Copa Africana supera medo de ebola e estreia com estrelas em ascensão
Melhor seleção do continente no ranking da Fifa, Argélia aposta em "trio de ouro". Principal estrela da África, Yaya Touré tenta guiar a Costa do Marfim rumo ao título
A Copa Africana de Nações, que terá início neste sábado, foi alvo de questionamentos no ano passado e chegou a ter sua realização colocada em cheque. O temor por causa do vírus ebola fez o Marrocos desistir de sediar a competição. Apenas em novembro ficou definido que Guiné Equatorial iria receber as partidas. Passadas as incertezas, a bola finalmente vai rolar, e a atenção será voltada para jogadores que são destaques em alguns dos principais clubes da Europa.
O anfitrião Guiné Equatorial abrirá a disputa contra Congo. O treinador da equipe, o argentino Esteban Becker, assumiu o cargo há pouco mais de uma semana. Burkina Faso medirá forças com o Gabão, completando o Grupo A. No domingo, Zambia jogará com a República Democrática do Congo, e a Tunísia enfrentará Cabo Verde, pelo Grupo B.
Com as ausências de Eto'o e Drogba, a principal estrela será o volante marfinense Yaya Touré, eleito quatro vezes o melhor jogador do continente. A seleção da Costa do Marfim também tem Gervinho, destaque do Roma na temporada, e Bony, atacante contratado pelo Manchester City nesta semana por R$ 111 milhões.
Yaya Touré: jogador do City é o grande nome da Copa Africana de Nações (Foto: Getty Images)
Quem também tem no gol seu grande astro é a República Democrática do Congo: Kidiaba, conhecido no Brasil por ter brilhado contra o Internacional nas semifinais do Mundial de Clubes de 2010. O arqueiro completará 39 anos em fevereiro e é o jogador mais velho na Copa Africana, que será marcada pela baixa média de idade. Dos 368 jogadores inscritos, apenas 26 tem mais de 30 anos.
Algumas ausências serão sentidas. Atual campeã, a Nigéria não conseguiu se classificar. O Egito, que é o maior vencedor da história da competição, com sete títulos, se ausentará pela terceira vez consecutiva.
Brahimi tem sido visto como o melhor jogador do Porto na temporada (Foto: Agência AFP)
O vírus ebola, que causou a morte de mais de 8 mil pessoas em seis países na região oeste da África desde março do ano passado, tornou-se um indesejável protagonista da Copa Africana de Nações. O Marrocos, país eleito para sediar a competição, pediu o adiamento da disputa por causa da crise no continente e, após alguns desentendimentos com a federação, deixou de ser o anfitrião. Como punição, a seleção marroquina foi excluída do torneio. Após a recusa de países como Angola, Egito, África do Sul, Gana e Sudão, Guiné Equatorial foi escolhido, em decisão anunciada apenas dois meses antes do começo da disputa.
O medo ainda é palavra bastante utilizada entre todos os participantes, mas Guiné Equatorial não registrou casos de ebola e contratou médicos cubanos para ajudar a manter a situação controlada. Apenas um país participante da Copa Africana teve incidentes ligados ao vírus: Guiné. A seleção foi forçada a jogar as partidas da fase de classificação como mandante longe de casa. Todos os visitentes, jogadores ou torcedores, estão sendo obrigados a realizar exames de precaução.
O que tem incomodado as delegações nos dias que antecedem a abertura do campeonato é a infraestrutura. Como Guiné Equatorial foi eleito o país-sede apenas em novembro do ano passado, o governo não teve tempo de melhorar os serviços. Congo e Burkina Faso não conseguiram encontrar hotéis e a falta de água tem sido uma reclamação constante. As cidades não estão preparadas. Em Ebebiyin, que receberá sete duelos, o estádio tem capacidade para apenas 5 mil torcedores.
Fonte: globo.com
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