segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Primeiro dia de trabalho na Câmara de Fortaleza tem confusão entre servidores e Guarda Municipal           

O prefeito afirmou que "não há margem para qualquer outro aumento"


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Servidores querem discutir aumento no reajuste de 5,7% oferecido pela Prefeitura de Fortaleza
Foto: Lia Girão

A retomada dos trabalhos na Câmara Municipal de Fortaleza já começou com tumulto e confusão. Na chegada do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PROS), servidores municipais, representados pelo Sindicato dos Servidores Públicos e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort) e demais sindicatos setoriais, tentaram entrar na casa legislativa e foram impedidos pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal.
Os agentes utilizaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e bala de borracha para conter os ânimos dos manifestantes. Em resposta, os servidores atiraram pedras, garrafas e copos de água contra os guardas e o prédio da Câmara Municipal. Três vidraças foram quebradas no protesto.

Veja o momento do conflito:

Logo que foram ouvidas as primeiras explosões das bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, o presidente da Câmara, vereador Walter Cavalcante (PMDB), ordenou que fosse criada uma comissão com os vereadores Evaldo Lima (PC do B), Toinha Rocha (Psol) Ronivaldo Maia (PT), Acrísio Sena (PT) e Adail Júnior (PV) para dialogar com os líderes da manifestação.

Numa sala reservada, os parlamentares que compõem a comissão - com exceção do vereador Adail Júnior, que não compareceu - se comprometeram a se reunir diariamente e conversar com o prefeito Roberto Cláudio para tentar reabrir a negociação junto às categorias que já estão em greve e dialogar sobre as reivindicações dos servidores.

Reivindicação por reajuste salarial

De acordo com o Prefeito, foi concedido um aumento de 5,7%, calculado com base na previsão nacional da inflação de 2013, que já entrou na folha de pagamento do mês de janeiro dos servidores. Após a saída definitiva do valor da inflação nacional calculado pelo IBGE, de 5,91%, a Prefeitura afirmou que reajustaria o valor.

A presidente dos Servidores e Empregados Públicos de Fortaleza (Sindifort), Narcélia Silva, afirmou que mesmo o reajuste de 5,91% ainda não será aceito pela categoria, que cobra um valor de 6,38% como aumento, número referente à inflação de Fortaleza.

Em entrevista, o prefeito afirmou que "não há margem para qualquer outro aumento", pois o aumento

comprometeria o orçamento do município.

Uma nova reunião entre a liderança dos sindicalistas e a Prefeitura de Fortaleza foi marcada para a próxima sexta-feira (7), às 18h, no Paço Municipal.

Roberto Claudio discursa

Logo após o início do confronto do lado de fora da Câmara, o prefeito de Fortaleza começou o seu pronunciamento na tribuna da casa. Roberto Cláudio  fez um balanço de sua gestão no primeiro ano como gestor do município e destacou as prioridades da Prefeitura para 2014: saúde, educação e mobilidade urbana.

O prefeito frisou que em 2014 derá início ao projeto "Fortaleza 2040", que propõe um desenvolvimento planejado da cidade, com a articulação de áreas como o desenvolvimento urbano, a economia e a mobilidade. De acordo com a Lei Orçamentária Anual apresentada, a Prefeitura pretende investir R$ 1,3 bilhão nas três prioridades citadas pelo prefeito.

Durante o discurso, o prefeito se esquivou dos discursos exaltados dos vereadores de oposição que julgavam ação da Guarda Municipal abusiva e violenta. Roberto Cláudio afirmou que não negociaria com servidores que estivessem com as atividades paralisadas e alfinetou o sindicato dos mototaxistas que protestava lá. "Estou vendo que tem muito mototaxista aqui, não sabia que mototaxista era servidor público", disse o prefeito. Os mototaxistas pediam vagas exclusivas, assim como existem para os táxis.

Feridos

De acordo com os servidores, uma pessoa foi atingida por uma bala de borracha no olho, atendida pela equipe médica da Câmara Municipal e levada às pressas para o Hospital de Olhos Leiria de Andrade. Um dos líderes do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias (Sinasce) foi atingido com uma bala de borracha no abdômen.


Fonte: Diário do Nordeste

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