. Pelo que foi possível perceber, eles não pertencem
a nenhum movimento social nem a sindicatos ou a qualquer outra organização.
Ainda durante a caminhada, encobriram os rostos com camisas e se armaram de
objetos como paus e pedras, além de escudos artesanais. Em vários momentos,
foram reprimidos pelos próprios manifestantes, que pregavam um movimento
pacífico. Mas não teve jeito.
O
confronto
Foram esses
manifestantes exaltados que deram início ao confronto no cruzamento entre a
avenida Pedro Ramalho e a rua Corumbá . Eles atiraram bolas de gude, pedras e
paus contra os homens que formavam a primeira barreira. Inicialmente, os
policiais se defenderam com escudos. Depois, os manifestantes derrubaram a
grade de proteção e então a Polícia reagiu com bombas de gás lacrimogênio e
tiros de borracha, que acabaram atingindo também quem não queria violência.
“Só quando houve o avanço em cima da
barreira é que houve reação da Polícia”, disse o promotor Helder Ximenes,
integrante de uma comissão do Ministério Público do Estado, formada para
observar possíveis excessos.
O confronto intenso durou pelo menos
três horas. Carros de emissoras de TV foram atacados. Um deles, da TV Diário,
chegou a ser queimado. Um ônibus que trazia torcedores para o jogo entre
Espanha x Itália foi tomado e apedrejado. “Depredaram nosso ônibus. Vi muita
criança chorando e mulheres se deitando no chão pra não serem atingidas”, relatou
o advogado Rafael Castelo Branco. Só por volta das 16h15min, os confrontos na
área do estádio
NÚMEROS
92
pessoas foram
apreendidas, segundo o comandante da PM
5
mil
foi a estimativa de
participantes do protesto, de acordo com a Polícia Militar
1
carro da TV Diário foi incendiado e
um da TV Jangadeiro teve vidros quebrados
1
ônibus
foi tomado e depredado, após o motorista errar a rota
FONTE: O POVO
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