quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ação é aprovada por passageiros

29.01.2015

Policiais fazem abordagens em transportes públicos com o objetivo de evitar assaltos

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Policiais pedem aos homens para se posicionarem com as mãos na cabeça, enquanto uma policial feminina faz a busca entre as mulheres
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Iniciada em fevereiro de 2014, após uma série de incidentes nos quais sete ônibus foram incendiados na Capital, a Operação Coletivo Seguro foi retomada nesta semana com abordagens feitas por policiais em transportes públicos. Apesar do constrangimento de ser revistado, os usuários aprovam a medida.
Somente no ano passado, foram registrados em Fortaleza 1.716 roubos dentro de ônibus, quase cinco por dia. Apesar de alto, o número é 32% menor ao registrado em 2013, quando houve 2.528 ocorrências, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). A tensão gerada com a insegurança leva os passageiros a concordarem com a revista, feita em terminais de ônibus ou em blitze na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Ontem, durante uma abordagem no bairro Moura Brasil, o auxiliar de escritório Francisco Gondim considerou a ação necessária, apesar do incômodo. "Acho constrangedor, porque pedem para pôr a mão na cabeça como se fosse todo mundo vagabundo. Mas é certo", disse. O passageiro afirmou já ter presenciado vários assaltos em coletivos e acredita que a ação pode diminuir a violência.
Nada irregular foi encontrado, entretanto, nos dois primeiros coletivos parados, havia três pessoas respondendo por assalto e uma por homicídio, segundo a Polícia Militar. "Poderiam ser bandidos prestes a agir", diz o capitão Wagner Nunes, subcomandante da companhia que atua na área central da Capital.
A operação deve permanecer por tempo indeterminado. "A intenção é que o policiamento continue tanto nos terminais e nas praças da Estação e Coração de Jesus, quanto em blitze a ônibus, topiques e táxis". A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado prevê abordagens em 120 ônibus por dia nas seis Áreas Integradas de Segurança de Fortaleza, das 7h às 21h. Na RMF, serão outras 60.
Procedimento
O capitão Nunes explica que, após a ordem de parada do coletivo, os policiais entram no veículo e pedem para os homens descerem e se posicionarem com as mãos na cabeça. "Solicitamos que as mulheres permaneçam no ônibus enquanto uma policial feminina vai fazer a busca pessoal", explicou. "Logo após, as pessoas voltam ao ônibus e retornam à viagem", completou. A ação dura cerca de cinco minutos para cada abordagem.
Caso algum passageiro se recuse a colaborar, ele poderá ser levado a uma delegacia. "Nossa legislação prevê essa situação de abordagem, que é para o bem da população" ressalta o capitão.
Germano Ribeiro
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste

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