quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A festa segue na Capital


O feriado acabou, mas o Festival Jazz & Blues segue. Depois de Guaramiranga, é a vez de Fortaleza

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A Big Band da Unifor abre a programação do Festival em Fortaleza
FOTO: FABIANE DE PAULA
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A cantora e bailarina guineana Fanta Konatê, que abre a programação do Jazz & Blues em Fortaleza: ancestralidade e contemporaneidade na mesma obra
Depois de quatro dias no friozinho de Guaramiranga, é a vez de Fortaleza receber parte do Festival Jazz & Blues. A programação acontece, de hoje até domingo, no Teatro Via Sul e nas unidades da Rede Cuca. Ao todo, sete atrações descem a serra e se apresentam na Capital, boa oportunidade para quem não pôde comparecer aos shows que rolaram durante o Carnaval. A programação inclui ainda uma série de oficinas de prática de instrumentos.
Hoje, as atrações são a Big Band Unifor, projeto da Universidade de Fortaleza (Unifor), e a cantora e bailarina guineana Fanta Konatê, que fez o show de encerramento da etapa serrana do Festival. As apresentações acontecem no palco do Teatro Via Sul, a partir das 21h.
A participação da Big Band Unifor é um dos diferenciais desta etapa do Festival. Caberá ao grupo dar as boas vindas à plateia, com seu formato que é um dos mais tradicionais da história do jazz - e um dos mais populares entre as décadas de 1920 e 1950.
Fundada em outubro de 2013, a Big Band Unifor é composta pelo maestro Robson Lima e por 16 músicos - cinco saxofones (altos, tenores e barítono), quatro trompetes, quatro trombones, uma bateria, um baixo e um piano. Até 2014, realizava apresentações em palcos da própria universidade. A estreia para o público geral aconteceu no Jazz & Blues daquele ano, com um show em Guaramiranga. De lá para cá, o grupo já fez apresentações em eventos importantes, como o Natal de Luz.
Com 12 anos de carreira, Fanta Konatê gravou um disco solo e contabiliza apresentações ao redor do mundo. A cantora apresenta uma sonoridade baseada nas raízes culturais de seu país natal (especialmente, a tradição percussiva), mas com fortes influências contemporâneas (do jazz ao pop), graças ao uso de instrumentos como saxofone e guitarra.
O repertório deve seguir aquele apresentado na serra, baseado no disco "Djubafedea" (2007) e no trabalho que Fanta segue desenvolvendo desde 2009, ao longo de suas experiências artísticas, e que deve render um segundo álbum.
Fanta será acompanhada pela Troupe Djembedon, que tem à frente o percussionista Luis Kinugawa, seu marido, responsável pela condução dos djembês (tambores africanos), num espetáculo marcado ainda pela dança. "Música e dança, para mim, são indissociáveis", pontua a cantora e bailarina.
Herança
Além da atuação nos palcos, Fanta integrou os melhores balés da Guiné - como o Soleil d'Afrique, Fareta e o Hamana (balé de seus irmãos) -, e ministrou workshops de dança a inúmeros estagiários do mundo inteiro.
O talento vem de berço. Filha de Mestre Djembefolá Famoudou Konate, Fanta vem de uma das mais representativas famílias da arte tradicional Malinkê, da Região do Hamaná, nas savanas da Guiné. Seu trabalho arrebatou elogios e admiração de nomes referenciais, como Simone Soul e Badi Assad.
"Sempre escutei música do oeste africano, desde o pop das rádios de Abidjan (Costa do Marfim) e de Conacri (Guiné), aos músicos virtuosos que 'quebram tudo' no tradicional, balés e nos Ensembles - orquestras que misturam instrumentos como Kora (harpa), Bolon (baixo), Balafon (marimba) e a percussão dos djembês e dununs, com metais, cordas e bateria", situa Fanta, sobre a mistura que costuma imprimir no palco.
Noite de jazz
Amanhã é a vez do músico Ricardo Bacelar e da cantora portuguesa Jacinta. Pianista, compositor e arranjador, Ricardo nasceu em Fortaleza e aprimorou seus estudos de piano no Rio de Janeiro, onde morou por 11 anos.
Em Guaramiranga, Bacelar se destacou com um repertório jazzístico caloroso, baseado em nuances do jazz dos anos 70 e 80, a partir de uma pesquisa com compositores que foram fundamentais para sua formação musical. Do guitarrista Pat Metheny ao multi-instrumentista Egberto Gismonti e os maestros e pianistas Tom Jobim e Ivan Lins, a mistura resultou num trabalho coeso e sensível, que poderá ser conferido no palco do Teatro Via Sul.
Para acompanhá-lo, o músico convocou nomes de peso da cena local: Luizinho Duarte (bateria); Miquéias dos Santos (contrabaixo); Maria Helena Lage (teclado); Marcus Vinicius Cardoso (violino e viola); Hoto Júnior (percussão); Ronaldo Pessoa (guitarra e violão); e Marcos Resende (comandando os instrumentos de sopro - sax tenor, flauta e soprano).
A noite ainda terá Jacinta, que se apresentou na mesma noite que o pianista em Guaramiranga. A cantora é um dos principais nomes da cena de jazz de Portugal. É conhecida por uma voz quente, redonda e possante. No repertório, muito jazz, bossa nova e MPB. Jacinta canta tudo, sem sotaque, fato que chamou atenção da plateia em Guaramiranga.
Seu currículo traz os álbuns "Tribute to Bessie Smith" (2003) - com o qual se tornou a primeira cantora portuguesa a gravar pelo tradicional selo de jazz Blue Note -, "Day Dream" (2006), "Convexo" (2007), "Songs of Freedom" (2009) e "Recycle Swing" (2011).
No show da última segunda, a artista recordou a construção de sua relação com a música brasileira, que tem espaço privilegiado em sua obra. Seu set list incluiu, por exemplo, "Luiza" e "Retrato em Preto e branco", de Tom Jobim (essa última em parceria com Chico Buarque) e "Aquele Um", de Djavan.
Programação

Hoje

21h – Shows da Big Band Unifor e da cantora Fanta Konatê (Guiné), no Teatro Via Sul (Av. Washington Soares, 4335)

Sexta

21h – Shows do pianista Ricardo Bacelar (CE) e da cantora Jacinta (Portugal)
Mais informações:

Festival Jazz & Blues – De 19 a 21 de fevereiro, em Fortaleza. Ingressos para os shows de hoje e amanhã, no Teatro Via Sul: R$ 40 (inteira/cada), na bilheteria do teatro.
Vendas online no site
www. Ingresso.com.

Contato: (85) 3052.8027
Fonte: Diário do Nordeste

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