Campanha quer imunizar mais de 95% do rebanho
Para a Organização Mundial de Saúde Animal, a meta é atingir o índice de 95% de vacinação do rebanho
A febre aftosa geralmente leva o animal a ser sacrificado
Foto: José Leomar
Caucaia. Com a meta de vacinar mais de 95% do rebanho do Ceará de bovinos e bubalinos, estimado em 2,6 milhões de cabeças, foi lançada, ontem, pelo Governo do Estado a segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, na Fazenda Lagoa dos Porcos, em Caucaia.
O principal objetivo de toda a cadeia produtiva e das autoridades é garantir ao Ceará a condição de ser "livre de febre aftosa com vacinação", alcançada em maio último, o que assegurou o reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O lançamento foi dos mais concorridos e contou com a presença de representantes da cadeia produtiva, fiscais, lideranças empresariais e autoridades, dentre as quais, o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, e o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), Augusto Júnior.
Apesar do lançamento ontem, a dose da vacina já está disponível nas lojas agropecuárias credenciadas ao custo aproximado de R$ 1,60. "A vacina impede que o animal contraia a febre aftosa e venha a ser sacrificado.
O Ceará foi reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa com vacinação pela OIE em solenidade na França. Isso significa dizer que o vírus não está mais circulando. Mas é preciso continuar vacinando para que ele não volte a circular no nosso Estado", explica o presidente da Adagri Augusto Júnior.
Segundo Augusto, dos 142 mil produtores, apenas 3% não participaram da primeira etapa da vacinação. "O nosso rebanho é quase todo bovino. Das 2,5 milhões de cabeças, apenas pouco mais de 1.800 são de bubalinos".
Em relação ao reconhecimento internacional, Augusto lembra que foi uma luta que durou 40 anos. "Esse status que conseguimos em maio último é consequência de uma luta de quatro décadas. Pela primeira vez o Ceará conseguiu esse feito na sua história. Isso graças ao empenho de todos. Os produtores hoje estão bastante conscientes. A maior prova disso são os índices das nossas campanhas, que ultrapassam a marca de 95% de êxito".
Conforme a Adegri, antes dessa performance, as campanhas de vacinação atingiam patamares mais modestos, entre 70% e 80%. "Na chamada pós-campanha, a gente saía em busca de atingir pelo menos mais 10%. Nessa segunda etapa, que dura mais trinta dias, perseguimos um índice de apenas 2%. Isso não quer dizer que a gente esqueça os 3% restantes.
Em relação a esse percentual, ficamos até o fim do ano procurando esses produtores para cadastrá-los. Enquanto isso, eles ficam sem guia de trânsito e suas propriedades interditadas. O que devemos ressaltar, todavia, é que a OIE exige 95% de cobertura e o Ceará atingiu em maio 2% a mais que isso".
O secretário Nelson Martins frisou que o êxito do Ceará no combate à febre aftosa se deve ao empenho de todos e, em particular, da consciência dos produtores. "A febre é um mal cruel. Quando ela ataca, na grande maioria dos casos, os animais têm que ser sacrificados. Além do prejuízo particular, o criador prejudica toda a cadeia produtiva, já que a febre é altamente contagiosa", argumenta.
Estrutura
Para Nelson Martins, a estrutura organizada pelo Estado é outro fator que contribui para o êxito das campanhas. "A Adagri possui 40 escritórios no Estado. Já a Ematerce tem 165. Além disso, contamos com a participação efetiva das secretarias de agriculturas municipais, o que facilita em muito o trabalho de todos".
Apesar do status de "livre da febre aftosa com vacinação", Martins afirma que não pode haver acomodação. "É uma conquista histórica. Antes, tínhamos dificuldade para vender nossos animais e os produtos derivados para outros locais, pois éramos considerados zona de risco. A aftosa é como a dengue. Todos têm que colaborar para erradicar o vírus, do contrário, ele se propaga e ameaça a todos".
O produtor e proprietário da Fazenda Lagoa dos Porcos Ubiraci Gurjão ressaltou que a certificação é valiosa e "os criadores devem continuar a fazer o dever de casa, vacinar o gado e participar das campanhas".
O presidente da Ematerce, José Maria Pimenta enfatizou que "chegar à zona livre foi fácil. O difícil é carregar esse diploma por muitos e muitos anos para não permitir que as porteiras das fazendas e do Estado sejam novamente fechadas".
Mais informações
Endereço: Avenida Bezerra de Menezes, 1820, São Gerardo - Fortaleza-CE
Adagri: (85) 3101-2500
SDA: (85) 3101-8002
Fonte: Diário do Nordeste
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