sábado, 28 de fevereiro de 2015

Itens básicos apertam bolso do consumidor


Entre janeiro e fevereiro deste ano, 11 dos 20 produtos avaliados pela reportagem tiveram alta nos seus preços

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O alimento que apresentou a maior variação no período foi o tomate, cujo preço chegou a saltar 110,67%
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Mal começou o ano e o orçamento familiar já está sendo corroído pela inflação de itens essenciais para a alimentação. Entre os meses de janeiro e fevereiro, houve aumento no valor de 11 dos 20 itens em pelo menos um dos supermercados pesquisados pela reportagem do Diário.
A alta de preços chegou a 110,67%, no caso do tomate. Dando continuidade à série Dança dos Preços - que acompanha, mês a mês, os valores de alimentos e produtos de higiene em três estabelecimentos supermercadistas da capital cearense - foram consultados preços nas últimas terça-feira (24) e quarta-feira (25) e comparados com os que haviam sido obtidos dos mesmos itens nos dias 27 e 28 de janeiro último.
O levantamento constatou que um mesmo alimento pode ter altas e baixas em diferentes estabelecimentos, o que reforça a necessidade de se pesquisar os preços. O tomate, por exemplo, em um dos supermercados teve queda de valor de 10,06%.
Entretanto, nas outras duas lojas pesquisadas, houve aumentos de 35,47% e 110,67% no preço da hortaliça. Isso significa dizer que há um mês o valor do quilo do alimento custava R$ 1,78 em um dos estabelecimentos e saltou para R$ 3,75 no mesmo local, no período. "Mais de 90% do abastecimento de tomate da Capital vem da Serra da Ibiapaba, que está com uma falta de água grave. Muitos produtores estão deixando de cultivar tomate para plantar outras hortaliças que precisa de menos água", explica o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar.
O especialista acrescenta que, por ser altamente perecível, o tomate muitas vezes tem de ser vendido rapidamente e isso acaba interferindo em mudanças bruscas nos valores praticados pelos varejistas. "Esse é o item que mais oscila de preço", diz.
Vilão
O feijão carioca da marca Kicaldo foi outro vilão deste mês. O alimento foi o único dentre todos os itens pesquisados que teve seu valor aumentado nos três supermercados, deixando o consumidor praticamente sem escapatória. A alta no preço chegou a 18,8% em um dos estabelecimentos. No final de janeiro, o pacote de 1kg da leguminosa havia custado R$ 4,20. Nesta semana, a reportagem encontrou o alimento sendo vendido por R$ 4,99 no mesmo local.
Aguiar ressalta que a elevação nos valores seria explicada porque a marca Kicaldo pode estar sendo bastante demandada pelo consumidor. O economista destaca que, de acordo com as pesquisas do Dieese, a tendência é de que o feijão apresente queda a longo prazo, pois vem aumentando a área de plantio da leguminosa nas regiões que abastecem o Ceará, como Irecê, município localizado na Bahia.
Os preços das carnes, segundo o economista, são os que devem aumentar intensamente nos meses seguintes, embora tenham apresentado estabilidade ou queda entre janeiro e fevereiro. O valor do quilo da alcatra permaneceu estável em dois dos supermercados pesquisados e teve retração de 7,14% em outra loja entre janeiro e fevereiro. O preço do quilo do coxão mole também não sofreu variações em duas lojas neste período e subiu apenas 0,41% em outro supermercado.
Quedas
Dentre os preços que sofreram queda no período, vale destacar o da batata-inglesa. O tubérculo teve retração de até 25,21% em seu valor e foi o único item da pesquisa que registrou baixas nos três supermercados. A maçã nacional também ficou mais barata neste mês, tendo baixa de até 25,21% no preço.
O papel higiênico Floral, o sabonete Lux e o macarrão spaghetti com ovos Fortaleza foram os únicos dentre os 20 produtos levantados que apresentaram estabilidade de preços em todos os estabelecimentos consultados.
Murilo Viana
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

Fifa já fala em data limite


Clubes e ligas temem perder receitas com a mudança de calendário e reestruturarem seus respectivos torneios

