quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Inflação desacelera no Brasil; Fortaleza é exceção

O IPCA na capital cearense foi de 0,19%, enquanto a média nacional foi de 0,03%. O item habitação foi o que teve maior alta em Fortaleza. Alimentação teve deflação em todo o País

Enquanto a inflação desacelerou no Brasil, ela ganhou força em Fortaleza. A taxa inflacionária da Cidade foi a segunda maior entre as 11 capitais pesquisadas em julho: 0,19%, ante 0,09% no mês anterior. Já a inflação nacional ficou em 0,03% em julho, abaixo dos 0,26% registrados em junho. Considerando os últimos 12 meses, Fortaleza tem a mais alta inflação do País, 8,18%. Os números são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O que mais impactou a taxa de inflação em Fortaleza foram os grupos habitação - aumento da taxa de água e esgoto e de energia elétrica -, além das elevações de preço dos eletrodomésticos e consertos (grupo artigos de residência) e o custo com empregada doméstica e recreação (grupo despesas pessoais). Já os alimentos tiveram redução de 0,53% na capital cearense, queda maior que a nacional, que foi de 0,33%.


Segundo a gerente de pesquisa do IBGE, Irene Maria Machado, afirma a pesquisa captou 6,50% do aumento de 7,95% na taxa de água e esgoto. O aumento foi anunciado pela Cagece em 24 de junho. Já no subitem energia elétrica o impacto veio da alta de 23% nas alíquotas do PIS/Cofins, que segundo a Coelce sofrem reajuste mensal, representando 5,13% da conta de luz em julho.


Transporte e alimentos
A economista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Ana Cristina Lima, avalia que o fato de as tarifas de transportes urbanos (ônibus) não terem sido reduzidas como ocorreu em outras capitais, também contribuiu para que o índice não caísse. Com relação à alimentação ela acredita que nos próximos meses possa haver uma queda mais acentuada. “Devemos ficar próximos da média nacional”, diz, adiantando que aposta em um índice menor.

Segundo ela a recente alta do dólar ainda não teve reflexo sobre a inflação. “A maioria dos contratos gira em torno de seis meses e é preciso que o dólar se mantenha elevado por um tempo mais longo para poder afetar os preços”.


Para o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Ramalho, a queda nos preços, especialmente dos produtos da cesta básica, já era esperada. Ele explicou que todo início de ano, por causa de problemas climáticos, se verifica um aumento dos produtos mais atingidos pelo excesso de chuvas, no Sul/Sudeste, ou seca no Nordeste.


“Nós percebemos a queda, mas na perspectiva do cliente o que ele vai perceber é uma maior estabilidade dos preços”, comenta, avaliando que o peso da cesta do consumidores varia muito. Também contribui para a deflação dos alimentos a desoneração da cesta básica concedida pelo Governo Federal em março.

Fonte: O povo

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