Lina Bo Bardi
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Lina Bo Bardi | |
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Lina Bo Bardi na Bahia | |
Nome completo | Achilina Bo Bardi |
Nascimento | 5 de dezembro de 1914 Roma, Itália |
Morte | 20 de março de 1992 (77 anos) São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | Italiana e Brasileira (Naturalizada) |
Movimento | moderno |
Obras notáveis | MASP; SESC Pompeia |
Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi, (Roma, 5 de dezembro de 1914 — São Paulo, 20 de março de 1992) foi uma arquiteta modernista italiana. Foi casada com o crítico de arte Pietro Maria Bardi e sua obra mais conhecida é o projeto da sede do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Índice
[esconder]Biografia[editar | editar código-fonte]
Lina estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 1930 mas mudou-se para Milão, onde trabalhou para Giò Ponti, editor da revista Domus. Ganha certa notoriedade e estabelece escritório próprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrenta um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório bombardeado. Conhece o escritor e arquiteto Bruno Zevi, com quem funda a revista semanal A cultura della vita. Neste período Lina ingressa no Partido Comunista Italiano e participa da resistência à ocupação alemã.
Casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação de destruição, parte para o Brasil, país que acolherá como lar e onde passará o resto da vida (em 1951 naturaliza-se brasileira).
No Brasil, Lina encontra uma nova potência para suas idéias. Existe, para a arquiteta, uma possibilidade de concretização das idéias propostas pela arquitetura moderna (da qual Lina insere-se diretamente), num país com uma cultura recente, em formação, diferente do pensamento europeu. Ao chegar no Brasil, Lina deseja morar no Rio de Janeiro. Encanta-se com a natureza da cidade e o edifício moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública (Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lucio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier). Instala-se porém em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro.
No País, Lina desenvolve uma imensa admiração pela cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Inicia então uma coleção de arte popular e sua produção adquire sempre uma dimensão de diálogo entre o Moderno e o Popular. Lina fala em um espaço a ser construído pelas próprias pessoas, um espaço inacabado que seria preenchido pelo uso, pelo uso popular cotidiano.
Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do país, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateubriand neste período, Lina aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista. No final dos anos 1950, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964. [1] [2]
No final da década de 1970 executou uma das obras mais paradigmáticas, o SESC Pompéia, que se tornou uma forte referência para a história da arquitetura na segunda metade do século XX.
Esteve em Salvador ainda na década de 80, período de redemocratização do país, quando elaborou projetos de restauração no centro histórico de Salvador, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade [3] . Nesta ocasião os projetos para a Casa do Benin e do Restaurante na Ladeira da Misericórdia contaram com a parceria do Arquiteto João Filgueiras Lima.
Lina manteve intensa produção cultural até o fim da vida, em 1992. Faleceu, porém, realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo
Eu tenho projetado algumas casas, mas só para pessoas que eu conheço. Tenho horror em projetar casas para madames, onde entra aquela conversa insípida em torno da discussão de como vai ser a piscina, as cortinas (...) Gostaria muito de fazer casas populares. |
A frase mostra o estilo pessoal de Lina e o seu horror à futilidade. Seus projetos, como a Casa Valéria Cirell e o Sesc Pompéia, refletem essa marcante característica. Completamente antifeminista, afirmava “Como ser feminista? As feministas tem voz de galinha e falta de conteúdo”. [6] [7]
Obra[editar | editar código-fonte]
Além das obras de arquitetura, Lina produziu para o teatro, cinema, artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário, entre outros. Também participou da curadoria de diversas exposições.
Principais obras[editar | editar código-fonte]
No campo da arquitetura, entre suas obras de destaque se encontram:
- Instituto Pietro Maria Bardi, São Paulo, 1951 - originalmente a residência do casal, o edifício é conhecido como a Casa de Vidro.
- Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, 1958 - considerada sua obra prima.
- Casa da Cultura de Pernambuco, Recife, 1963 - Não acompanhou as atividades da reforma do prédio, que abrigava a antiga detenção da cidade.
- Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia- Minas Gerais, 1976
- Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador.
- Teatro Oficina, São Paulo, 1990.
- SESC Pompéia - Fábrica , São Paulo, 1990.
- Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo 1992 - inconclusa.
- Reforma do Teatro Politeama (Jundiaí), 1986 - concluído em 1996.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- Ir para cima ↑ BARDI. Lina Bo. "Cinco Anos entre os "brancos" in Mirante das Artes, São Paulo, n.6, nov.-dez. 1967, encarte p.1.
- Ir para cima ↑ Cumplicidades e Parcerias: Lina Bo Bardi e Martim Gonçalves na Escola de Teatro da Universidade da Bahia, na Escola da Criança do MAMB e na Expo Bahia da V Bienal de São Paulo. Por Jussilene Santana.
- Ir para cima ↑ Lista do Patrimônio Mundial no Brasil
- Ir para cima ↑ ORTEGA, Cristina Garcia. Lina Bo Bardi: móveis e interiores (1947-1968) - interlocuções entre moderno e local
- Ir para cima ↑ Casa em SP aflora tempero de Lina Bo Bardi. Projeto desenhado pela arquiteta em 1958 no Morumbi vai a leilão. Folha de S. Paulo, 21 de junho de 2010.
- Ir para cima ↑ Mercado de Arte (09/06/2012). Lina Bo Bardi Mercado de Arte. Visitado em 09/10/2014.
- Ir para cima ↑ Rafael Gregorio (03/10/2014). Lina Bo Bardi: conheça trajetória da arquiteta que desenhou o MASP Folha de São Paulo. Visitado em 09/10/2014.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- OLIVEIRA, Olivia de. Lina Bo Bardi: Obra Construída. Built Work. Fotografias Nelson Kon. 2014. Editora Gustavo Gili Brasil
- BARDI, Lina Bo. Lina Bo Bardi. Instituto Lina Bo e P.M.Bardi. Organizador: Marcelo Carvalho Ferraz. 1993. São Paulo.
- JORGE, Luís Antonio. O espaço seco. FAU-USP. Tese de doutorado 1999. São Paulo
- OLIVEIRA, Olívia de. Lina Bo Bardi: sutis substâncias da arquitetura. 2006. Romano Guerra Editora, São Paulo. Editoral Gustavo Gili S.A., Barcelona.
- RUBINO, Silvana (org.); GRINOVER, Marina (org.); Lina por escrito. Textos escolhidos de Lina Bo Bardi. Coleção Face Norte, volume 13, Cosac Naify, São Paulo; 1ª edição, 2009.
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