quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

SP admite fazer rodízio de água cinco dias por semana

O esquema funcionaria com revezamento hídrico e dois dias sem. O plano seria poupar 15 mil litros por segundo do Cantareira

Pela primeira vez desde o início da maior crise de abastecimento hídrico na Região Metropolitana da capital paulista, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo S.A. (Sabesp) apresentou ontem um plano de rodízio de água para a RM. Segundo o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, o esquema funcionaria com cinco dias sob revezamento e dois dias sem. É o que revelou na inauguração de um empreendimento no Alto Tietê, em que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve presente.

O plano seria poupar 15 mil litros por segundo do Sistema Cantareira, constituído de seis represas fornecendo água na Grande São Paulo. Massato, no entanto, disse que o cenário só será usado se as chuvas atrasarem e serviços da Sabesp ficarem inacabados antes do esgotamento dos reservatórios.


Segundo ele, a empresa ainda estuda contratos para viabilizar o plano. O Cantareira operava ontem com 5,1% de sua capacidade, já contabilizando duas cotas do volume morto, porção de água sob as tubulações e que precisa ser bombeada para ser captada. O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e com a chuva da segunda-feira, o sistema acumulou 21 milímetros de água.


Se for levado em conta o ritmo de queda dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo, nas primeiras três semanas de 2015, chegariam a zero em cerca de 130 dias. Com a grave estiagem, a Sabesp começou a reduzir a pressão nas tubulações para economizar água. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, o governo Alckmin “empurra” menos água pelos canos. Por um lado, reduz os vazamentos no sistema. Por outro, deixa casas sem água, em especial aquelas localizadas em pontos altos.


Aumento de tarifa
O governador já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses depois do mais recente reajuste. Outra hipótese estudada é o rigor da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. O governo já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira .

Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings, no Alto Tietê, para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias. (das agências de notícias)

Saiba mais


O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.


Com o temporal de segunda, o sistema acumula 85,9 mm de água -o que corresponde a 34,15% da média histórica para janeiro (251,5 mm).


O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. O Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto.

5,1% é a capacidade do sistema Cantareira, que abastece a Região Metropolitana


130 dias é a duração do estoque de água no sistema, caso não chova no período

Fonte: O povo

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