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Presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou em encontro na Irlanda sobre regulamentação do futebol que a final do Mundial do Oriente Médio não deverá ser realizada após o dia 18 de dezembro
FOTO: REUTERS
Apesar das críticas e dos seguidos apelos dos clubes, a Fifa parece cada vez mais decidida a realizar a Copa do Mundo de 2022, no Catar, entre os meses de novembro e dezembro. Nesta sexta-feira, o presidente Joseph Blatter afirmou que a final do Mundial do Oriente Médio não deverá ser realizada após o dia 18 de dezembro. "A Copa do Mundo não será disputada até o dia 23 (de dezembro), com certeza não", declarou o dirigente, preocupado com a proximidade do Natal. "Teremos que encerrar a Copa até o dia 18. Sou contra irmos até o dia 23", reforçou Blatter, ao chegar na Irlanda do Norte, onde participará da reunião da Association Board, órgão que regulamenta o futebol.
A disputa da final no dia 23 foi proposta por uma força-tarefa criada pela Fifa para analisar as opções de data da Copa de 2022 No início desta semana, o grupo apresentou a sugestão de realizar o torneio entre novembro e dezembro para escapar das altas temperaturas dos meses de junho e julho no Catar, quando os termômetros superam os 40ºC. Em novembro/dezembro, as temperaturas rondariam os 20ºC.
A inédita mudança nas datas da Copa, que geralmente é disputada no inverno do hemisfério norte, causou críticas e insatisfação por parte dos clubes europeus e das federações nacionais. Eles insistem que o Mundial seja disputado entre abril e maio para não afetar os torneios nacionais e a Liga dos Campeões.

Fonte: Diário do Nordeste

Pesca em água doce está proibida


Portaria que estabelece o defeso começou neste mês e se estende até abril, para preservar reprodução de espécies

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Pescadores mostram-se, na maioria, conscientes sobre a medida legal
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Iguatu Começou neste mês e se estende até o fim de abril o defeso da pesca em água doce de peixes de piracema, em rios, riachos e açudes do Ceará. A medida, estabelecida em portaria, tem por objetivo proteger a reprodução das espécies branquinha, curimatã, piaba, sardinha e tambaqui, nos rios, lagoas, açudes públicos e particulares. A fiscalização cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas a redução do número de fiscais pode comprometer a medida preservacionista.
A proibição entrou em vigor no último dia 1º. Neste período do ano, ocorrem as enxurradas e os reservatórios e cursos naturais recebem água nova. É a época propícia para o fenômeno da piracema, quando cardumes de peixes fazem a desova para a reprodução das espécies. A portaria proíbe a pesca com o uso de malhas, o transporte, armazenamento, conservação, beneficiamento, industrialização e comercialização dos peixes de piracema nas bacias hidrográficas do Acaraú, Banabuiú, Coreaú, Curu, Jaguaribe, Poti, Salgado e nas águas continentais das bacias metropolitanas e do litoral.
A cada ano, o Ibama tenta coibir a pesca no defeso, mas o reduzido número de fiscais não impede a ação ilegal de pescadores e atravessadores. "Quem desobedecer a fiscalização sofre multa, prisão e o pescado é apreendido", observou o chefe do escritório do Ibama em Iguatu, Fábio Bandeira.
Rigor
Quando os rios estão cheios, o fenômeno da piracema é intensificado. É nesse período que a fiscalização deve ser mais rigorosa. Entretanto, nos últimos três anos, a estiagem seguida praticamente não ocasionou a chegada da chamada água nova, porque os rios e riachos não registraram cheias e nem enxurradas. Os reservatórios também não tiveram recarga.
A preocupação do Ibama é com os açudes públicos. O escritório regional de Iguatu só dispõe de três fiscais, para uma área de abrangência de 26 municípios e 22 açudes, sendo dois de grande porte como o Castanhão e Orós. Os agentes de fiscalização atendem a denúncias e realizam blitze surpresas nos reservatórios. O órgão tem o apoio da Companhia de Policiamento do Meio Ambiente, no Cariri, e da Polícia Militar. Os pescadores profissionais inscritos nas colônias e registrados no INSS têm direito ao seguro-desemprego por causa da proibição, por 90 dias, da pesca de piracema nas águas doces. Só na Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-41 de Iguatu, serão beneficiados mais de 100 pescadores. Nos últimos anos houve rigor na fiscalização para concessão do benefício com a participação do Ministério Público Estadual. Por outro lado, têm ocorrido também constantes atrasos na liberação do seguro desemprego, conforme reclama os pescadores.
"Fizemos movimento de conscientização e de organização para não deixar os pescadores desamparados durante o defeso", explicou a presidente da Colônia, na cidade de Iguatu, Neide Chaves. A maioria dos pescadores mostra-se consciente e diz obedecer à portaria. Mas alguns reclamam da ação de pescadores de outras regiões que praticam captura clandestina no período de chuva.
Mais informações:
Escritório Regional do Ibama em Iguatu
Horto Florestal - Bairro Flores
Telefone: (88) 3581-2349
Honório Barbosa
Colaborador

