terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vagas têm aumento de quase 8 vezes no Estado

Ceará conta com 478 leitos; dez comunidades terapêuticas foram selecionadas para receber os pacientes
O Ceará passou, ontem, a disponibilizar 478 vagas em comunidades terapêuticas para o tratamento de dependentes químicos, um aumento de quase oito vezes. Antes, o governo do Estado tinha apenas 60 leitos para internação. O número pode aumentar, com mais 344 vagas. Contudo, a quantidade ainda é insuficiente. Segundo especialistas, a cada 100 dependentes, apenas cinco estão em casas de recuperação. As informações são da Redação Web do Diário do Nordeste.

Em agosto deste ano, o Diário do Nordeste publicou série de reportagem mostrando que, mesmo inadequadas para receber pacientes, comunidades terapêuticas conseguiram firmar convênios com o Estado FOTO: WALESKA SANTIAGO

Foram garantidos 239 novos espaços financiados pela União. Em contrapartida, o governo estadual arcará com os custos de outras 239. Mais 344 estão em estudo, sendo 172 do governo federal e 172 do Estado, que firmou convênio, ontem, com o Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.

Até então, o Ceará possuía apenas 60 vagas. Com os novos espaços, foram selecionadas dez comunidades terapêuticas.

Outras entidades ainda poderão se candidatar às vagas em estudo. Para concorrer, a instituição deve ter pelo menos três anos de funcionamento e realizar programas de reabilitação. O encaminhamento para as unidades terapêuticas será feito por instituições públicas que tratam de dependentes químicos, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e o Centro de Convivência Elo de Vida, do Hospital de Saúde mental de Messejana (HSM), que analisarão a necessidade de internação caso a caso.

O tratamento de cada paciente adulto custará R$ 1.000,00 por mês. No caso de crianças, adolescentes e mães acompanhadas dos filhos lactentes, o valor será de R$ 1.500,00 por cada internação.

Além das vagas, também foi assinada a ordem de serviço para a construção do Centro de Desintoxicação e Reinserção Social, ligado à Assessoria Especial de Políticas Públicas sobre Drogas. Segundo informou a titular da Pasta, Socorro França, em nota, as ações darão continuidade à implementação do programa "Crack, é possível vencer" e são uma "resposta aos desafios impostos a todo o País frente ao fenômeno do uso de crack e outras drogas, apresentar a efetivação de ações integradas e intersetoriais que unem o governo estadual e governo federal".

Reabilitação
Em junho deste ano, o Diário do Nordeste publicou que, segundo a Pastoral da Sobriedade Regional Nordeste 1, de cada 100 pessoas que consomem drogas, apenas cinco em estão em casas de recuperação. Destas, 20% conseguem concluir o processo de reabilitação.

Somente com relação ao consumo de crack, há cerca de 100 mil dependentes químicos no Ceará, segundo dados da Central Única das Favelas (Cufa) de 2011. Dois anos depois, o número deve ser ainda maior.

Em agosto deste ano, o Diário do Nordeste publicou a série de reportagem "Mercado do Vício", que mostrou comunidades terapêuticas que, mesmo inadequadas, conseguiram firmar convênio com o Estado. Alguns pacientes denunciaram maus-tratos e extorsão de familiares.

No último dia 30 de outubro, em audiência pública no Ministério Público Estadual (MP-CE), representantes da gestão municipal e estadual, a Comissão de Políticas Públicas sobre Drogas da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE) e 13 instituições ligadas à área definiram roteiro unificado para fiscalização sanitária e compromisso de um levantamento oficial de todas comunidades terapêuticas e clínicas para dependência do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste

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