quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cearenses são premiados em Olimpíada de Língua Portuguesa

Os três estudantes cearenses se destacaram contando as histórias de onde vivem

“Um dia você vai ler um livro meu”. Quem faz a promessa é Ester de Araújo, 15, uma das cearenses vencedoras da quarta edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. “A pessoa mais realizada do mundo”, ela se descreve, fazendo questão de mostrar toda a paixão que tem pela escrita. Junto ao Paraná, o Ceará foi o estado com o maior número de premiados: dois na categoria artigo de opinião e uma, Ester, na categoria crônica. O resultado foi divulgado ontem, em Brasília, com a presença dos 152 finalistas, 11 deles do Ceará, do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.


A melhor sensação, descreve a baixinha premiada, é saber que um objetivo foi conquistado. “Eu sinto como se tivesse ganhado o prêmio mais importante do mundo”. Ester, que escreveu a crônica “Exclusividade”, sobre um triângulo amoroso, é estudante da escola Adelino Cunha Alcântara, de São Gonçalo do Amarante, a 59 km da Capital, que também teve outra vencedora. Com “O oxente e o ok”, Joyce Correia, 16, opinou sobre a chegada de profissionais de diferentes locais à cidade com diversos modos de falar.


As duas garotas foram orientadas pela professora Tárcia Martins, a única a ter dois alunos premiados nesta edição da olimpíada. Foi tudo fruto de muito esforço, retoma Joyce. “Todo mundo é capaz”. Ela e os outros 19 vencedores ganharam um notebook e uma impressora, além de um laboratório de informática para a escola.


Defendendo a conservação da Praça Portugal, Carlos Iury Silva, 17, escreveu o artigo “Que rufem os tambores, não os tratores!”. Para ele, que é estudante da escola Renato Braga, o prêmio conquistado já foi um bom começo para a vida de dedicação à escrita que quer tomar. “A praça faz parte da cidade e da minha história. Vai ser bom porque o tema vai ganhar mais destaque”.


Fomentar a leitura e a escrita é um dos principais frutos da olimpíada, vê a gerente de educação da Fundação Itaú Social, Patricia Mota Guedes. “É uma oportunidade para a descoberta da capacidade de expressão, de olhar crítico, de reconhecimento das belezas e das dificuldades das cidades e do relacionamento com os professores”.


A participação dos estudantes na olimpíada tem influência direta nos resultados de indicadores educacionais, enfatizou o ministro da Educação, Henrique Paim, presente no evento. “Essa é uma celebração da língua portuguesa, e é um campo onde o Brasil tem de avançar cada vez mais”.


A repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social.

Saiba mais


A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).


Nesta edição, o programa recebeu 170.266 inscrições de professores de 5.014 municípios brasileiros. O Ceará foi o segundo estado com o maior número de textos enviados (5.665), atrás apenas de São Paulo (6.985).


A olimpíada é dividida em quatro categorias: Poema (5º e 6º anos), Memórias literárias (7º e 8º anos), Crônica (9º ano e 1º ano do Ensino Médio) e Artigo de opinião (2º e 3º anos). Em cada uma, foram premiados cinco alunos. Todos os gêneros têm o tema “O lugar onde vivo”.

Entre os 11 finalistas cearenses, sete estudam em escolas de Fortaleza, dois em São Gonçalo do Amarante, um em Pereiro e um
em Iguatu.

Fonte: o povo

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