Fonte: Diário do Nordeste

Revisão aumenta conta de luz em 10,3% no Ceará


A mudança, aprovada para 58 distribuidoras no País, passa a valer a partir da próxima segunda-feira

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No País, a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE), aprovada pela Aneel, terá um impacto médio de 23,4% nas contas de luz dos consumidores
Brasília/Fortaleza. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) de 58 distribuidoras de eletricidade do País, com impacto nacional médio de 23,4% nas contas de luz. Entre as distribuidoras, está a Companhia Energética do Ceará (Coelce), na qual, segundo a Aneel, a Revisão Tarifária Extraordinária terá um efeito médio de 10,3%.
Em nota, a Coelce informou que o reajuste para os consumidores de baixa tensão será de 9,05%. Já para os clientes de alta tensão e média tensão, o índice será em torno de 12,9%, "principalmente porque esses consumidores têm na composição de sua fatura uma parcela maior associada ao consumo de energia, quando comparado ao residencial". O novo índice passa a valer a partir de segunda-feira (2).
De acordo com o diretor de Regulação da Coelce, José Alves, a revisão é necessária para cobrir o aumento dos custos com a compra de energia dos geradores, principalmente em função da situação hidrológica desfavorável do País.
Além disso, a revisão também reflete o aumento das despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - inclui, por exemplo, o subsídio da Tarifa Social de Energia Elétrica - que passaram a ser cobradas integralmente na tarifa de todos os consumidores no País.
"As tarifas de todas as distribuidoras vão passar a refletir este ano o real custo de geração de energia no Brasil", afirma.
Dentre as 58 companhias que tiveram a revisão aprovada, o efeito da RTE para a Coelce é o 14º menor. O percentual mais baixo é o da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), para a qual a RTE terá um efeito de 2,2%, segundo a Aneel. Já o maior percentual é para a AES SUL: 39,5%.
Reajuste ordinário
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, lembrou que ao longo do ano ainda acontecerão, normalmente, os processos de reajuste tarifário ordinário das empresas, cada um numa data específica. "Mas os reajustes ordinários deste ano tendem a ser menores, já que a revisão absorve parte dos custos", disse. Romeu Rufino, porém, não estimou qual deve ser a ordem de grandeza dos reajustes.
Conscientização
De acordo com a Aneel, a partir da primeira semana de março, será iniciada uma campanha nacional para estimular o uso consciente da energia. "Com essas decisões que estão sendo tomadas, completamos o ciclo para alcançar a sustentabilidade do setor elétrico por meio da tarifa", disse Romeu Rufino.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os aumentos nos preços da energia no País "são passageiros" e descartou qualquer tipo de problema no setor, mas disse que os consumidores têm obrigação de evitar desperdícios de energia.
Segundo Dilma, apesar de o Brasil atravessar hoje "talvez o maior desafio da história das águas do nosso País", por conta da estiagem, isso não acarretou em racionamento de energia.
Consumidor arcará ainda com custo de R$ 22 bilhões
Brasília. Além da revisão extraordinária de tarifa e do aumento nas bandeiras tarifárias, os consumidores terão outro peso nas contas de energia neste ano. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (27), em reunião extraordinária, o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2015, com repasses de R$ 18,9 bilhões que terão de ser cobertos por meio de aumentos nas contas de luz dos os consumidores do País.
