quinta-feira, 25 de julho de 2013



Rio. A inflação está corroendo o poder de compra do trabalhador, mas a alta do desemprego verificada em junho (6%, ante 5,8% em maio) pode tirar um pouco da pressão por reajustes nos preços dos serviços e melhorar o quadro. Além disso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ontem que o rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros foi de R$ 1.869,20 em junho, queda de 0,2% ante maio, o quarto recuo seguido frente ao mês imediatamente anterior.

O nível de desemprego no País chegou a 6% em junho, contra 5,8% no mês anterior FOTO: MARÍLIA CAMELO

Na comparação com junho do ano passado, houve aumento de 0,8%, num quadro de desaceleração, já que, em maio, a alta da renda em relação a igual mês de 2012 foi maior, de 1,4%.

Quando se olha para a variação nominal - sem a correção de valores pela inflação -, a renda média subiu 7,6% de junho de 2012 a junho último. A diferença de 0,8% para 7,6% é a mordida da inflação.

"Houve uma parte da renda que foi corroída pela inflação. Se olharmos em junho do ano passado, o avanço em relação a junho de 2011 foi bem superior a junho agora", disse o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo.

Em junho do ano passado, o ganho anual da renda real média do trabalhador foi de 4,7%. Naquela época, a inflação acumulada em 12 meses era menor: 4,92%, contra 6,70% registrados em junho último, pelo IPCA, índice usado pelo governo para balizar as metas de inflação. Por outro lado, o aumento da taxa de desemprego visto em junho (6,0%, ante 5,8% em maio e 5,9% em junho do ano passado) pode ajudar o Banco Central (BC) no controle da inflação. O crescimento mais lento da renda também pode reduzir um pouco a demanda no setor de serviços, tirando pressão de seus preços.

Cenário
"Um mercado de trabalho mais fraco tira um pouco (da pressão inflacionária)", disse Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências. Além disso, uma desaceleração da inflação no segundo semestre, por conta do alívio nos preços dos alimentos, era esperada. "Isso deve contribuir para recompor o poder de compra, embora o espaço para aumento de renda seja limitado pelo cenário de crescimento econômico", completou.   

Fonte: Diário do Nordeste

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