terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Uma obra que ninguém quer

Depois de esperar que um dos dez consórcios habilitados manifestassem interesse, Infraero lançará nova licitação

Uma obra que ninguém quer. Esta é a situação atual do Aeroporto de Fortaleza. Entre dez consórcios habilitados, não houve nenhum que manifestasse interesse em dar continuidade à obra - que deveria ficar pronta para a Copa, mas está parada desde abril. A Infraero chegou a fazer o convite a dois deles, mas a resposta foi negativa. Agora, a Infraero promete lançar nova licitação até 8 de janeiro.

A situação é bem diferente daquela de 2012, quando 11 consórcios disputaram a execução do serviço. Um deles era o CPM Novo Fortaleza, que ganhou a licitação e foi multado por sucessivos atrasos. Até que o Ministério Público Federal (MPF) determinou a rescisão do contrato, em abril deste ano. Desde então, procura-se alguém para reformar o Aeroporto.


O procurador da República, Alessander Sales, diz O POVO que a culpa dos atrasos é “total da Infraero”. Em viagem ao exterior, disse que retornará amanhã e tomará providências cabíveis acerca do caso.


O consórcio vencedor da licitação recorre na Justiça Federal, desde 15 de abril, por ter o contrato rescindido. As empresas dizem que querem provar que não são responsáveis pelo atraso.


Elas foram condenadas a pagar 10% do valor do contrato de reforma e ampliação do Aeroporto. A obra custaria R$ 383 milhões, mas apenas R$ 57 milhões foram executados.


“De fato há uma demanda judicial envolvendo o Aeroporto de Fortaleza, que está aguardando perícia técnica e contábil para esclarecer a verdade dos fatos”, declarou o Consórcio CPM Novo Fortaleza, em nota ao O POVO.


Depois de rescindido o contrato com as empresas Consbem Construções e Comércio; Paulo Octávio Investimentos Imobiliários; e MPE Montagens e Projetos - que formam o consórcio - a Infraero chamou a segunda colocada na licitação para continuar as obras, o Consórcio Encalso-Kallas.


Preço defasado
O Encalso-Kallas levou dois meses para oferecer proposta de conclusão da obra, com alteração no escopo do projeto. Por R$ 268 milhões trabalharia na ampliação do aeroporto, deixando de fora a reforma.

A Infraero recusou a proposta e convocou o terceiro colocado na licitação, o Consórcio Fortaleza. Em entrevista ao O POVO, em setembro, as empresas afirmaram que o preço do edital de 2012 estava defasado e precisava ser revisado. Também não aceitaram a proposta.


Por recomendação do MPF, a Infraero convocou todos os consórcios para manifestarem seu interesse na obra. Após um prazo de 60 dias, nenhuma se apresentou para tocar a obra.


Com a negativa de todas as empresas, a Infraero informou que elaborará um novo edital de licitação até o dia 8 de janeiro. O equipamento era para ser entregue em junho deste ano, antes da Copa do Mundo, mas foi adiado para 2017. Para atender à demanda do evento, um “puxadinho” (terminal provisório) teve de ser montado.


O POVO entrou em contato com a OAS, mas não houve retorno da solicitação até o fechamento da edição. Passareli-PB, Ensalko-Kallas, Construcap, Construtor Equipav/Ônix, Cetenco/DP Barros/FBS, Marquise-EIT, Fortaleza, CLS e S.A Paulista-Somague não atenderam as ligações.

Fonte: O povo

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