A proposta inicial de orçamento da CDE para este ano estipulava em R$ 21,807 bilhões o repasse para todos os consumidores em 2015, mas durante a fase de consulta pública o órgão regulador reviu seus cálculos iniciais e reduziu em R$ 2,887 bilhões os valores da cotas a serem cobertas pelas contas de luz.
Além disso, parte dos consumidores do País ainda pagará mais R$ 3,136 bilhões referentes à primeira parcela da devolução da ajuda do Tesouro às distribuidoras em 2013. A proposta inicial previa o pagamento de apenas R$ 1,4 bilhão nessa rubrica este ano. Somente os clientes das empresas beneficiadas pagarão essa parte da tarifa.
Somando a cota a ser paga por todos os consumidores do País mais a cota a ser cobrada de quem recebeu ajuda do Tesouro há dois anos, o impacto tarifário total da CDE este ano será de R$ 22,056 bilhões, R$ 1,050 bilhão menor que a previsão inicial.
Além da redução de R$ 700 milhões das despesas previstas inicialmente com a Conta de Consumo de Combustíveis e outros subsídios, a Aneel também considerou um novas receitas de R$ 400 milhões para o fundo. O total de despesas da CDE deste ano é de R$ 25,2 bilhões e inclui R$ 3 bilhões em despesas de anos anteriores que ficaram para 2015, ou seja, restos a pagar.
Bandeira tarifária terá alta de 83%
Brasília. Começa a ser aplicado na próxima segunda-feira (2) o novo valor das bandeiras tarifárias, sistema que permite aumentos mensais sobre o preço da energia. Por decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) haverá um aumento de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha.
Pela regra, o acréscimo passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos. A partir de agora, esse será o novo valor teto, ou seja, o máximo que pode ser aplicado ao mês e que representa momento de elevado custo para compra de energia em todo setor. No mês de março, assim como em janeiro e fevereiro, a bandeira aplicada será a vermelha.
Amarela e verde
Para a bandeira tarifária amarela - quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados -, o preço vai passar dos atuais R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50. Um aumento de 66,7%.
Os novos valores passaram por um curto período de audiência pública ao longo deste mês de fevereiro, entre os dias 9 e 20.
A faixa verde, terceira e última do sistema de bandeiras tarifárias, segue o mesmo desenho do sistema original e não deve traz nenhum aumento para os consumidores.
Diferentemente do que era feito até o mês de fevereiro, a escolha da bandeira tarifária, quando feita, valerá para todo País. Assim, deixa-se de definir a cor da bandeira regionalmente.
As bandeiras tarifárias valem para todo País, exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, pois eles ainda não estão plenamente conectados ao Sistema Interligado Nacional.
Em 2014, a bandeira vermelha foi aplicada em praticamente todos os meses em todas as regiões do País, exceto em janeiro, quando ela foi amarela para todas as regiões. Em julho, a bandeira também foi amarela, mas apenas para a região Sul.
Arrecadação
A arrecadação máxima no ano pelo modelo anterior das bandeiras tarifárias seria de R$ 10,6 bilhões (mantendo o sinal vermelho ao longo de todo o ano). Com a mudança aprovada pela Aneel, a arrecadação pode chegar a R$ 17 bilhões em 12 meses.
Enquete
Reeducação ajuda a reduzir o valor pago
"Antes da conta de energia aumentar, eu já tomei medidas de racionamento na minha casa. Troquei todas as lâmpadas para LED e diminuí o consumo do ar-condicionado. A minha fatura está 35% mais barata"
Renato Romeiro
Corretor de imóveis
"A minha conta dobrou depois dos reajustes. Por isso, diminuí o uso do ventilador e estabeleci um horário para meu filho assistir televisão. O último boleto já veio com o mesmo preço que costumava pagar"
Cristiane Lopes
Confeiteira

