terça-feira, 31 de março de 2015


TJDF

Agora virou caso de Polícia


Após FCF ser atacada e membros do Tribunal ameaçados; inquérito foi instaurado para investigar ações

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Jamilson de Moraes Veras e os delegados Andrade Júnior e Romério Almeida informaram que as ações contra o Tribunal serão investigadas
FOTO: BRUNO GOMES
A decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Estado do Ceará (TJDF-CE) que excluiu o Fortaleza do atual Campeonato Cearense, rebaixou o clube para a segunda divisão em 2016, e ainda multou o Leão em R$ 50 mil, está agora em pauta também na esfera policial.
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) instaurou ontem inquérito para investigar o que chamou de 'atentado' contra a sede da Federação Cearense de Futebol (FCF), ocorrido no último sábado (28), além das ameaças feitas a membros do TJDF.
No sábado, a sede da FCF foi alvo de vandalismo e amanheceu pichada. E desde a divulgação da sentença de primeira instância, na última quinta-feira (26), membros do TJDF vêm sofrendo ameaças na internet e por telefonemas.
Investigação
O delegado titular do 34º DP (Centro), Romério Almeida, foi designado pelo delegado geral da Polícia Civil cearense, Andrade Júnior, para presidir as investigações do caso.
Na tarde de ontem, em coletiva de imprensa na Delegacia Geral, no Centro, os dois, ladeados pelo presidente do Pleno do TJDF, Jamilson de Moraes Veras, afirmaram que colhem pistas para identificar suspeitos.
"Vários membros do TJDF estão sofrendo ameaças, possivelmente de pessoas ligadas a torcidas, e designamos o delegado que sempre está à frente das ações relativas ao futebol. Depois daquele fato da Federação, onde também funciona o Tribunal, a gente vem nesse momento para dizer que está sendo investigado e as pessoas envolvidas serão responsabilizadas", afirmou Andrade Júnior.
O presidente do inquérito, por sua vez, destacou que não se deve apontar de cara para um determinado lado de torcedores para buscar responsabilidades. Romério enfatizou que não está descartada a participação de pessoas infiltradas com o objetivo de promover situações para denegrir a imagem e o nome de determinada torcida ou clube.
"Nosso objetivo é identificar essas pessoas. Não podemos dizer que são torcedores do Fortaleza, pois pode ter alguém infiltrado. Mas muitos utilizaram meios da internet, telefone, e instauramos o inquérito para que possamos o mais rápido possível, identificar", disse.
Vítimas
O processo que puniu o Fortaleza por ter entrado na Justiça comum no caso David Madrigal sem, supostamente, ter esgotado todas as possibilidades na esfera Desportiva, obteve 3 votos favoráveis à aplicação das penas, ante 2 contrários.
Conforme o presidente do Tribunal, os auditores Régis Silva, Rodrigo Azin e Aluísio Gurgel, além do procurador Frederico Bandeira, são os alvos das ameaças. Silva, Azin e Bandeira atuaram diretamente no processo 053/2015, em que o Tricolor do Pici figura como réu.
'Decisão não foi por paixão'
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Estado do Ceará (TJDF-CE), Jamilson de Moraes Veras, justificou que a decisão de primeira instância, que excluiu o Fortaleza da atual disputa do Campeonato Cearense e rebaixou o clube, não foi tomada com base em afinidades clubísticas.
"A gente impugna pela postura coerente dos auditores e demais membros. Nós temos a tranquilidade, maturidade, de que em determinadas decisões pode-se inflamar um setor da torcida. E não necessariamente essa decisão foi por paixão clubística. Foi por convicção de voto", disse.
Jamilson enfatizou, também, que o objetivo do pedido de apoio à Polícia Civil é para garantir a segurança dos membros do Tribunal. Dados pessoais, como endereço e número de telefone, foram divulgados na internet.
"Eles estão sendo ameaçados de apedrejamento de residência, de carro, e até ameaça de morte a quem votou. São ligações telefônicas, mensagens de Whatsapp, redes sociais. Divulgaram os nomes e telefones dos membros, até de gente que nem participou do processo", disse.
Para o presidente, há embasamento para sustentar o voto dos auditores na Legislação do esporte. "Todas as decisões são baseadas em Lei, isso dá tranquilidade ao Tribunal para tomar as posturas que julgue necessárias".
Levi de Freitas
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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