quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Grupo de Cid no PROS vota em Dilma e já projeta candidatura para 2018

No Ceará, o discurso da nova sigla é apoiar a reeleição da presidente Dilma em 2014 e pensar um cenário para 2018
O grupo liderado pelo governador Cid Gomes decidiu, ontem, por unanimidade, que o rumo da comitiva dissidente do PSB no Ceará será mesmo o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). No Estado, a legenda, que nasce com 14 deputados, nove estaduais e cinco federais, pelo menos 50 prefeitos e um governador, já decidiu que apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, mas todos os pronunciamentos avistam uma possível candidatura própria já em 2018, com Ciro Gomes. A comissão provisória do PROS no Ceará será
presidida pelo chefe de gabinete de Cid Gomes, Danilo Serpa.

Na reunião, foram defendidas a filiação coletiva ao PDT e ao PROS. O último teve adesão massiva, pela segurança jurídica aos dissidentes do PSB Foto: TUNO VIEIRA

Logo após o término da cerimônia que chancelou a ida ao PROS e reuniu centenas de aliados, Cid Gomes ligou para o presidente nacional da sigla, Eurípedes Júnior, para anunciar a adesão do grupo. Hoje, o governador cearense comunicará Dilma Rousseff da deliberação do evento de ontem. Cid se filia ao partido recém-criado ainda hoje, em Sobral. As fichas de filiação dos demais aliados estarão disponíveis no Shopping Avenida, numa sala próxima à que o PSB cearense ocupa.

No início do encontro, o prefeito Roberto Cláudio fez uma defesa tímida do PDT, narrando a conversa com o presidente nacional da agremiação, Carlos Lupi, e chegou a mencionar que o partido passava por alguns problemas nacionais após a criação do Solidariedade, liderado pelo deputado Paulinho da Força, ex-pedetista.

Convite
O pronunciamento do prefeito ocorreu após o governador Cid admitir que, no último encontro com o seu grupo político, na última quinta-feira, ficou decidido que, apesar de cinco legendas terem feito convite aos ex-pessebistas, apenas duas siglas seriam consideradas: PROS e PDT.

Em seguida, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque, fez uma defesa contundente da filiação ao PROS e foi ele o primeiro a levantar a projeção para uma possível candidatura à presidência da República em 2018. "É 2014 com Dilma e 2018 com Ciro", reforçou. Ele fez questão de tranquilizar os diretórios do Interior e os colegas parlamentares ao justificar que "tempo de televisão" não seria problema nas eleições, já que a sigla já tem "musculatura" com aproximadamente 30 deputados federais.

No total, 22 pessoas expuseram suas opiniões. A maioria defendeu a filiação ao PROS pela segurança jurídica dos mandatos, já que, na troca partidária, ficam resguardados de questionamentos os parlamentares que aderem a novas siglas.

Ao discursar, Ciro Gomes disse que atualmente está menos ambicioso, mas tem se engajado nos últimos dias na filiação a um novo partido após o governador Cid Gomes ter levado uma "facada pelas costas". "Estou pixote e vou andar por todos os interiores para divulgar o partido, independente de qual seja", afirmou Ciro antes da votação que chancelou a ida ao PROS.

Missão

A última fala do governador Cid Gomes também foi no sentido de apoiar o coro feito pelos aliados em alçar voos mais altos no pleito de 2018. "Vamos lutar pela presidente Dilma em 2014 e projetar o partido para 2018", sentenciou. Procurado pelo Diário do Nordeste, Ciro Gomes tentou desconversar o investimento para uma possível candidatura em 2018 e ressaltou que aceitará qualquer missão que lhe seja dada. Questionado se a tarefa incluia a candidatura, ele respondeu: "Se for necessário, sim".

Apesar das especulações de que poderia ocupar um Ministério ou indicar um nome para uma das pastas federais, Cid Gomes descartou a hipótese e afirmou que foi ele próprio quem pediu para que Leônidas Cristino entregue oficialmente a chefia da Secretaria Especial dos Portos. A saída deve ser oficializada ainda nesta semana.

Em relação à possibilidade de dividir um palanque com a ex-prefeita Luizianne Lins, para defender a reeleição da presidente Dilma, Cid ressaltou que não tem nenhum problema pessoal com a petista e reforçou o discurso de que tentou manter a aliança com o PT em Fortaleza até o último momento. Ciro Gomes também minimizou a situação e declarou: "quem quer apoiar alguém deseja que todo mundo apoie". Perguntado se cogita a possibilidade de o PT lançar uma chapa ao Governo do Estado, Ciro foi enfático: "Zero".

Cid Gomes disse que tentará manter aliança com PT, PMDB, PDT, PHS, PCdoB, PP, PTB e PRTB. Alguns aliados dessas siglas participaram do evento. Nos bastidores, comentava-se que a intenção é mostrar que o grupo quer demonstrar a força de uma candidatura ao Governo Estadual apoiada por Cid em 2014.

LORENA ALVESREPÓRTER

Antes do encontro já havia a certeza
Logo na chegada ao encontro, no Hotel Romanos, no bairro Messejana, o clima entre os presentes já era de certeza sobre a filiação ao PROS, como antecipou o Diário do Nordeste na edição do último domingo. A reunião durou cerca de duas horas (das 20h40 às 22h40) e contou com a presença de secretários estaduais, membros de partidos aliados, parlamentares de outras siglas que também vão mudar para o PROS, além dos ex-filiados
ao PSB.

Fonte: Diário do Nordeste

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