sexta-feira, 21 de março de 2014

Alimentação fora do lar 8,4% mais cara na Capital            

Elevação ficou acima da inflação geral da cidade no mesmo período, de 5,22%. Preços devem continuar subindo



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Longe de casa, o item que mais pesou no bolso do fortalezense foi o lanche, com reajuste de 10,43%. Refeição (8,2%), água mineral e refrigerante (7,53%) e cerveja (6,99%) também apresentaram altas acima da inflação
      
Foto: Viviane Pinheiro
        
Com a correria do dia a dia, é cada vez mais comum recorrer a restaurantes e lanchonetes na hora de fazer uma das refeições diárias. O problema para os consumidores de Fortaleza é que está ficando cada vez mais caro se alimentar fora de casa.

Para se ter uma ideia, no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro deste ano, a alimentação longe do domicílio subiu 8,48% na Capital cearense, acima inclusive da inflação da cidade no período, de 5,22%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo IBGE.

Ainda de acordo com o índice, o aumento das refeições fora de casa foi mais que o dobro do registrado para a alimentação no próprio domicílio, que ficou 3,54% mais cara em 12 meses. Longe do lar, o item que mais pesou no bolso do fortalezense foi o lanche, que registrou reajuste de 10,43% no período.

Refeição (8,2%) e cerveja (6,99%) também foram itens que apresentaram reajustes acima da inflação geral da cidade.

Entre as capitais nordestinas analisadas pelo Instituto, aliás, Fortaleza foi a que apresentou a segunda maior alta na alimentação fora do lar, a frente de Salvador (6,44%) e abaixo de Recife (11,1%), que inclusive foi a cidade com o maior índice do País.

Bares e restaurantes

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Ceará (Abrasel-CE), Ivan Assunção, o aumento de 8,48% no custo da alimentação fora do domicílio "não tem nada de mais", tendo em vista que o setor de alimentação e bebidas subiu 4,75% no mesmo período, segundo o IPCA.

"Nos últimos anos temos visto elevações de 10% a 12% no custo dos alimentos, portanto não considero esse índice tão grande. As pessoas têm que entender que o empresário também possui uma série de custos adicionais, como o salário mínimo, impostos e aluguéis, por exemplo. Uma hora isso tem que ser repassado", diz.

Previsão de novas altas

Ivan Assunção afirma que outros reajustes devem ocorrer em breve, principalmente por conta de elevações passadas.

"Muitos alimentos têm subido nos últimos meses e, diferentemente dos supermercados, os bares e restaurantes não podem repassar isso de imediato, pois assusta o consumidor. Esses estabelecimentos só trabalham com reajuste no cardápio duas vezes por ano, para compensar perdas anteriores, e isso costuma ocorrer no primeiro semestre", ressalta o presidente da Abrasel-CE.

No início desta semana, a própria Fundação Getúlio Vargas (FGV) disse que o aumento dos preços para os produtores (de 0,07% em fevereiro para 1,65% em março) é um indicativo de que os alimentos ao consumidor devem continuar a subir. A alta do preço dos alimentos aos consumidores, item dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), aliás, foi de 0,61% para 1,21% neste mês.

Como economizar?

De acordo com o economista Alex Araújo, a melhor forma do consumidor driblar os preços da alimentação fora do lar é ser bastante seletivo na hora de escolher um estabelecimento para se alimentar. "O melhor seria fazer a refeição em casa, mas para muitos trabalhadores isso não é uma alternativa viável por conta da locomoção. Assim, é importante escolher um local com preços que caibam no orçamento e evitar o uso do cartão de crédito, pois se trata de um despesa recorrente", explica o economista.

Alex também acredita que os preços continuarão subindo até julho. "Neste ano temos a Copa do Mundo e a tendência é que só depois do evento os valores voltem a cair. O consumidor de Fortaleza realmente precisa estar preparado para esses reajustes e ser seletivo nos gastos", opina.

Áquila Leite

 Repórter
OPINIÃO
'Quando não aumenta, a qualidade cai'

Carol Dantas

 Universitária
Eu como em média umas seis vezes na semana fora de casa por conta da faculdade. Isso entre lanches e refeições.

Ainda consigo fugir dos preços altos porque recorro ao restaurante universitário, mas, na maioria das vezes, acabo tendo que comer em lanchonetes e restaurantes e o aumento dos preços nos últimos meses é perceptível, sim.

Quando o preço não aumenta, a qualidade da comida vendida tanto nos restaurantes quanto nas lanchonetes cai bastante e isso acaba sendo a opção mais viável.

Como alternativa, para não ficar à mercê dos preços altos cobrados por esses comércios, optei por sempre andar com algum lanche na mochila. Assim, garanto um preço em conta comprando em casa e não gasto para comer quando estou na rua.

Fonte: Diário do Nordeste

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