quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Desemprego cai com 27 mil novas vagas na RMF

                                                                                                                                       

Em outubro, a taxa foi de 7,8% da População Economicamente Ativa, 0,3 ponto abaixo do indicador de setembro


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Construção civil e indústria foram os setores que mais ampliaram vagas
Foto: BRUNO GOMES
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Josbertini: estamos incluindo com pouca qualidade e baixos salários. Desafio é elevar rendimento real
      
O desemprego voltou a cair pelo segundo mês consecutivo na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em outubro, a taxa chegou a 7,8% da População Economicamente Ativa (PEA) - 0,3 ponto percentual abaixo do indicador registrado em setembro (8,1%). Com isso, o contingente de desempregados totalizou 149 mil pessoas, significando, assim, três mil a menos do que o número do mês anterior (152 mil). Em relação a igual mês do ano passado (132 mil), porém, o número indica um acréscimo de 17 mil desempregados no mercado de trabalho local.

Em contrapartida, o nível ocupacional cresceu nos dois comparativos: anual e mensal. Foram contabilizados 1,75 milhão de ocupados em outubro deste ano, contra 1,72 milhão em setembro e 1,68 milhão em outubro de 2013, com incremento de 1,6% no mês (27 mil vagas a mais) e de 4,5% em doze meses, com mais 75 mil postos acima.

Carteira assinada

O cenário do mercado de trabalho na RMF indica também uma retomada do emprego com carteira assinada no setor privado ao mesmo tempo em que evidencia a continuidade da trajetória de declínio dos rendimentos médios reais dos ocupados.

Os dados são da mais recente edição da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMF (PED) divulgada, ontem, na Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará (STDS) por técnicos do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Para Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do IDT, no contexto geral, os resultados apresentados na Pesquisa são favoráveis. "Atingimos, em outubro, o maior estoque de ocupados desde 2009 (quando teve início a série histórica da PED), o que mostra que nosso mercado de trabalho está aquecido", observa. Outro dado positivo, segundo ele, é que dos 27 mil postos criados entre setembro e outubro deste ano, 23 mil são com carteira assinada no setor privado "Esse dado demonstra a retomada do emprego com carteira assinada", reforça.

Apesar da expansão do emprego formal no setor privado, de 3,1% no mês e de 6,2% no ano, o analista do IDTA ainda demonstra preocupação com o desempenho do mercado de trabalho da Região Metropolitana. "Mesmo com a melhora do nível de ocupação e com a queda do desemprego no mês, o total de desempregados na RMF ainda é quase 13% (12,9%) maior em relação a outubro do ano passado, o que indica que o mercado de trabalho ainda não se recuperou", avalia Mardônio Costa

Setores aquecidos

Considerando os setores de atividade econômica, a geração de vagas da RMF foi puxada pela construção civil e pela indústria de transformação, que cresceram 6,2% e 2,9%, respectivamente, com a criação de nove mil ocupações, cada uma.

Já o segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas criou quatro mil postos, registrando 1% de alta. Enquanto isso, os serviços abriram três mil ocupações, com 0,4% de crescimento.

Rendimento médio real recua

Na contramão da massa de rendimentos reais, que registrou alta de 0,2% entre os ocupados e de 0,6% entre os assalariados de agosto para setembro deste ano, o rendimento médio real caiu 0,7% para os ocupados e 0,2% para os assalariados, chegando a equivaler R$ 1.159,00 e R$ 1.195,00, nessa mesma ordem.

No setor privado houve queda de 0,5% no rendimento médio real dos trabalhadores da indústria de transformação. Foi registrado decréscimo também na renda média dos autônomos (-1,7%) e dos assalariados do setor público (-4,7%).

Para Ediran Teixeira, coordenador da PED no Dieese, é preocupante que a elevação da massa de rendimento ocorra por conta da geração de empregos e não pelo crescimento real dos salários.

"O rendimento médio real dos trabalhadores tem de acompanhar o crescimento da massa salarial, sob pena de perpetuarmos a precarização do mercado de trabalho", afirma. O titular da STDS, Josbertini Clementino, reconheceu que apesar de o Ceará se posicionar no topo da geração de vagas em relação a outros estados do Nordeste, é preciso garantir a qualidade dos postos gerados.

"Estamos incluindo com pouca qualidade e com baixos salários. Então o principal desafio nosso, aqui no Ceará, é ampliar a massa salarial com elevação do nível de rendimento médio real". (AC)

Ângela Cavalcante
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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