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

BNB reúne gestores e define planos para 2015


A direção geral e 500 gestores das diversas unidades do Banco do Nordeste (BNB) estão reunidos desde ontem, em um hotel no Cumbuco, para analisar os resultados alcançados em 2014 e traçar as estratégias de atuação para 2015. No ano passado, o banco registrou lucro líquido de R$ 747,4 milhões e gerou resultado operacional de R$ 1,13 bilhão, performance considerada histórica na instituição.
"Estamos diante de um momento singular na história do banco", afirmou o presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza, ao presidir a abertura do encontro, na manhã de ontem. O evento prossegue por todo o dia de hoje, quando os gestores estarão traçando e definindo as metas e planos de ação para este ano.

Fonte: Diário do Nordeste

Endividamento na Capital é o maior desde 2013


A proporção de pessoas com dívidas atrasadas, por outro lado, caiu 2,3 pontos percentuais, ficando em 15%

A maioria dos consumidores fortalezenses possui algum tipo de dívida. É o que aponta a Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada nesta quinta-feira (26) pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Em fevereiro, 67,7% dos consumidores da Capital cearense estão endividados. A taxa é a mais alta desde outubro de 2013 e mostra aumento de 1,0 ponto percentual no índice geral de endividamento, em relação ao mês imediatamente anterior.
Para o economista Alex Araújo, a tendência dominante é de queda do endividamento, mas a trajetória pode ser alterada pelas condições do crédito ou pelas dificuldades dos consumidores em saldar suas dívidas. "A reduzida disposição a consumir deverá colaborar para a queda do índice geral de endividamento, mas ainda não podemos medir os efeitos das medidas do Governo que encarecem o crédito. Além disso, temos que levar em conta o fluxo de renda das famílias, que pode ser afetado caso haja aumento do desemprego", opina.
Os itens mais consumidos, mostra a pesquisa, foram eletroeletrônicos (43,7%), alimentação (41,6%), vestuário (41,1%) e despesas com educação e saúde (26,4%).
Dívidas em atraso
A proporção dos consumidores com contas ou dívidas atrasadas apresentou queda de 2,3 pontos percentuais, indo para 15,0% neste mês, sendo a maioria formada por mulheres (15,7%), com idade superior a 35 anos (17,0%) e com renda familiar inferior a cinco salários mínimos (16,3%). "As preocupações do consumidor com o ambiente econômico aumentaram no final do ano passado e, desde essa época, o consumidor reduziu suas compras e tem priorizado o pagamento das dívidas. Com mais renda disponível, já que não consome, está sendo mais fácil manter as contas em dia", explica.
Em relação às mulheres com a maioria das contas em atraso, Alex acredita que o índice reflete a estrutura desigual do mercado de trabalho. "Com as mulheres recebendo salários inferiores aos dos homens, ou seja, ela possui menor capacidade de pagamento porque ganha menos. Além disso, a mulher possui mais responsabilidade sobre as compras da família", diz.
Já o tempo médio de atraso é de 67 dias e o desequilíbrio financeiro é citado por 60,6% dos consumidores como a principal justificativa para o atraso de contas. O segundo motivo mais relatado é o adiamento da conta para utilizar o dinheiro em outras finalidades (30,5%).
Comprometimento da renda
Os instrumentos de crédito mais utilizados são cartões de crédito (79,0%), financiamento bancário para veículos, imóveis etc. (14,2%), carnês e crediários (7,5%) e empréstimos pessoais (7,2%). Com prazo médio de sete meses, o valor médio da dívida dos consumidores fortalezenses chega a R$ 1.254, comprometendo 27,8% da renda familiar.
"O ideal é que esse percentual fosse abaixo de 25%, deixando margem na renda familiar mensal para os gastos essenciais, novas compras e uma pequena reserva como poupança. De toda forma, estando abaixo de 30% mostra que a situação não está crítica, havendo boa capacidade das famílias manterem o endividamento saudável", alerta.
A proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve queda de 0,4 pontos percentuais, passando de 5,9%, em janeiro, para 5,5%, neste mês. Apesar do crescimento da taxa geral de endividamento, a queda na inadimplência potencial indica uma boa qualidade de crédito.
Saúde financeira
O economista recomenda quatro medidas que podem ajudar na saúde financeira da família: elaborar um orçamento com a descrição de todas as despesas e receitas, bem como do cronograma de sua execução; controle rigoroso sobre as despesas, sempre cortando gastos considerados supérfluos; evitar pagar juros, principalmente daqueles instrumentos de crédito muito caros, como o cartão de crédito e o cheque especial; e desenvolver o hábito de poupança, colaborando para os planos de longo prazo da família e fazer face a necessidades eventuais.
Ana Beatriz Sugette
Especial para Economia
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Fonte: Diário do Nordeste          


Credito: swikedtumblr
A imagem original do vestido: que cores você vê?



Como nossos olhos podem estar errados? Quando vemos algo claramente, falamos sobre o que vimos com certeza absoluta. Mas às vezes cometemos erros.
Azul e preto ou branco e dourado? É o frisson que vem causando a foto do vestido acima. A discussão virou um dos temas mais compartilhados nas redes sociais, em especial no Twitter, onde alcançou status de trending topic, ou assunto entre os mais comentados, no Brasil e no mundo.
"Qual é a cor desse vestido? Vejo branco e dourado. Kanye vê preto e azul, quem é o daltônico?", escreveu Kim Kardashian na rede.
Também no microblog, a ganhadora do Oscar Julianne Moore disse que via branco e dourado, mas Taylor Swift e Justin Bieber viram azul e preto.

