Edifício de cinco andares em construção desabou na noite de segunda-feira.
Um vigia que costumava dormir no segundo subsolo era procurado.
Cerca de 50 homens do Corpo de Bombeiros seguiam em busca a um operário desaparecido após um prédio em construção ter desabado em Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta terça-feira (3). Equipes com cães farejadores trabalhavam desde a noite de segunda (2) na Avenida Presidente Humberto Castelo Branco, altura do número 1.900.
A queda do edifício de cinco andares, com 30 apartamentos, aconteceu por volta das 19h20. Os 13 operários que trabalham lá já haviam saído. O vigia Edenilson Jesus Santos, de 24 anos, que costumava dormir no segundo subsolo do prédio, estava desaparecido desde a noite de segunda-feira, de acordo com colegas de obra e a família. Parentes dele acompanhavam as buscas de perto.
"Pela planta que temos, o alojamento deles era no segundo subsolo. Possivelmente, esse rapaz estava lá", disse o capitão dos Bombeiros Alessandro da Silva, que atua nas buscas. Ao Bom Dia São Paulo, o oficial informou que equipes da corporação acessaram o banheiro daquele andar, mas não conseguiram seguir em frente por causa de uma parede desabada. O registro do chuveiro estava aberto.
Mais de 20 equipes dos Bombeiros de Guarulhos, Suzano e Mogi das Cruzes foram enviadas ao endereço.
O prédio que estava sendo construído na avenida, que fica paralela à Rodovia Presidente Dutra, era comercial, segundo a Prefeitura de Guarulhos.
Dificuldades
O capitão Cafer, do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros, disse à GloboNews que a principal preocupação é com a segurança das equipes de resgate. "A preocupação é se há mais galerias para baixo. Os bombeiros vão trabalhar na área colapsada e não há informações do que há abaixo deles", afirmou.
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O operário Francisco Antônio Barbosa de Souza, de 23 anos, disse que "muita gente" trabalha na obra, mas a maioria havia ido embora às 18h, após o fim do expediente. "Alguns dormiam aí. Uma faixa de uns seis, mas hoje não estavam todos. Só havia uns dois", afirmou.
Quando o acidente aconteceu, ele já estava em casa. Souza contou que a obra estava no quinto e último pavimento. "Ia bater mais uma laje e fazer a caixa d'água", concluiu.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de Guarulhos e Arujá, Edmílson Girão da Silva, afirmou que, aparentemente, a obra estava em situação regular, mas ressaltou que a qualidade do material que vinha sendo utilizada na construção precisa ser analisada.
Alvará de construção
Por meio de nota, a prefeitura de Guarulhos informou que o "alvará de construção foi emitido em 23 de novembro de 2012 para erguer um condomínio residencial de 30 apartamentos e 2 salões comerciais, totalizando 3.706 metros quadrados". No dia 14 de maio, a empresa Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda., responsável pela obra, entrou com um pedido de substituição do projeto, acrescentando um mezanino em um dos salões comerciais. "Esse alvará foi expedido em 6/11/2013, por atender aos requisitos legais e técnicos aferidos pela prefeitura", informou o comunicado.
De acordo com a prefeitura, "a responsabilidade sobre a execução da obra, de modo a garantir que todas as medidas de segurança estrutural do prédio e de bem-estar dos funcionários que a executavam fossem cumpridas, cabe à empreiteira, através do seu engenheiro responsável".
O G1 tentou entrar com contato com o proprietário da Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda., mas não obteve retorno.
Fonte: G1.com
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