Feira toma conta de ruas do Centro
Com a grande movimentação no comércio e a ausência de fiscalização algumas vias ficaram lotadas
Polêmica antiga do Centro da cidade devido à ocupação irregular dos espaços e problemas com o trânsito, a feira da José Avelino e ruas do entorno atraiu uma multidão no último domingo de compras antes do Natal. Sem a presença de fiscais da Prefeitura ou de policiamento, os feirantes e compradores tomaram por completo uma faixa da Avenida Alberto Nepomuceno, a Praça da Sé e todas as calçadas, canteiros e outros espaços onde as mercadorias pudessem ser expostas.
Segundo alguns feirantes, o movimento começou ainda na manhã de sábado e a expectativa era que fluxo continuasse intenso até as 13h do domingo. “Cheguei aqui às 9h de sábado e estou direto, só vou sair quando o movimento acabar”, garantiu a feirante Vanesca Teixeira de Oliveira, 26. A vinda de outros ambulantes para a feira neste domingo por conta da ausência de fiscalização, segundo Vanesca, foi benéfica para eles porque trouxe, também, mais clientes. “Não tenho nem ideia de quantas peças eu já vendi”, disse.
O movimento também foi bom para o vendedor de frutas José Ivan Sales, 56, que estava na feira desde as 5h de ontem. “O movimento de hoje está muito maior. Eu trouxe 120 abacaxis, mas já está acabando, daqui a pouco vou embora”, explicou. A ausência de fiscais e policiais, segundo o feirante, não interferiu na organização da feira. “Todo mundo vai se ajeitando onde dá, a gente mesmo se organiza”, descreveu.
Preço e desorganização
Entre os consumidores, a movimentação e os preços dos produtos disponíveis na feira dividiram opiniões. A técnica de enfermagem Alexandra Teixeira, 34, estava no local desde as 7h e, às 9h, já tomava o rumo de casa. “Isso aqui tá uma loucura, tem muita gente e não está tão barato como disseram. O trânsito é o pior”, desabafa.
Já a dona de casa Francilane de Castro Sousa, 27, foi acompanhada do marido e do filho, e aprovou a variedade de produtos. “Tá dando para caminhar por aqui e os preços são mais em conta do que nas lojas”, comparou. Para a esteticista e massoterapeuta Nair Lira, 44, a desorganização, a multidão, o calor e o sol forte foram compensados pela economia que conseguiu fazer. “Estou até pensando em pegar algumas peças para revender, porque o preço está muito bom”, revelou.
Os problemas no trânsito foram, mais uma vez, alvo de reclamações. Bem próximo do núcleo da feira, o engarrafamento era grande nas ruas que dão acesso ao local, principalmente na Avenida Presidente Castelo Branco, na Rua Rufino de Alencar e na faixa da Avenida Alberto Nepomuceno que não estava tomada pela feira. O operador de trânsito Edgleyson Martins, 22, e a enfermeira Georgilânia da Silva, 26, sempre vão à feira no fim de semana e denunciam a falta de organização no tráfego.
“Viemos do Antônio Bezerra e não encontramos nenhum agente da AMC, nem mesmo quando a gente já estava perto daqui. Os carros estão todos estacionados em cima das calçadas, a gente quase não consegue andar”, reclama Edgleyson.
A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria Regional do Centro para perguntar sobre o ordenamento e a fiscalização da feira, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento desta edição. Nas outras áreas do Centro, algumas lojas funcionaram das 9h às 17h e o movimento continuava intenso, principalmente nos arredores da Praça José de Alencar, repetindo o cenário do sábado.
A falta de tempo e a mania brasileira de deixar tudo para última hora levaram milhares de fortalezenses ao Centro da cidade, no sábado, que buscavam comprar os itens que ainda faltavam na lista dos presentes natalinos. Com o fluxo intenso, caminhar pelas ruas Guilherme Rocha e Liberato Barroso, por exemplo, era um exercício de paciência e de equilíbrio, já que era necessário desviar das mercadorias de ambulantes espalhadas pelo caminho. De roupas e bijouterias a capas de celulares e DVDs, era possível ver de tudo.
Nas lojas, o movimento também era intenso, especialmente nas especializadas em roupas e sapatos. Apesar da grande quantidade de pessoas, a costureira Maria Lucirene Costa Paiva, 54, garantiu que foi bem atendida em todos os locais por onde passou, procurando a roupa nova: Como eu trabalho muito, sempre deixo para vir na última hora, e é também quando saem os modelos mais bonitos”.
Jéssica Colaço
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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