Projeção do PIB mantida em 2,5%
Brasília. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ontem que a previsão de crescimento de 2,5% da economia para este ano será mantida no relatório de avaliação de receitas e despesas que o governo faz bimestralmente. O próximo está previsto para ser divulgado amanhã. No relatório, o governo apresentará as revisões de seus gastos e receitas primárias.
Belchior, entretanto, não detalhou se haverá mudanças na meta de superávit primário.
Devido ao forte aumento das despesas neste ano, acima do crescimento das receitas, o governo federal enfrenta dificuldades para cumprir a meta de economizar R$ 73 bilhões.
"Estamos fazendo os últimos ajustes em função da execução dos últimos dois meses, sem grande mudanças em relação ao relatório anterior", disse Belchior. "Temos uma visão de que vamos crescer 2,5% neste ano, então vamos manter isso no relatório", acrescentou.
A ministra defendeu a importância da "flexibilidade" da meta de superávit primário prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A legislação prevê a possibilidade do governo abater gastos com investimentos e perdas de receita com desonerações da meta de economia.
O valor de R$ 73 bilhões já prevê o desconto de parte do abatimento permitido.
"A importância é dar maior flexibilidade. O superávit, do nosso ponto de vista, tem que refletir o ano que estamos vivendo", disse a ministra.
Na visão do governo, o contexto de crise econômica internacional explica o baixo crescimento da arrecadação neste ano, o que vem dificultando o cumprimento da meta de superávit.
Indexador da dívida
A chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Ideli Salvatti, disse ontem que o governo federal acompanhará o "debate interno" no Senado do projeto que muda o indexador da dívida de governos de Estados e prefeituras. De acordo com Ideli, esse assunto não foi "sequer tratado" na reunião do Conselho Político realizada anteontem no Palácio do Planalto.
Perguntada se a mudança no indexador da dívida não poria em risco o Pacto pela Responsabilidade Fiscal, relançado também anteontem pela presidente Dilma Rousseff, na presença de presidentes nacionais e líderes de partidos, ela afirmou que o assunto "já foi negociado e encaminhado pelo governo".
"Quando fizemos o Pacto pela Responsabilidade Fiscal, foi exatamente para não termos a aprovação de matérias sobre as quais não há garantia da receita. É diferente o que estamos falando".
Fonte: Diário do Nordeste
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