O que diz a tecnologia

Se você enxerga o vestido branco e dourado, está simplesmente equivocado.
Pedimos à editora de fotografia do Serviço Mundial da BBC, Emma Lynch, que nos ajudasse a determinar objetivamente a cor do vestido usando um software de edição de fotos.
Ela disse que, após análise, todos os tons da cor do vestido são azuis, e não brancos. Ao aumentar a saturação - tornando as cores existentes mais fortes, mas sem acrescentar novas cores - o vestido aparece azul para todos.

Credito: Twitter
Análise de computador confirma que o vestido é azul

Estes resultados são confirmados pelo uso da ferramenta de conta-gotas do software, que captura amostras de áreas específicas do tecido. Este software identifica o código de cor do computador de qualquer pixel na tela. E nesse caso também gera resultados em tons de azul.

Como tudo começou

As conclusões são confirmadas pela responsável por distribuir a imagem do vestido nas redes sociais.
Caitlin McNeill, uma escocesa de 21 anos, faz parte de uma banda de folk. Na semana passada, o grupo tocou em um casamento onde a mãe da noiva estava usando o vestido.
Caitlin contou ao site BuzzFeed News que as discordâncias sobre a cor do vestido começaram pouco antes da festa, quando a mãe da noiva compartilhou com o casal uma foto da roupa que planejava usar.
A noiva e o noivo não conseguiram chegar a um acordo sobre se o vestido na foto era azul e preto ou branco e dourado. Então postaram a imagem no Facebook. McNeill, depois, compartilhou a foto em seu Tumblr.
A história cresceu nas redes sociais e não parou mais.
McNeill disse que o vestido azul e preto é da marca Roman Originals e, embora houvesse outras opções de cores disponíveis, nenhum deles era branco e dourado.

Adobe
Manipulação em computador intensifica cores e deixa claro que o vestido é azul

Por que vemos cores diferentes

De acordo com o site de tecnologia Wired.com, a chave para decifrar o enigma do vestido está na forma como os olhos e o cérebro evoluíram para ver cores na luz solar.
Como os seres humanos evoluíram para ver a luz do dia, seus cérebros começaram a levar em conta o fato de que a luz muda de cor. Os objetos têm um certo tom vermelho rosado de madrugada, mais azul-branco ao meio-dia, e voltam a ser mais avermelhadas no pôr do sol.
O cérebro tenta descontar o efeito da luz do sol (ou outra fonte de luz) para chegar a uma cor "verdadeira".
Por isso, algumas pessoas veem azul no vestido mas seus cérebros ignoram isso, atribuindo a cor azulada à fonte de luz, em vez de ao próprio vestido. Elas veem branco e dourado.
Os cérebros dos outros atribuem o azul que eles veem ao próprio vestido.
Este fenômeno existe há milhares de anos, mas há algo especial nesta foto do vestido que tornou as diferenças na forma como vemos a cor mais clara do que nunca.

