terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Bombeiros continuam buscas em escombros de prédio em Guarulhos

Edifício de cinco andares em construção desabou na noite de segunda-feira.
Um vigia que costumava dormir no segundo subsolo era procurado.


Cerca de 50 homens do Corpo de Bombeiros seguiam em busca a um operário desaparecido após um prédio em construção ter desabado em Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta terça-feira (3). Equipes com cães farejadores trabalhavam desde a noite de segunda (2) na Avenida Presidente Humberto Castelo Branco, altura do número 1.900.

A queda do edifício de cinco andares, com 30 apartamentos, aconteceu por volta das 19h20. Os 13 operários que trabalham lá já haviam saído. O vigia Edenilson Jesus Santos, de 24 anos, que costumava dormir no segundo subsolo do prédio, estava desaparecido desde a noite de segunda-feira, de acordo com colegas de obra e a família. Parentes dele acompanhavam as buscas de perto.

"Pela planta que temos, o alojamento deles era no segundo subsolo. Possivelmente, esse rapaz estava lá", disse o capitão dos Bombeiros Alessandro da Silva, que atua nas buscas. Ao Bom Dia São Paulo, o oficial informou que equipes da corporação acessaram o banheiro daquele andar, mas não conseguiram seguir em frente por causa de uma parede desabada. O registro do chuveiro estava aberto.

Mapa desabamento Guarulhos (Foto: Arte/G1)
 
Moradores de uma casa que fica ao lado da construção, e que também foi atingida pelos escombros, foram retirados em segurança. Oito casas da rua debaixo foram esvaziadas por precaução, de acordo com a Defesa Civil. Os moradores foram encaminhados para residências de parentes ou abrigos. Às 7h desta terça, três residências já haviam sido liberadas.

Mais de 20 equipes dos Bombeiros de Guarulhos, Suzano e Mogi das Cruzes foram enviadas ao endereço.

O prédio que estava sendo construído na avenida, que fica paralela à Rodovia Presidente Dutra, era comercial, segundo a Prefeitura de Guarulhos.

Dificuldades

 O capitão Cafer, do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros, disse à GloboNews que a principal preocupação é com a segurança das equipes de resgate. "A preocupação é se há mais galerias para baixo. Os bombeiros vão trabalhar na área colapsada e não há informações do que há abaixo deles", afirmou.

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Foi pedido que helicópteros não se aproximem muito da área, para facilitar na localização de possíveis vítimas. O Corpo de Bombeiros solicitou um reforço de iluminação para que as equipes possam trabalhar.

O operário Francisco Antônio Barbosa de Souza, de 23 anos, disse que "muita gente" trabalha na obra, mas a maioria havia ido embora às 18h, após o fim do expediente. "Alguns dormiam aí. Uma faixa de uns seis, mas hoje não estavam todos. Só havia uns dois", afirmou.

Quando o acidente aconteceu, ele já estava em casa. Souza contou que a obra estava no quinto e último pavimento. "Ia bater mais uma laje e fazer a caixa d'água", concluiu.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de Guarulhos e Arujá, Edmílson Girão da Silva, afirmou que, aparentemente, a obra estava em situação regular, mas ressaltou que a qualidade do material que vinha sendo utilizada na construção precisa ser analisada.

Alvará de construção

 Por meio de nota, a prefeitura de Guarulhos informou que o "alvará de construção foi emitido em 23 de novembro de 2012 para erguer um condomínio residencial de 30 apartamentos e 2 salões comerciais, totalizando 3.706 metros quadrados". No dia 14 de maio, a empresa Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda., responsável pela obra, entrou com um pedido de substituição do projeto, acrescentando um mezanino em um dos salões comerciais. "Esse alvará foi expedido em 6/11/2013, por atender aos requisitos legais e técnicos aferidos pela prefeitura", informou o comunicado.

De acordo com a prefeitura,  "a responsabilidade sobre a execução da obra, de modo a garantir que todas as medidas de segurança estrutural do prédio e de bem-estar dos funcionários que a executavam fossem cumpridas, cabe à empreiteira, através do seu engenheiro responsável".

O G1 tentou entrar com contato com o proprietário da Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda., mas não obteve retorno.

Fonte: G1.com

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