sábado, 4 de janeiro de 2014

Teles negociam compra da TIM


Rio. O grupo espanhol Telefónica, controlador da Vivo, costura uma oferta conjunta com a Oi e a América Móvil, dona da Claro, para assumir o comando da TIM Brasil, segundo o jornal italiano Il Sole 24 Ore. Em reação à informação, divulgada ontem, as ações das operadoras dispararam (com altas de até 27%) na BM&FBovespa.

Grupo formado pela Telefónica, dona da Vivo; a América Móvil, dono da Claro; e a Oi, estaria planejando comprar e dividir a concorrente no Brasil Foto: Kelly Freitas
De acordo com a publicação italiana, a operação estaria sendo coordenada pelo banco de investimentos BTG Pactual e poderia ter um desfecho ainda em janeiro. Caso seja confirmada costura do acordo, o negócio é estimado pelo mercado financeiro em 9 bilhões de euros.

Empresas negam

Embora empresas e autoridades regulatórias tenham negado a transação, a notícia bateu em cheio no mercado de ações. Os papéis da Oi, pertencente à Portugal Telecom, a fundos de pensão de empresas estatais e à Andrade Gutierrez, tiveram a maior alta: 17,43% para as preferenciais (PN, sem direito a voto) e 27,07% para as ordinárias (ON, com voto).

As ações da Vivo subiram 2,51%, enquanto os papéis da TIM Brasil avançaram 10,73%

Desde setembro, quando a Telefónica anunciou, na Europa, a ampliação de sua participação na Telco - holding que controla a Telecom Italia, com 22,4% do capital votante -, o futuro da TIM Brasil está na berlinda. Tudo porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade, órgão que monitora a concorrência no País) está de olho no mercado de telefonia.

Em 2010, quando a Telefónica entrou no capital da Telecom Itália e, em movimento paralelo, comprou a parte da Portugal Telecom na Vivo (tornando-se a única dona da operadora líder no Brasil), o Cade firmou um acordo com os grupos espanhol e italiano, para evitar mais concentração no mercado.

Comprar e repartir
De acordo com a reportagem desta sexta-feira do jornal italiano, a empresa espanhola deverá se reunir nos primeiros dias da próxima semana para fazer um balanço da situação e avaliar as condições de viabilidade do negócio. Segundo o Il Sole 24 Ore, o projeto visa à criação de um veículo local com as duas outras empresas para comprar a TIM Brasil e, então, dividi-la.

Em nota, a TIM informou que a Telecom Itália desconhece qualquer oferta de aquisição pela operadora brasileira, considerada pelo grupo de "suma importância". O Cade e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também informaram não ter recebido, para análise, nenhuma proposta do tipo.

Segundo um estrategista de um banco nacional, a notícia, verdadeira ou não, turbina as ações do setor. Ele classifica a operação como "dos sonhos", ao eliminar um dos competidores sem concentrar participação de mercado em qualquer uma das outras teles. Além disso, comenta, o valor do negócio, de 9 bilhões de euros, é muito elevado.

Fonte: Diário do Nordeste  

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