Fonte: BBC Brasil

Governo limita gastos de ministérios e vai rever desonerações de folha salarial


O governo anunciou ontem um forte aperto nas despesas da máquina federal até o fim de abril. Por meio de decreto da presidente Dilma Rousseff, o governo limitou a R$ 75,1 bilhões os gastos com investimentos, restos a pagar, custeio e também com obras do PAC. Em igual período do ano passado, o governo previa gastar 21% mais, em termos nominais.
Mais medidas fiscais estão em gestação no governo e podem ser anunciadas ainda hoje. A mais importante delas é a revisão da desoneração da folha de pagamentos, como já tinha informado o Estado em janeiro. Ao todo, 56 segmentos contam hoje com o benefício, criado pelo governo Dilma Rousseff em 2011. No ano passado, o governo abriu mão de R$ 21,5 bilhões em arrecadação, um salto de 75% em relação ao ano anterior.
Segundo especialistas em finanças públicas, o aperto nas contas anunciado ontem por meio de um decreto é prática comum enquanto o Congresso não aprova o Orçamento do ano. O relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prometeu colocar o projeto de Orçamento de 2015 em votação na próxima semana. As despesas discricionárias, alvo das limitações anunciadas ontem, são aquelas em que há "margem de manobra" dos gestores públicos, como ministros, secretários e presidentes de autarquias. Diferentemente dos gastos obrigatórios, essas despesas podem ser reduzidas, elevadas ou até mesmo cortadas em sua totalidade.
Esse limite de R$ 75,1 bilhões é inferior às necessidades de gastos do governo para o período, segundo uma fonte qualificada da equipe econômica, que caracterizou como "apertadíssimo" o novo limite.
O decreto de programação financeira para o primeiro quadrimestre do ano sinaliza um corte de cerca de R$ 58 bilhões para todo o ano de 2015, de acordo com fontes do governo. Esse corte leva em consideração a proposta de investimentos, no valor de R$ 283 bilhões, que o governo enviou ao Congresso Nacional no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA). Levando-se em consideração as emendas apresentadas pelos parlamentares, os investimentos somam R$ 291 bilhões. Nesse cenário, o decreto sinaliza um corte de R$ 66 bilhões. "Essa é uma medida importante para melhorar a transparência do governo e para dar previsibilidade sobre nossos pagamentos", afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive. Diante da falta de dinheiro, o governo decidiu diminuir o limite de gastos de toda a máquina federal e "escalonar" pagamentos de despesas discricionárias. Em outras palavras: "Vamos pagar o passado? Sim. Mas vamos pensar muito bem sobre novas despesas, novos gastos", disse.
De acordo com o decreto, assinado pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as liberações de recursos do Tesouro para os órgãos federais terão como parâmetro não só os novos limites estabelecidos, mas, também, "as disponibilidades de recursos". Com a queda na arrecadação, o governo tem enfrentado dificuldades até mesmo para pagar despesas obrigatórias. Em nota oficial, o Ministério da Fazenda afirmou que o decreto "sinaliza o efetivo comprometimento de todo o governo federal com a realização do ajuste fiscal necessário". (Colaboraram Renata Veríssimo, Carla Araújo e Francisco Carlos de Assis) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo.

Obras da CSP passam por fiscalização


Após denúncias dos sindicatos sobre conflitos entre patrões e empregados nas obras da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou, ontem, audiência pública para ouvir todos os lados envolvidos. O encontro ocorreu na Faculdade de Direito da UFC.
Participaram da audiência representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público Federal, da CSP, dos sindicatos e da Posco Engenharia e Construção Ltda., empresa coreana responsável pela construção. Em um total de 198 inspeções entre 2010 e 2014 do Ministério do Trabalho e Emprego, a obra sofreu 653 autuações. A maior parte delas diz respeito à área de segurança e saúde, com 526 autuações.
Entre os problemas identificados pelo Ministério estão: quadros elétricos abertos, ausência de proteção contra quedas, aberturas no piso, pontas de vergalhões desprotegidas e falta de manutenção de máquinas.
De acordo com o promotor Regional do Trabalho, Francisco Gérson Marques, o MPT ainda não optou por medidas legais contra a obra, mas após a audiência podem ser a próxima alternativa. "Essa audiência de hoje é fundamental para que a partir dela possamos definir a nossa real linha de atuação e quais providências efetivas, concretas. As consequências legais podem ser de indenização por danos morais aos trabalhadores até o embargo da obra", segundo afirmou o procurador.
Na primeira quinzena de março, o MPT-CE deverá se reunir novamente para analisar e debater os problemas apresentados na audiência de ontem. Somente após a próxima reunião, o Ministério irá decidir que procedimentos deverão ser realizados.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem (Sintepav), Raimundo Nonato Gomes, afirma que os problemas se ampliam com as diferenças culturais entre os patrões sul-coreanos e os empregados brasileiros.
Posicionamento
Em nota, a Posco disse que a Audiência Pública foi importante "para a conscientização de todos os atores que fazem parte das relações trabalhistas deste projeto". A empresa reiterou que "se coloca a inteira disposição para receber e analisar com dedicação todas as considerações e sugestões apresentadas na Audiência Pública, assim como está compromissada em acompanhar o desempenho de suas contratadas no âmbito trabalhista, a fim de assegurar o melhor ambiente de trabalho (...) e garantir os direitos dos trabalhadores".

