Campanha da Fraternidade é lançada na Missa de Cinzas
Paróquias em toda a Capital celebraram, ontem, os preceitos da Quarta-Feira de Cinzas, data que marca o início das preparações para a Páscoa, no Cristianismo. A ocasião foi ainda uma oportunidade para o lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) 2015, que traz como tema Fraternidade, Igreja e Sociedade, e como lema, "Eu vim para servir".
Na Catedral Metropolitana de Fortaleza, vários fiéis lotaram o templo na noite de ontem, à espera de receber a marca de cinzas na testa. "Cinza é o símbolo da fragilidade humana. Nós fomos pó, viemos do pó, voltamos ao pó e é Deus quem nos tira do pó, que nos faz ser alguém, não por um período qualquer, mas por toda a eternidade, para o relacionamento com Ele. Então esse momento representa a abertura do nosso coração para essa realidade", explica o arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, dom José Antônio Tosi.
A Missa de Quarta-Feira de Cinzas é, anualmente, o marco inicial da Quaresma, período de introspecção e penitência para os cristãos, 40 dias antes da Páscoa, em lembrança dos tempos em que Jesus Cristo passou em oração no deserto, como narram os evangelhos bíblicos.
Da mesma forma, segundo dom José Antônio, os fiéis são convidados a experimentar a renúncia a coisas ou hábitos comuns ao cotidiano.
"A penitência tem um duplo significado. O primeiro é a relação da pessoa com Deus. Ela precisa sentir que não é autossuficiente e que não se satisfaz apenas com coisas materiais. Por isso, abster-se das coisas passageiras é abrir o coração para o relacionamento com Deus. A outra face é a concreta, do dia a dia. A gente se abstém não por se abster, mas para aprender a partilhar. Nos privamos de alguma coisa para compartilhar com quem não tem o que é necessário", diz o arcebispo.
Igreja e Sociedade
Realizada anualmente, desde 1964, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade de 2015, lançada durante as missas ocorridas ontem, tem a proposta de discutir a presença e participação da Igreja Católica dentro da sociedade.
"Na Quaresma, nós sempre somos chamados, como Igreja, àquilo que é o fundamento da nossa própria fé, que vem a ser a morte e ressurreição de Jesus. Neste ano, estamos colocando a sociedade em paralelo à Igreja. Estamos vivenciado os 50 anos do Concílio Vaticano II, momento em que a Igreja se colocou muito em diálogo com o mundo, com as realidades social e a humana", esclarece dom José.
Os próprios fiéis reconhecem a importância da reflexão diante da proposta da Igreja ao período que segue. "Minha família é muito tradicional em relação aos ritos da Igreja. Acho importante cumprir todos os atos litúrgicos nestes 40 dias. Acho também que é preciso a Igreja incentive mais os cristãos, que os padres e bispos aproximem mais o catolicismo das pessoas. É preciso que haja mais incentivo para a sociedade participar da Igreja", colocou o advogado Pedro Medeiros Neto, enquanto esperava o início da celebração.
Fonte: Diário do Nordeste
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