sexta-feira, 28 de março de 2014

Volta às origens           

Após más experiências na África do Sul, Brasil, Rússia e Qatar, Fifa quer Mundial nas mãos de países 'medalhões'


Copa do Mundo de 2006, na Alemanha
A Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi a última realizada em um país desenvolvido e com poucos problemas na área de política externa. A receita de sucesso deve voltar a ser adotada a partir do Mundial de 2026
Foto: AFP
        
A Fifa já tem um perfil definido do país que deseja que vença a próxima disputa para sediar a Copa do Mundo: organizado, com dinheiro em caixa, sem grandes problemas de política externa e cuja escolha para receber o Mundial que não gere choques. Tudo o que a entidade mais quer para o Mundial de 2026 é ter alguma tranquilidade na organização do certame.

A avaliação é que quatro edições consecutivas de Copa foram entregues a países distantes do perfil ideal. E todas elas provocaram ou estão provocando graves desgastes. A África do Sul-2010 conviveu com atrasos na entrega dos estádios, mesmo problema que se repete, com mais gravidade, no Brasil-2014. A Rússia, sede de 2018, está em conflito com a Ucrânia e enfrenta uma série de sanções de boa parte do Ocidente.

O Qatar, que receberá a Copa do Mundo em 2022, é um caso especial. Tem quase todos os tipos possíveis de problemas: investigação no FBI sobre compra de votos na eleição para ser sede, um número elevado de mortes de operários imigrantes e as altas temperaturas. Fatores que fazem a Fifa cogitar adaptar seu calendário para encaixar o torneio fora dos meses usuais - junho e julho.
"Calma, um problema de cada vez. Vamos falar só de 2014 que já está bom", disse o presidente da Uefa e membro do comitê executivo da Fifa, Michel Platini, ao ser questionado sobre as questões que envolvem o Mundial do Qatar.

O francês, provável candidato na eleição presidencial da entidade no ano que vem, não admite para jornalistas, mas é um dos líderes da corrente política de que os países mais desenvolvidos devem organizar a Copa.

Candidaturas

Em 2026, quando o Mundial deve retornar à Europa seguindo o rodízio de continentes, isso significaria uma vantagem para Inglaterra e para a Espanha, concorrentes em 2018, contra, por exemplo, a Turquia.

A política de "menos dor de cabeça" poderia ainda prejudicar a candidatura conjunta de Argentina e Uruguai pela Copa de 2030, já que EUA, Japão, Coreia do Sul e Austrália mostraram interesse recente em receber a Copa do Mundo.

Oficialmente, a Fifa não quis comenta a existência dessa tendência e diz apenas que ainda não há data definida para o próximo processo seletivo de escolha de sede de Mundial.

Ainda sem saber qual perfil de candidatura será mais adequada, a única certeza é que a escolha do palco de 2026 se dará com as novas regras, adotadas após as suspeitas de fraude do Qatar: todos os países afiliados vão votar, e não mais apenas os integrantes do comitê executivo.

Fonte: Diário do Nordeste

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