sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

57,3% não irão às compras neste mês


Alta do endividamento e da taxa de juros, além da inflação registrada na Capital, ajudaram a reduzir a intenção
A intenção de compra do fortalezense em janeiro caiu 17,3 pontos percentuais, em relação a dezembro de 2013, sendo a menor dos últimos 15 meses. Para se ter uma ideia, 57,3% dos consumidores da Capital não pretendem ir às compras neste período, e o valor médio dos gastos deve ser de R$ 330,61.

As informações são da Pesquisa Confiança e Intenção de Compra do Consumidor de Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC-CE)e divulgada ontem.

Televisores são os itens mais desejados pelos consumidores de Fortaleza em janeiro, com 21,7% das intenções Foto: JL ROsa
A redução no índice é explicada pelo diretor técnico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo, como uma tendência do perfil de consumo. De acordo com ele, que também é economista, o governo brasileiro vinha trabalhando com políticas de estímulo para a economia desde 2008, mas em fevereiro do ano passado começou o processo de redução dos incentivos.

Alex Araújo cita a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como uma dessas políticas. No dia 26 de dezembro do ano passado, por exemplo, o governo aumentou os tributos cobrados na fabricação de automóveis, recompondo parte das alíquotas do IPI.

Outros fatores

Somado a essa redução dos incentivos, o diretor técnico da Fecomércio-CE lembra que o aumento do endividamento e da taxa de juros, além da alta inflação registrada na Capital, ajudaram a reduzir a intenção de compra na Capital cearense. "Fortaleza foi impactada pela mais alta inflação do Brasil e, tudo isso, vem afetando estruturalmente o comércio, causando assim um desaquecimento", ressalta.

Itens desejados

Além da intenção de compra, os produtos que os consumidores de Fortaleza mais desejam também mudaram. Em janeiro, a televisão foi apontada como o objeto que será mais procurado pelos fortalezenses, com 21,7%. Para Alex, a alteração na lista de compras aponta para o perfil de um outro consumidor. Conforme diz, o consumidor de janeiro é aquele que se programou para o período de liquidação e até deixou de comprar em dezembro.

Ainda de acordo com a pesquisa, a intenção de compra mostra-se mais forte entre os consumidores do gênero masculino (46,5%), da faixa etária entre 25 e 34 anos (55,6%) e de renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (49,9%).

Os produtos mais procurados são: televisores, (citados por 21% dos entrevistados); móveis e artigos de decoração (14,6%); geladeiras e refrigeradores (11,4%); aparelhos de telefonia celular (11,3%); fogão (10,8%); computadores (9,2%) e máquina de lavar roupa, citada por 8,7% dos entrevistados.

ICC sobe

A Fecomércio-CE também divulgou ontem a pesquisa sobre o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Fortaleza. Segundo o estudo, o índice subiu 2,8% em janeiro, passando de 133,9 pontos, em dezembro, para 137,7 pontos neste mês.

Apesar do aumento apresentado pelo ICC de Fortaleza, o resultado do trimestre é inferior ao mesmo período do ano passado. A redução acaba sinalizando uma queda estrutural do otimismo, que é resultado do aumento da inflação, do elevado nível de endividamento das famílias e também do fim de vantagens fiscais criadas pelo governo federal para uma série de produtos de consumo duráveis.

Fonte: Diário do Nordeste

NAYANA SIEBRAREDAÇÃO WEB

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