segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Tecnologia será aliada para serviços públicos

Gestores públicos se valem cada vez mais de recursos tecnológicos para dar resposta às demandas da população
Rio. Imagine o seguinte cenário: você está saindo de casa para ir ao trabalho, quando recebe uma mensagem de texto no celular informando quais ruas estão congestionadas na cidade e sugerindo opções para o tráfego naquele instante. Certamente, facilitaria, e muito, sua rotina. Ou a energia no bairro cai, e quase que instantaneamente, a concessionária é informada do problema, assim como a Polícia, que se dirige ao local para garantir a segurança da área, e o órgão de trânsito, que passa a controlar o fluxo de veículos.

Integração
Essa integração toda entre poder público, prestadores de serviços e população parece um pouco distante da realidade fortalezense, mas com a ajuda da tecnologia, vem sendo implantada em vários lugares do mundo, e é parte de um conjunto de operações responsáveis por tornar uma cidade mais inteligente. No Brasil, Rio de Janeiro e Porto Alegre se destacam na aplicação de algumas dessas ideias. Nessas capitais, os sistemas foram implantados pela IBM, gigante do setor de Tecnologia da Informação, que já negocia também com outras cidades brasileiras (e nordestinas) a adoção de recursos para adaptar a infraestrutura dos municípios em busca de mais sustentabilidade, melhor gerenciamento, redução de perdas e progresso social.

As chamadas "cidades mais inteligentes" contam com a tecnologia e até colaboração da população para ler o que está acontecendo - através de sensores, imagens, ligações e demandas advindas, por exemplo, de aplicativos para smartphones -, analisar os dados e enviar uma resposta para o problema.

Tecnologias inteligentes
O uso da tecnologia na construção de cidades inteligentes foi responsável por reduzir em 20% o tráfego de veículos em Estocolmo, na Suécia; diminuir as perdas de arrecadação no transporte público em 80% em Cingapura, com a adoção de cartões inteligentes para todos os modais; e otimizar em 99% a gestão da frota de ônibus na China.

No Rio, o pontapé inicial da construção de uma cidade mais inteligente foi a edificação do Centro de Operações do município (COR), que reúne e interconecta informações de diversos órgãos públicos para melhorar a capacidade de resposta da Prefeitura a vários tipos de incidentes, como enchentes e deslizamentos, por exemplo.

O COR é o primeiro centro do mundo que integra todas as etapas de um gerenciamento de crise: desde a previsão, mitigação e preparação, até a resposta imediata aos eventos e realimentação do sistema com novas informações que podem ser usadas em futuras ocasiões. "O tempo real não é mais suficiente. É preciso predizer", destaca Antônio Carlos Dias, diretor de Cidades Inteligentes da IBM Brasil.

Para fazer antecipações relacionadas ao trânsito, por exemplo, a IBM dispõe de "algoritmos de predição" que fazem projeções baseadas no histórico. Se em grande parte dos dias, costuma existir engarrafamento em determinados horários e ruas, detectado por sensores e câmeras, o poder público já se prepara antecipadamente e organiza o tráfego na região, de forma a reduzir parte do fluxo daquela via e garantir a circulação.

Em Porto Alegre, a gestão local investiu na tecnologia para monitorar e melhorar a gestão dos serviços públicos da cidade. A solução permite que a Prefeitura gerencie obras e reparos que estão sendo feitos na cidade e administre serviços públicos, como a rede de água e esgoto, o sistema de iluminação pública, pontes, parques, caminhões e contêineres de lixo. Um exemplo de aplicação prática é que, através do sistema, a gestão consegue ter o controle sobre a vida útil das lâmpadas das ruas da cidade. Assim, antes de queimarem, já são trocadas; evitando transtorno para o cidadã.

Para Cezar Taurion, gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil, uma cidade inteligente é a que otimiza a capacidade da infraestrutura já existente. " Infelizmente, nossas cidades ainda estão no mundo analógico", definiu Taurion.

DIEGO BORGES*EDITOR DE CAPA WEB

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário