Sem surpresa, BC eleva juro básico para 12,25% ao ano
O Banco Central confirmou expectativa do mercado financeiro e especialistas e elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p), para 12,25% ao ano. É a maior taxa em três anos e meioEm sua primeira reunião do ano, o Banco Central manteve o ritmo de aperto monetário e elevou a taxa básica de juros da economia em 0,50 ponto percentual, de 11,75% para 12,25% ao ano, o maior patamar desde julho de 2011. A elevação já era esperada pelo mercado financeiro e foi comunicada no início da noite de ontem.
É a terceira alta de juros consecutiva desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A taxa Selic é utilizada nos empréstimos que o BC faz a instituições financeiras. Ela também serve de referência para a economia e para os juros cobrados de consumidores e empresas.
“Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,25% a.a., sem viés”, informou nota divulgada pelo BC.
Para a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), apesar da alta o efeito nas operações de crédito será muito pequeno.
De acordo com o diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, devido à competição no sistema financeiro, é possível que algumas instituições possam manter inalteradas as suas taxas de juros das operações de crédito”, avalia.
CréditoO professor do Departamento de Economia Aplicada da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcos Holanda observa que com o aumento do IOF, de 1,5% para 3%, o governo tornou o crédito mais caro sem alterar os juros. “De toda forma, os juros têm que subir para aliviar a pressão no câmbio”, completa.
Para ele, com o ajuste fiscal que está sendo feito a política monetária pode ser um pouco mais frouxa. O economista e consultor Sérgio Melo afirma que a subida dos juros ajuda a segurar a inflação, através de menor demanda. “Juros altos significam menos crédito. Menor crédito significa menos negócios/consumo”, analisa.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, explicou que os juros mais altos sempre ajudam a conter a inflação. “Porém, a contribuição maior tem sido da atividade econômica fraca que deverá se intensificar neste ano e limitar a alta de alguns produtos e serviços e, em alguns casos, até reduzir seus preços”, afirma. (com agências)
Fonte: O povo
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