sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cesta básica tem 2ª menor alta do NE

O preço do conjunto de produtos que compõem a cesta aumentou 8,18% no acumulado do ano passado
Depois de apresentar a maior alta do Brasil em novembro último, o preço da cesta básica em Fortaleza fechou 2013 com variação de 8,18%, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A Capital cearense ocupou a segunda menor alta no ranking nordestino do período, atrás apenas de Aracaju, com 6,23%.

O levantamento apontou que Fortaleza possui o segundo maior valor da cesta básica do Nordeste ( R$ 273,47), atrás de Recife (R$ 274,69) FOTO: WALESKA SANTIAGO
No mês de dezembro, a variação da cesta básica foi de 1,56% em Fortaleza, terceira maior da região Nordeste. O crescimento é maior somente em Salvador (2%) e Recife (2,37%). "Nós tivemos uma série de altas e depois chega num patamar que para de subir. Tivemos uma alta pequena em dezembro, mas é porque o preço congelou. Esse nível dos preços dos produtos já é alto demais. Não tivemos mais aumento porque o mercado não absorvia", explica o economista do Dieese, Reginaldo Aguiar.

O levantamento aponta ainda que Fortaleza possui o segundo maior valor da cesta básica do Nordeste, com custo de R$ 273,47, sendo o primeiro em Recife, onde o valor é de R$ 274,69. Em novembro do ano passado, o conjunto de 13 itens que compõem a cesta custava R$ 269,28 na Capital cearense.

Em Fortaleza, conforme Reginaldo, praticamente todos os produtos apresentaram estabilidade nos preços no mês de dezembro. "O que subiu mais foi o tomate, pois mais de 90% do que é consumido aqui vem da Serra da Ibiapaba, local atualmente sem água suficiente para abastecer as lavouras.

Em 2013, produtos como leite, farinha de trigo, banana, pão francês e batata tiveram aumento em todas as regiões em que são pesquisados. Já o óleo de soja foi o único produto da cesta que teve seus preços reduzidos em todas as cidades.

Tempo de trabalho
No mês de dezembro de 2013, a jornada de trabalho necessária para a compra dos alimentos essenciais por um trabalhador remunerado a partir do salário mínimo vigente na época (R$ 678,00) foi de 94 horas e 47 minutos, em média, nas capitais pesquisadas no País.

Em Fortaleza, o tempo calculado pelo Dieese foi de 88 horas e 44 minutos, o segundo maior registrado entre as capitais da região Nordeste.

Em sete anos

De acordo ainda com o economista, de janeiro de 2006 a dezembro de 2013 foi possível observar uma variação de 106,91% da cesta básica, quando, ao mesmo tempo, a inflação cresceu apenas 50,67%. "Nós podemos dizer que, pegando o período da crise financeira e agora, temos uma variação maior que o dobro da inflação. Entre os itens que tiveram maior variação neste período, destaca-se a carne, que é o alimento da cesta com mais peso no bolso do trabalhador e teve uma variação 116,60% no igual período.

Para o economista, outro fator que chamou atenção em sete anos foi a proporção entre o ganho do salário mínimo e o aumento do preço da cesta. "Em maio de 2006, o salário mínimo custava R$ 350 e, atualmente, custa R$ 724, uma variação de 106,86%. Já a cesta variou 106,91% neste sete anos. Como as despesas com alimentação pesam em torno de 40% sobre todo o ganho, o que aumentou de salário mínimo praticamente neutralizou o ganho", explica.

Salário mínimo

Com base na cesta básica de Porto Alegre, que registrou o maior aumento em dezembro, custando R$ 329,18, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro, o menor salário pago deveria ser R$ 2.765,44 , ou seja, 4,08 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00.

Em novembro, o mínimo necessário era semelhante: R$ 2.761,58, também equivalente a 4,07 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2012, o valor necessário para atender às despesas de uma família era de R$ 2.561,47, ou 4,12 vezes o mínimo de então (R$ 622,00).

ANA BEATRIZ SUGETTEREPÓRTER
 
Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário