Gravidez precoce é tema de colóquio
Trocar uma infância de brincadeiras para se tornar responsável por uma vida que está sendo gerada quase nunca é uma situação desejável. A gravidez em crianças e jovens ainda é um assunto que merece grande atenção, já que envolve diversos fatores, que serão discutidos por diversas Organizações Não-Governamentais e pelo Instituto da Infância (Ifan).
De acordo com Evelyn Einsentein, integrante da ONG Visão Mundial, a falta de informação e acompanhamento integrado são obstáculos Foto: Helosa Araújo
Durante os dias 7 e 8 de novembro, no Hotel Mareiro (Av. Beira Mar, 2380), o Colóquio Primeira Infância e Gravidez na Adolescência - Desafios e Repercussões Clínicas, Psicossociais e Políticas Públicas, contando com o apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), da Organização Pan Americana e Unicef, debaterá esse tema a fim de fomentar a discussão e fortalecer os conhecimentos sobre gravidez na adolescência e suas implicações na primeira infância, além de políticas públicas e intervenções de atenção primária e ações de proteção.
Na ocasião, serão lançados os livros "Esse Mundo Digital" e "A Contribuição da Estratégia Brasileirinhos e Brasileirinhas saudáveis para a construção de uma política de atenção integral à saúde da criança".
Estatísticas
Apesar de ser um assunto que vem sendo discutido há muitos anos, a preocupação continua. De acordo com a Sesa, de 2005 a 2012, o número de partos em adolescentes cearenses diminuiu em 20%. Apesar desta queda, os índices de mortalidade infantil de prematuros e baixo peso dos nascituros de mães adolescentes, ainda chama bastante atenção.
"Mesmo existindo distribuição gratuita de contraceptivos nos postos de saúde espalhados por todo o País, as adolescentes ainda estão ficando grávidas, ainda não têm os cuidados necessários, ainda chegam às unidades de atendimento somente após o segundo trimestre, após descobrir a gestação. Em outros casos, por repressão familiar, essa gestação é escondida", lamenta Evelyn Einsentein, integrante da ONG Visão Mundial, que fará parte da mesa de discussão do Colóquio Primeira Infância e Gravidez na Adolescência.
De acordo com ela, ainda há falta de informação e acompanhamento integrado, já que as mães adolescentes buscam atendimento tardiamente ou, até mesmo, não têm conhecimento de que está gestante. "Tivemos grandes avanços, mas as unidades neonatais continuam cheias", avalia.
"O Brasil inteiro está lutando por essa causa. O Ceará é um grande participante nessa discussão e na luta contra o aumento das taxas. Porém, o Norte e Nordeste ainda não conseguiram diminuir os altos números de mortalidade de mães adolescentes e bebês", destaca Evelyn.
Mais informações
Inscrições e programação completa: http://www.primeirainfancia.org.br/
Telefone: (85) 3268-3979
Fonte: Diário do Nordeste
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