Fonte: Diário do Nordeste

Rendimento médio do Ceará é o 3º pior do País


O valor anotado no Estado é 41,44% menor do que o registrado para o Brasil em 2014, que foi de R$ 1.052

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O indicador investigado pela Pnad Contínua é resultado da razão entre os rendimentos domiciliares e o total de moradores
Fortaleza/Rio. O rendimento nominal mensal domiciliar per capita no Ceará foi de R$ 616 em 2014, abaixo 41,44% do registrado para o País (R$ 1.052) no mesmo intervalo de tempo. O valor apontado para o Estado, resultado da razão entre rendimentos domiciliares e o total de moradores, corresponde também ao terceiro menor entre todas as 27 unidades da Federação, conforme revelou ontem dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Mas os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda o tamanho da desigualdade entre o Ceará e estados das demais regiões. Enquanto o rendimento médio nos lares cearenses foi de R$ 616, no Distrito Federal, o resultado foi de R$ 2.055, o maior alcançado.
Dentro do Nordeste, o melhor resultado foi o de Pernambuco (R$ 802), seguido por Sergipe (R$ 758) e Bahia (R$ 697). Abaixo do drástico resultado cearense estão apenas Alagoas (R$ 604) e Maranhão (R$ 461).
Base do FPE
Nenhum Estado do Norte nem do Nordeste conseguiu atingir a média nacional. Os dados constatam que segundo mais alto rendimento domiciliar per capita foi o de São Paulo, R$ 1.432. No Rio de Janeiro, o indicador ficou em 1.193, enquanto Minas Gerais, teve R$ 1.049.
Os dados foram enviados ao Tribunal de Contas da União para que sirvam de base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), conforme definido pela Lei Complementar nº 143, de julho de 2013.
Crise
O indicador divulgado ontem foi o estopim da maior crise institucional já vivida pelo IBGE. Em 10 de abril de 2014, a presidente do Instituto, Wasmália Bivar, anunciou a suspensão das divulgações seguintes da Pnad Contínua com o objetivo de fazer uma revisão na metodologia de coleta e cálculo da renda domiciliar per capita pela pesquisa.
Motivada por questionamentos de senadores, entre eles a ex-ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, a decisão levantou suspeitas de ingerência política no órgão, desencadeando uma reação imediata do corpo técnico do instituto. Duas diretoras pediram exoneração e coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos caso as divulgações não fossem retomadas. Ainda a reboque da suspensão da pesquisa, servidores do IBGE entraram em greve em 26 de maio do ano passado.
A paralisação se estendeu até 13 de agosto, prejudicando a divulgação de indicadores como a taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A crise teve seu ápice em 19 de setembro, quando o IBGE convocou entrevista coletiva de emergência para anunciar graves erros estatísticos na Pnad 2013, pesquisa anual que havia sido divulgada no dia anterior.
Opinião do especialista
'Modelo econômico do Estado é injusto'
Desde 2007, outros indicadores constatam a precarização atestada na Pnad e nós denunciamos. É algo que já vem acontecendo há muito tempo. Mais isso não é uma causa, já é uma consequência do modelo econômico do Ceará, que está em perfeita desconexão com o nosso mercado de trabalho.
O Estado tem crescido acima da média nacional há mais de cinco anos e nem de longe esse crescimento tem sido repassado para o mercado de trabalho em condições de se reproduzir os benefícios.
É um modelo econômico injusto que não oferece condições mínimas de vida, pois não é só no rendimento, o reflexo disso é sobre educação, saúde, na qualidade de vida da população como um todo.
Nós temos o terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) do Nordeste, abaixo de Pernambuco e Bahia, mas temos um dos piores rendimentos da Região e até do País. Inclusive, menor que estados como Acre, Tocantins, Maranhão e Piauí, que tem um terço do nosso PIB.
Muito se fala de qualificação, que falta qualificação para o cearense ganhar melhor, mas quando o trabalhador do Piauí será melhor qualificado que o nosso? Todo desenvolvimento visto nos últimos anos não é repassado ao trabalhador, que está cada dia mais fragilizado. O mais complicado é que o efeito disso tudo se reflete em trabalho infantil, baixa escolaridade, baixa qualidade de vida, pois sem rendimento compatível, os trabalhadores não têm dinheiro para resolver os problemas.
Reginaldo Aguiar
Economista do Dieese
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Fonte: Diário do Nordeste