segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Caixa incorpora R$ 420 milhões


Brasília. A Caixa Econômica Federal incorporou R$ 420 milhões do saldo de contas poupança de clientes com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) irregular no lucro líquido do banco estatal em 2012. Seguindo determinação do Banco Central (BC), órgão responsável pela regulação do sistema financeiro, a Caixa Econômica teve de desfazer a movimentação e retirar o valor, que representa em torno de 7% do lucro do resultado da estatal de 2013. A Caixa também ficou impedida de fazer o cancelamento dessas contas com dificuldades cadastrais.

A prática foi revelada pela revista IstoÉ desta semana, que divulgou documentos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do BC que apontavam o fechamento de mais de 525 mil contas de depósito de forma "irregular". A Caixa afirmou, em nota divulgada na última sexta-feira, 10, à noite, que encerrou 496.776 contas cujos CPF tinham sido cancelados, suspensos ou pendentes de regularização com a Receita Federal. De acordo com a instituição financeira, não houve comunicação dessa operação ao BC porque não havia indícios de fraude ou lavagem de dinheiro.

Conforme a Caixa, o procedimento foi feito em 2012, depois de tentar entrar em contato com esses clientes nos seis anos anteriores, por meio de correspondência ou telefone e cruzamento de informações com outras bases de dados cadastrais. Sobre a incorporação do saldo das contas encerradas ao balanço do banco, a instituição diz que o procedimento foi respaldado por auditorias independentes. Primeiro, conforme a Caixa, os recursos foram alocados na rubrica de passivo. Porém, como contabilmente não representavam uma saída provável, o banco transferiu os recursos para o resultado. A Caixa diz que essa prática não descumpriu nenhum normativo do BC.

CGU e Banco Central
Ontem, o Banco Central e a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmaram, em nota, que a operação do banco não pode ser considerada como “confisco”. O BC afirmou que os clientes que tiveram as contas encerradas têm direito ao dinheiro que estava depositado nelas, após regularização da situação.
 
 
Fonte: Diário do Nordeste  

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