Sonda que pousou em cometa capta “música” espacial
Já quis pegar carona na cauda do cometa? Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) descobriram que uma oportunidade rara de “realizar” esse feito ocorreria na última quarta-feira (12). Após dez anos de pesquisas, a sonda Philae foi ejetada da espaçonave Rosetta, a cerca de 510 milhões de quilômetros da Terra, em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde pousou às 14h05 (horário de Brasília).
A manobra é histórica. É a primeira vez que qualquer tipo de equipamento chega a um cometa. Até o fim do ano que vem, a Rosetta vai orbitar o cometa e retransmitir para a Terra informações captadas pela Philae. A sonda que está na superfície da rocha pode tirar fotos, recolher substâncias e captar áudios.
Nem bem a nova etapa da missão começou e as surpresas já apareceram. Um ruído misterioso foi captado pela espaçonave Rosetta vindo do cometa. A “música” não era um fenômeno previsto e sua origem ainda não está clara.
“Isso é emocionante porque é completamente novo para nós. Não esperávamos isso e ainda estamos tentando entender a física do que está acontecendo”, declarou Karl-Heinz Glaßmeier, chefe de departamento de Física Espacial na Technische Universität Braunschweig, da Alemanha, ao blog RESA Rosetta.
Naturalmente, o som não é audível para o ouvido humano e precisou ser aumentado 10 mil vezes para se tornar perceptível. Ouça o resultado:
Missão inédita
O 67P/Churyumov-Gerasimenko tem 4 km de largura, tem o formato semelhante a um pato de borracha e orbita o Sol, entre Júpiter e a Terra, completando o ciclo uma vez a cada 6 anos e meio. Um dos maiores riscos da missão da ESA era o de que a baixa gravidade do cometa não fosse suficiente para reter a sonda na superfície, o que poderia fazer o equipamento “quicar” depois da aterrisagem.
Para prevenir esse risco, Philae foi equipada com um sistema de arpões de fixação. Na hora H, eles não funcionaram. Mas, mesmo assim, o módulo Philae conseguiu manter-se estável.
Acredita-se que a rocha espacial tenha se formado 4,6 bilhões de anos atrás. A partir da análise de seu material, os pesquisadores esperam ter informações sobre a formação do nosso Sistema Solar.
Das pesquisas, por exemplo, pode-se descobrir a presença ou não de material orgânico em cometas.
Rosetta está orbitando a cerca de 20 km de distância do cometa e o trajeto foi feito em sete horas pela sonda. Philae tem o tamanho aproximado de uma máquina de lavar, possui 11 equipamentos de análise e pesa cerca de cem quilos. O custo da missão está estimado em 1,4 bilhões de euros (cerca de 4,5 bilhões de reais).
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs
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