terça-feira, 29 de outubro de 2013

13º salário injetará R$ 3,3 bi na economia do CE

O montante é quase 9% acima do valor de 2012, sendo pago a cerca de mais de 2,8 milhões de trabalhadores no Estado
São Paulo/Fortaleza. Até o fim deste ano, cerca de R$ 3,32 bilhões devem ser injetados na economia cearense por conta do pagamento do 13º salário, de acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A cifra representa um incremento de quase 9% (8,96%) na comparação com o montante que circulou no Estado, no ano passado, a título do benefício. Em 2013, aproximadamente 2,84 milhões de trabalhadores cearenses devem receber o salário extra, número 2,89% superior ao registrado em todo o ano de 2012.

O comércio local deverá receber parte desses recursos nas compras de fim de ano FOTO: HONÓRIO BARBOSA

O crescimento no valor pago decorrente do 13º salário, destaca o supervisor técnico do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar, deve-se mais à política de valorização do Salário Mínimo que à entrada de mais pessoas no mercado de trabalho.

"Basta observar a variação, de um ano para outro, no montante pago e no número de trabalhadores que têm direito. O crescimento no valor é bem superior, confirmando que esse aumento deve-se aos sucessivos acréscimos no salário mínimo no País", afirma o especialista.

O salário valor médio para o 13º (considerando todas as categorias de beneficiados) no Ceará é de R$ 1.168,56, inferior ao estimado para o Nordeste (R4 1.270,23) e para a média nacional (1.740,69).

No País
Ainda segundo o Dieese, em todo o País deverão ser injetados R$ 143 bilhões com o pagamento do benefício em 2013 - 9,8% a mais que em 2012. O montante representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e será pago a mais de 82 milhões de brasileiros. A quantia será paga aos trabalhadores do mercado formal, inclusive empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social, e para aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados.

De todos os brasileiros que devem receber o rendimento, a maior parte é de trabalhadores formais, aproximadamente 50,6 milhões de pessoas, ou 61,4% do total. Em segundo lugar estão os aposentados ou pensionistas da Previdência Social, já que representam 37,4% de todos que receberão o benefício (30,76 milhões).

Por regiões

Refletindo a maior capacidade econômica da região, a parcela mais expressiva do 13º salário - 51% - deve ficar nos estados do Sudeste. Outros 15,6% do total devem ser pagos na região Sul, enquanto no Nordeste devem entrar em circulação 15,4%. Para as regiões Centro-Oeste e Norte, irão, respectivamente, 8,4% e 4,7%. Os beneficiários do regime próprio da União respondem por 5% do montante e podem viver em qualquer região.

O melhor uso
O pagamento de dívidas deve ser prioridade para a utilização do 13º salário. Se são muitas contas a pagar, é melhor dar prioridade aos cartões de crédito e cheque especial.

Guardar o dinheiro para as despesas do início do ano, como IPTU e IPVA, é uma boa opção para evitar o aperto no orçamento.

Investir o 13º salário é a opção para quem não possui dívidas e já se planejou para arcar com as despesas do início do ano.

Força busca evitar a alteração no seguro

São Paulo.
A Força Sindical entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), pedindo a suspensão de alterações nas regras do seguro-desemprego que dificultariam o acesso ao benefício. A Adin é contra o decreto do governo Federal, o qual determina que, na segunda vez que o benefício for requerido em um período de dez anos (e não mais na terceira vez), pode ser exigido dele comprovação de que está buscando qualificação profissional.

A Adin, divulgou a Força Sindical em nota oficial, argumenta que o seguro-desemprego, previsto no Artigo 7º, Inciso II da Constituição Federal, e regulado pela Lei 7998/90, não pode ser alterado por ato do Poder Executivo. Vale lembrar que o seguro-desemprego é um benefício para casos de desemprego involuntário e, sendo assim, tem direito ao benefício o trabalhador dispensado sem justa causa.

"Inconstitucional"
Para a Força, exigir e condicionar esse trabalhador a estar matriculado em curso de profissionalização de 160 horas, estabelecido pelo ato do Poder Executivo é, além de inconstitucional, materialmente impossível. "É pura insensibilidade social do governo. O seguro-desemprego é um direito que todos os trabalhadores têm para receber em caso de demissão sem justa causa e, em hipótese alguma, o governo federal pode intervir ou negar o benefício", argumenta a nota publicada, pela Força Sindical.

Para a entidade, "é uma falácia o argumento de que, ao dificultar o seguro-desemprego, o governo diminui a rotatividade. Vale ressaltar que o governo fez desonerações em diversos setores sem cobrar contrapartidas sociais, entre as quais as demissões imotivadas". Segundo a nota, a medida mostra, mais uma vez, que o governo virou as costas para a classe trabalhadora.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Otimismo e vendas até 7,5% maiores
Com o pagamento do 13º salário todas as expectativas mudam. Se antes as previsões eram desanimadoras para o comércio, agora tudo se modifica. É justamente nos meses de outubro a dezembro que as pessoas começam a ir às compras e é o que mais uma vez esperamos neste ano. Se no mês passado prevíamos um incremento de apenas 5% nas vendas para o último trimestre do ano, agora podemos apostar em um crescimento de até 7,5% na comparação com iguais meses de 2012. Antes o trabalhador estava desanimado com as notícias, com a greve dos bancos, mas o cenário se modificou e assim a sua expectativa. Com a injeção do 13º na economia tudo tende a se normalizar, melhorando as estimativas.

Cid AlvesPresidente do Sindilojas   

Fonte: Diário do Nordeste

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