Para 'afagar' classe média,
Lula sugere correção de 6,5% na tabela do IR
O governo vai ceder e apresentar
ao Congresso nova proposta para a correção da tabela do Imposto de Renda. A
garantia foi dada nesta segunda-feira, 9, pela presidente Dilma Rousseff, em
reunião com líderes da base aliada no Senado e em jantar com ministros e
dirigentes do PT.
O valor
do reajuste, porém, ainda está em negociação entre o Palácio do Planalto e a
equipe econômica. "Vamos trabalhar na construção de uma alternativa para a
correção da tabela do Imposto de Renda", disse o ministro de Relações
Institucionais, Pepe Vargas. "Ela disse que vai ser uma proposta
boa", afirmou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).
Na
conversa que terá nesta terça-feira, 10, com Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva vai sugerir a ela, porém, que faça um afago na classe média, neste
momento de dificuldade política, e corrija a tabela do IR em 6,5%. Sob a
alegação de que esse índice seria prejudicial ao ajuste fiscal, Dilma vetou, em
20 de janeiro, o reajuste de 6,5%, aprovado no fim do ano passado pelo
Congresso. De lá para cá, a crise se complicou e até parlamentares da base
aliada ameaçam impor nova derrota a Dilma, na votação marcada para esta
quarta-feira, 11. "Estamos tentando encontrar um índice que faça a
mediação", declarou Vargas.
Segundo
o líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO), "é preciso ter uma
alternativa viável porque, senão, fica difícil não defender a derrubada do
veto", disse. De acordo com o senador, que participou da reunião no
Planalto, Dilma prometeu aos líderes dos partidos da base aliada apresentar a
eles, até as 10 horas, uma nova proposta relativa à correção da tabela.
Vargas
saiu da reunião com Dilma e aliados de vários partidos, no Palácio, e foi
direto para um jantar com a presidente, ministros do PT, deputados e senadores
do partido, no Palácio da Alvorada. O ministro disse ainda que a modificação da
proposta (de reajuste do IR) vai ser discutida também com os presidentes da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O nome
de Vargas é tema de conversas com Lula nos bastidores. O ex-presidente
argumenta que Dilma necessita de alguém com mais experiência do que Vargas na
articulação com o Senado e a Câmara. Lula defende que Dilma deve promover um
diálogo "cotidiano e mais estratégico" com o Congresso. (Tânia Monteiro
e Rafael Moraes Moura)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: O povo
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