Demora para conclusão de obras gera prejuízos
Proprietários afirmam estar fechando seus comércios por conta dos transtornos de obras que já duram sete anos
Em um dos maiores corredores comerciais da Capital, 40% dos lojistas fecharam as portas, ampliando anúncios de vendas de imóveis
FOTO: FERNANDA SIEBRA
"Tínhamos mais de 300 empresas na avenida. Nos últimos meses, mais de 120 resolveram se mudar para outro bairro ou mesmo faliram", afirma o presidente da Associação Empresarial da Avenida Bezerra de Menezes (Assebem), Udilson Castelo, após último levantamento divulgado pelo órgão, há seis meses.
Segundo ele, o prejuízo causado pelas intervenções é grande. "Temos que observar que o dano não é somente para a empresa que fecha, mas também, para o grande número de pessoas desempregadas", lamenta Castelo.
O agropecuário Norberto Pires, proprietário de uma das mais antigas lojas do corredor, aponta vários problemas causados pelas obras, como o maior congestionamento na via, a impossibilidade de travessia dos pedestres e a falta de espaço para o estacionamento dos clientes.
Solução
"Infelizmente, se as coisas não voltarem ao normal em breve, vou ter que sair daqui", conta o proprietário, afirmando que a solução mais viável que encontrou foi oferecer o serviço de tele-entrega, já que a via permanece praticamente intransitável.
Outro proprietário, Climério Pinheiro, diz que a baixa nas vendas tem causado prejuízos dentro de casa. "Ainda não consegui pagar as minhas contas deste mês, e nem os impostos. Estou precisando fazer empréstimo no banco para poder compensar".
A intervenção mais recente que a Av. Bezerra de Menezes está passando teve início em maio de 2014, para a implantação das dez estações para transporte público, que funcionarão juntamente ao Corredor Antônio Bezerra/Centro.
Apesar de comerciantes, condutores e pedestres já estarem desacreditados de tantos prazos e promessas, o Secretário Executivo de Infraestrutura, Roberto Resende, define o fim das obras para o mês de março, já que 70% da intervenção estão concluídos. O corredor Antônio Bezerra/Centro é a primeira etapa do corredor Antônio Bezerra/Papicu, que terá extensão de 17,4 quilômetros, com investimento total de R$ 184 milhões.
Em 2007, por meio do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), a via passaria por diversos aprimoramentos para a requalificação viária.
Em sete anos, foram três grandes intervenções seguidas. Primeiro, isolaram o canteiro central para tentar iniciar as obras do Transfor. Em seguida, as faixas exclusivas foram colocadas para o lado direito de cada sentido da via. Por último, o canteiro foi novamente interditado para a requalificação viária e, finalmente, dar início ao corredor exclusivo.
A gestão atual, juntamente com a Seinf, assumiu o compromisso de resolver os problemas que, há anos, já faziam parte daqueles trechos. Dos 3,3 quilômetros, mais de 3Km já passaram por intervenções do Transfor.
Patrícia Holanda
Especial para Cidade
Fonte: Diário do Nordeste
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