Construção Civil da Capital quer estar no centro das decisões da economia
Capital receberá fórum nacional que visa dar força ao setor e buscar ideias para aumentar a produtividade do País
Empresários afirmam que poderiam levar muito mais tecnologia para os canteiros de obras, mas que a alta carga tributária brasileira os impede de fazer isso e, consequentemente, trava o desenvolvimento da construção civil
Foto: Natinho Rodrigues
Responsável por empregar aproximadamente 120 mil cearenses e com participação significativa no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a construção civil do Ceará deseja aumentar a participação que o setor como um todo tem nas decisões econômicas que podem alterar os rumos do País nos próximos anos. Para isso, o setor promoverá, ao longo de 2014, o Brasil em Debate, um fórum nacional de ideias que pretende também trazer a Fortaleza uma série de discussões importantes para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
"É preciso posicionar a construção civil como a grande indústria nacional que é, e não deixá-la à margem das decisões econômicas do País, como hoje ocorre. Assim, um dos objetivos deste evento de porte nacional é dar ao setor a força que tanto merece", afirma Marcos Novaes, presidente da Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará (Coopercon), que organiza o fórum, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE).
Marcos Novaes frisa ainda que o Brasil em Debate pretende buscar ideias para aumentar a produtividade da construção civil no País, como, por exemplo, uma reforma tributária para o setor. Além disso, conta, o evento servirá para esclarecer de vez a não existência de "bolha" no mercado imobiliário nacional.
"O evento vai gerar uma súmula com propostas que iremos apresentar ao governo. Temos, atualmente, diversas leis defasadas e benefícios temporários que não permitem que o setor avance com toda a capacidade. Temos condição de colocar muito mais industrialização dentro do canteiro de obras, mas não fazemos porque os tributos são absurdos", diz.
"Quanto à suposta existência de bolha imobiliária, isso não existe. Somos especialistas e traremos grandes nomes para que fique claro a real situação do mercado. O crédito está bom e temos um déficit habitacional de 8 milhões de residência. Como pode existir bolha?", questiona.
300 participantes
O Brasil em Debate terá sua primeira grande discussão no dia 5 de maio, quando o economista e apresentador de televisão, Ricardo Amorim, ministrará palestra no Lulla's Athénée Buffet. O evento será restrito a 300 participantes, entre empresários, industriais e parceiros da construção civil.
Até o fim do ano, outros grandes nomes virão à Capital para participar dos debates, como o pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos; o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Queremos pensar o País como um todo. O setor precisa saber para onde o Brasil está indo para se situar nesse contexto", diz André Montenegro, presidente do Sinduscon.
Segundo a organização do Brasil em Debate, a segunda palestra deve ocorrer em julho ou agosto, a terceira em setembro e a última em novembro. Há também a possibilidade de um quinto debate ser marcado.
Minha Casa, Minha Vida
Conforme André Montenegro, o Minha Casa, Minha Vida também terá um espaço importante durante os eventos deste ano. Segundo ele, o setor precisa de uma certa segurança para continuar apostando no programa. "Não há como uma empresa se programar com a possibilidade de que, caso o governo mude de mãos, o MCMV deixe de existir. A ideia é boa, mas não queremos que ela seja apenas uma medida provisória, mas uma política nacional", explica.
SAIBA MAIS
Alguns Temas
Rumos da política e suas consequências na economia
Perspectivas macroeconômicas
Reposicionamento do setor da construção civil como promotor de desenvolvimento econômico e social
Suposta bolha imobiliária do País
Pensamento Macro
"É preciso posicionar a construção civil como a grande indústria que é, e não deixá-la à margem das decisões econômicas do País, como ocorre hoje"
Marcos Novaes
Presidente da Coopercon
"Queremos pensar o País como um todo. O setor precisa saber muito bem para onde o Brasil está indo para se situar nesse contexto e evoluir"
André Montenegro
Presidente do Sinduscon-CE
Presenças
Nomes que são referência
O Brasil em Debate pretende trazer a Fortaleza quatro figuras influentes na economia e política do País. Apenas uma ainda não está confirmada
Ricardo Amorim - Graduado em Economia pela USP, é apresentador de televisão (debatedor do programa Manhattan Connection, da Globo News) e colunista da Revista IstoÉ. Trabalha no mercado financeiro como economista e estrategista de investimentos.
Eduardo Campos - Economista graduado pela UFPE. Já foi deputado estadual, federal e governador de Pernambuco, e hoje é presidente do PSB. Também já foi ministro de Ciência e Tecnologia durante o governo Lula. É pré-candidato à Presidência da República.
Henrique Meirelles - Executivo do setor financeiro brasileiro e internacional, presidiu o Banco Central (BC) entre 2003 e 2011. É graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP e mestre em Administração pelo Instituto Coppead da UFRJ.
Fernando Henrique Cardoso - Ex-presidente do Brasil, também já foi ministro da Fazenda e das Relações Exteriores. É sociólogo graduado pela FFLCH-USP, além de cientista político, escritor e professor universitário, tendo lecionado na Universidade de Paris.
Mais informações:
O primeiro evento do fórum Brasil em Debate ocorre no dia 5 de maio, às 7h30, no Lulla's Athénée Buffet. As inscrições já podem ser feitas na sede da Coopercon ou Sinduscon
Áquila Leite
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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