Ambulantes voltam ao entorno da José Avelino
Ontem, já por volta das 17h, era intenso o comércio informal nas proximidades da Catedral de Fortaleza
O entorno da Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro da cidade, volta a apresentar intensa movimentação de comércio ambulante. Ontem, por volta das 17h, a venda de mercadorias diversificadas se espalhava ao longo da calçada da Avenida Alberto Nepomuceno, sobretudo nas proximidades do cruzamento com a Rua Rufino de Alencar. No local, os pedestres disputavam espaço com os comerciantes. O trânsito de veículo tornou-se mais lento do que de costume.
Os pedestres disputavam espaço com os comerciantes no local. Além disso, o trânsito de veículo tornou-se mais lento do que de costume FOTO: KID JÚNIOR
O retorno do comércio informal naquela área, próxima à feira da Rua José Avelino, acontece após inúmeras tentativas do Município de disciplinar essa atividade. Além disso, conforme alguns lojistas, a proliferação de pontos de vendas em pequenas banquinhas ou mesmo a comercialização de produtos nas mãos representa um desrespeito ao acordo firmado pelo setor informal com a Prefeitura, no mês de fevereiro passado.
O acordo estipulava que o comércio ambulante no local deve ocorrer das 19h da quarta-feira às 7h de quinta-feira e das 19h do sábado às 10h do domingo, e ficar restrito à Travessa Icó, Rua José Avelino e ao estacionamento embaixo do viaduto da Avenida Leste-Oeste.
"Mas não é o que está acontecendo. Os ambulantes chegam nas redondezas da feira já por volta das 17h, começam a vender suas mercadorias e ocupam todo o espaço público", queixou-se um lojista que preferiu não se identificar. "Já tive muitos atritos com eles, cansei. Mas isso é irregular com certeza", comentou ele.
Já Raimundo Sousa, morador do bairro de Messejana e que ontem vendia sandálias de couro expostas na calçada da Catedral, afirmou que não havia nenhum desrespeito ao acordo com a Prefeitura. "Eu não tenho nem banca e estou aqui porque preciso sobreviver", adiantou.
Outro ambulante, Cláudio Oliveira, queixou-se do comportamento da "turma do rapa". Segundo ele, os vigilantes do comércio informal perseguem os ambulantes. "Às vezes, quando eles chegam aqui carregam a mercadoria da gente e jogam em um caminhão, deixando a gente no prejuízo".
Atrativos
Peça íntima ao preço de R$ 2,00 e bermuda por R$ 7,00 são mais que atrativos para quem vem de longe comprar confecção para revender. Sem se importar com ruge-ruge de pessoas, poeira ou calor, a piauiense Isabel Carvalho disse ter chegado a Fortaleza ontem pela manhã e, às 16h, começou a procurar a mercadorias ao longo da Avenida Alberto Nepomuceno. "Eu gosto muito daqui. Acho que a Prefeitura devia deixar o pessoal trabalhar", frisou.
Já na nos limites da Feira da Rua José Avelino, por volta das 18h, os comerciantes informais ainda estavam armando suas barracas. "Aqui está normal. Eles estão respeitando o horário do acordo. Só começam às 19h", informou vigilante do Município, Reginaldo Soares.
A Secretaria do Centro, por sua vez, admitiu que a fiscalização naquela área, atualmente, está reduzida, em função do atraso no pagamento de uma empresa terceirizada contratada para disciplinar o comércio na José Avelino e todo o entorno.
MOZARLY ALMEIDAREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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