quinta-feira, 20 de março de 2014

Nordeste terá Plano Safra exclusivo, garante Dilma           

A ideia é que a iniciativa garanta condições diferenciadas que permitam a produção de alimentos na Região                  


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Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff destacou a necessidade da realização de projetos de convivência com a seca
FOTO: ALEX COSTA
        
O governo federal quer que o semiárido nordestino produza. E, para isso, irá lançar o primeiro Plano Safra voltado exclusivamente a esta região, que deverá garantir condições diferenciadas que permitam a produção de alimentos pelo produtor rural sertanejo. O anúncio foi feito ontem pela presidente Dilma Rousseff, em sua primeira visita ao Ceará, em 2014.

O plano, ponderou a presidente, só será lançado após passado o período de estiagem. Enquanto isso, Dilma reforçou a necessidade de se realizar projetos de convivência com este fenômeno climático, e declarou: "nós vamos utilizar todas as armas emergenciais contra a seca".

"O semiárido tem de ter safra", afirmou a presidente da República, que, contudo, não deu detalhes sobre o plano que será lançado. No seu discurso durante a cerimônia realizada em Fortaleza, na qual descerrou a placa de inauguração do quinto e último trecho Eixão das Águas e entregou um "kit seca", com 172 máquinas a 141 prefeitos cearenses, Dilma não fez anúncios de investimentos além daqueles já previstos, nem deu declarações de maior peso em relação aos projetos estruturantes do governo federal no Estado.

A presidente reforçou a necessidade de empreendimentos que garantam segurança hídrica ao semiárido, ressaltando as obras que vêm sendo realizadas no Ceará.

Recursos hídricos no CE

"Talvez o Ceará seja o estado da Federação com o maior programa, pelo menos que eu conheço, de segurança hídrica", afirmou, referindo-se ao Eixão das Águas, agora já concluído, e o Cinturão das Águas, em obras no Cariri cearense, além da transposição do Rio São Francisco, que se encontra em atraso e sobre a qual a presidente decidiu não se deter em sua fala.

"Ser capaz de conviver com a seca é saber que ela vai ocorrer, como ocorre no inverno no norte do continente, e que você vai enfrentar. Vai enfrentar com que armas? A arma da segurança hídrica. A arma do Eixão, do Cinturão e, enquanto não tiver pronto, vamos usar os caminhões-pipas, coordenados pelo Exército brasileiro, para evitar qualquer uso clientelístico dos caminhões; vamos usar a Bolsa Estiagem, o milho, o financiamento para o produtor que foi afetado. Nós vamos utilizar de todas as armas emergenciais", declarou Dilma.

A presidente apontou que, diante de uma das maiores secas já vividas pelo povo nordestino, as consequências negativas foram amenizadas principalmente pelos programas federais de transferência de renda. "Eu acredito que todos os mecanismos de proteção e de garantia, essa espécie de rede de proteção social: Bolsa Família, Bolsa Estiagem, Seguro Garantia Safra, todos eles são responsáveis - e é disso que me orgulho -, de não ter tido aqui nenhum movimento de avanço sobre supermercados lojas ou feiras, que ocorriam no passado", disse.

Dilma admitiu que os estados nordestinos estão passando pela a seca "com ferimentos", citando a morte do gado nas fazendas. Contudo, também, avaliou que outras medidas, como venda de milho a preços mais baixos e construção de cisternas, estão permitindo que a situação esteja menos grave do que em outras épocas de estiagem.

São José

Aproveitando o simbolismo de vir no dia do padroeiro do Estado, São José - data sugerida pelo governador Cid Gomes, como destacou -, Dilma Rousseff também pediu que o santo "proteja um pouquinho o resto do Brasil", referindo-se ao Sudeste e Centro-Oeste, que hoje enfrentam forte seca. E concluiu seu discurso com a prece: "que São José nos dê uma mãozinha". Leia mais nas p. 2,3,5 e 8

Elogios não foram poupados a lideranças

Durante sua visita ao Ceará, a presidenta Dilma Rousseff entregou, pessoalmente, os "kit seca" a 141 prefeitos cearenses, que subiram ao palanque do evento para receberem o material. A entrega foi feita ao lado do governador Cid Gomes. Contudo, após receberem as chaves das máquinas, os prefeitos seguiam à esquerda no palco, onde recebiam um abraço do senador Eunício Oliveira, pré-candidato ao governo estadual pelo PMDB.

Na ocasião, Dilma esbanjou elogios ao governador Cid Gomes, mas também distribuiu afagos ao senador Eunício Oliveira, a quem chamou de "grande parceiro do governo federal".

O governador Cid Gomes também recebeu elogios de alguns prefeitos, entre eles, o de Piquet Carneiro, Expedito José do Nascimento, segundo quem, Cid é o maior governador da história do Ceará. Ao iniciar seu discurso, Cid Gomes disse concordar com a afirmação: "Eu sou o maior governador do Ceará, concordo com o prefeito, pelos meus 1,84 metros de altura. Antes de mim, o maior tinha 1,80 metros", brincou o governador.

Dilma não concedeu entrevista coletiva à imprensa em Fortaleza, conversando apenas com a Rádio Verdes Mares à tarde no Vila Galé Cumbuco, onde almoçou antes de partir para Sobral.


Sérgio de Sousa
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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