Comandante da Polícia nega que exista rotina de arrastões
Segundo o coronel João Batista, boa parte dos casos citados na Internet é "boato". Porém, ele afirma que houve duas ocorrências nos últimos diasResponsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), o coronel João Batista Bezerra dos Santos garante que a rotina de arrastões narrada nas redes sociais não representa a realidade de Fortaleza nem do atendimento de ocorrências da PM.
Segundo ele, boa parte dos casos citados na Internet e mensagens de texto via celular não passa de “boato”. O militar, contudo, admite a existência de pelo menos dois episódios graves nos últimos dias: um próximo ao viaduto da avenida Dom Luís e outro atrás do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) da avenida Santos Dumont. Nenhum, contudo, foi registrado pela delegacia responsável por cobrir a área.
Coronel Batista sugere que os arrastões compartilhados no Twitter, Facebook, Whatsapp e SMS sejam oficializados em boletins de ocorrência. “Porque fica o mapa do crime. Agora, pelo o que a gente vive, os casos são esporádicos. E os pontos que a gente tem conhecimento, a gente já foi pra cima. Não tem nada contínuo.”
O comandante nega a existência de arrastões no cruzamento da Via Expressa com a Dom Luís (àquela altura oficialmente chamada de rua Júlio Abreu). Discorda também que o ataque da avenida Paisagística configure-se como arrastão. Para ele, trata-se de dois assaltos pontuais.
Por fim, o militar pondera: “não vou dizer que não tem muito roubo a veículo. Se eu negasse, seria uma imbecilidade. Porque até a minha esposa já foi vítima. Mas tratar assalto a uma série de carros roubados como rotina? Isso não. Não tem sempre, como algumas dessas páginas de Internet pregam.”
O POVO tentou falar com o titular da Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Servilho Paiva, mas não conseguiu contato. Segundo a assessoria do secretário, ele cumpria agenda no Interior e não tinha como atender à reportagem. O POVO também tentou contato com o titular da Delegacia Geral da Polícia Civil, Andrade Júnior. A assessoria do delegado solicitou que perguntas fossem enviadas por e-mail, visto a impossibilidade de ele atender à reportagem. Os questionamentos foram enviados imediatamente, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. (Bruno de Castro)
Saiba mais
A orientação da Polícia é de, ao você ser vítima de um arrastão, procurar a delegacia mais próxima o quanto antes. Isso facilita as buscas pelos criminosos e a recuperação de possíveis pertences. O registro do BO também colabora com o traçado da logística de policiamento dos bairros.
O delegado titular do 15º DP, Hélio Marques, pontua que, muitas vezes, o roubo de um único veículo parado num sinal acaba alardeado como um arrastão. “Todo mundo que estava em volta viu, o povo se apavora. Corre um pro lado, corre pro outro, deixa o carro, dá marcha a ré e o arrastão não se caracteriza. Mas as pessoas dizem que foi um arrastão por causa do tumulto”. Ele, no entanto, pondera: “tendo em vista que a população está alarmada, com os nervos à flor da pele e medo de parar no sinal, eu estou estabelecendo operações independente da PM”.
Já o delegado titular do 26º Distrito Policial, Marx Mendes, diz que nenhum BO denunciando arrastões foi registrado no DP nos últimos dias. “E eu desconheço outro colega delegado que tenha recebido. Está se criando essa mania de colocar em rede social e se esquecendo de fazer o principal, que é vir na delegacia”, critica
Fonte: O povo
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